Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out – assassino, motivação e final explicado em detalhes

O novo longa da franquia estrelada pelo detetive Benoit Blanc chegou ao catálogo da Netflix e, fiel ao estilo de Rian Johnson, trouxe mais uma narrativa repleta de pistas falsas, trocas de identidade e motivações entrelaçadas. Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out apresenta um crime aparentemente impossível, uma ressurreição que vira manchete e um diamante disputado com intensidade. A seguir, cada etapa do enredo é destrinchada com base nos fatos que o filme revela, esclarecendo quem mata quem, por que o faz e qual é o significado do desfecho.

O cenário de Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out e seus personagens centrais

A ação se passa em uma pequena cidade do interior do Estado de Nova York, onde a paróquia católica local funciona como ponto de convergência dos fiéis, palco das tensões sociais e arena para o novo assassinato investigado por Benoit Blanc. O líder religioso, Monsignor Jefferson Wicks, divide opiniões: ao mesmo tempo carismático, ele coleciona atritos por posicionamentos controversos e pela administração de bens da igreja.

Entre os principais personagens estão o Reverendo Jud, ex-boxeador marcado por explosões de raiva; Martha Delacroix, assistente de longa data da família Wicks; Dr. Nat Sharp, médico da cidade com segredos potencialmente comprometedores; Samson Holt, zelador e marido de Martha; além de Grace, mãe de Jefferson e herdeira em disputa pelo lendário diamante “Maçã de Eva”. Cada um deles carrega motivações próprias e histórias entrelaçadas que, somadas, resultam em uma sequência de quatro mortes.

A cronologia do crime: da Sexta-Feira Santa ao aparente milagre em Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out

O ponto de partida é a Sexta-Feira Santa. Nesse dia, Jefferson Wicks é encontrado esfaqueado dentro de um closet ao lado do altar. O local fechado, a ausência de testemunhas diretas e a discussão pública que o Monsignor teve minutos antes com o Reverendo Jud transformam o ex-pugilista no principal suspeito imediato.

Durante o funeral, realizado poucos dias depois, a narrativa ganha contornos de sobrenatural: o morto surge caminhando para fora do mausoléu diante dos fiéis. Enquanto parte da comunidade interpreta o fato como milagre, Benoit Blanc identifica sinais de encenação. Para ele, alguém substituiu o corpo verdadeiro e montou o espetáculo com finalidade específica.

O investigador confirma suas suspeitas ao perceber inconsistências na postura do suposto ressuscitado. Esse momento marca o início de uma reconstituição dos eventos que repõe a lógica ao caos: a figura que emergiu da cripta era, na verdade, Samson Holt, disfarçado com batina e acessórios de Jefferson.

O plano original de Martha Delacroix: veneno, troca de facas e influência sobre Samson

A raiz de todo o esquema está na ganância ligada ao diamante “Maçã de Eva”. O artefato foi engolido décadas atrás pelo Reverendo Prentice Wicks para impedir que a filha Grace o herdasse. Jefferson, neto de Prentice, descobre os detalhes e demonstra intenção de remover a pedra preciosa do corpo embalsamado do avô. Martha Delacroix, que sempre soube da localização do diamante, interpreta a atitude como ameaça direta ao legado da paróquia e ao sigilo que manteve por anos.

Para impedir Jefferson, Martha elabora um “crime impossível” com três etapas:

1. Envenenamento: ela contamina o cantil particular de Wicks com pentobarbital, sedativo de ação rápida. O objetivo é fazer o religioso perder a consciência sem sinais visíveis de violência.

2. Execução silenciosa: Martha convence Dr. Nat Sharp a participar. Nat empunha uma faca confeccionada a partir de um ornamento em forma de cabeça de demônio – arma verdadeira – enquanto uma réplica inofensiva é escondida entre as vestes da vítima. Com Wicks desacordado, o médico desfere o golpe fatal no closet.

3. Desvio de culpa: escolhe-se o Reverendo Jud como bode expiatório. O comportamento explosivo do ex-pugilista e a discussão registrada pouco antes facilitariam a incriminação.

Para completar a encenação e afastar a polícia, Martha planeja que, no Domingo de Páscoa, o falecido reapareça vivo. Ela persuade Samson a vestir as roupas litúrgicas de Jefferson e emergir da cripta. O ressurgimento, espera ela, criaria a ilusão de milagre, desviaria o foco das investigações e lhe daria tempo para recuperar o diamante.

A ambição de Dr. Nat Sharp desmonta a farsa e provoca novas mortes

O esquema, contudo, não considera plenamente a avidez de Nat Sharp. Ciente da existência do diamante “Maçã de Eva”, o médico decide agir por conta própria e ficar com a joia. Durante a falsa ressurreição, ele intercepta Samson Holt e o esfaqueia, transformando o zelador em segunda vítima. O único que presencia a cena, embora confuso devido a uma concussão, é o Reverendo Jud, que mais uma vez se torna alvo de suspeitas.

Para eliminar vestígios, Nat leva o corpo real de Jefferson até sua residência e utiliza ácido para dissolver tudo. O procedimento químico, realizado em segredo, deixa o caso ainda mais obscuro. Quando Martha confronta o cúmplice sobre a morte do marido, Nat lhe oferece café contaminado. Ela percebe a intenção, troca as xícaras e o veneno volta-se contra o próprio autor – a terceira morte da sequência.

Martha, exaurida e tomada pela culpa, termina ingerindo o restante do pentobarbital usado contra Nat. Pouco depois, passa a exibir sinais de envenenamento irreversível, tornando-se a quarta e última vítima dos acontecimentos.

A postura inesperada de Benoit Blanc no desfecho de Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out

Quando Blanc reconstrói toda a cadeia de fatos – do envenenamento inicial até a morte de Martha – reúne a congregação para apresentar as conclusões. Contudo, difere de suas investigações anteriores: ao notar o estado terminal de Martha e compreender que ela busca redenção, o detetive decide não expor a verdade publicamente. Ele declara o caso “insolúvel”, permitindo que a mulher confesse em foro religioso em vez de enfrentar julgamento civil.

Nos momentos finais de vida, Martha revela ao Padre Jud o local exato onde escondeu o diamante e pede perdão pelos atos. A cena simboliza a tensão entre justiça terrena e salvação espiritual, pois Blanc escolhe preservar a confissão em nome de uma paz final para a responsável pelos assassinatos.

Consequências, destino do diamante e legado para a paróquia

Um ano depois, a narrativa mostra um panorama de consequências práticas. A opinião pública mantém a crença no “milagre” e aponta Jud como suspeito, reforçada por teorias divulgadas pelo escritor Lee Ross e pelo conspiracionista Cy Draven. Ainda assim, o ex-boxeador transformado em sacerdote permanece na cidade e reabre a igreja sob o nome “Nossa Senhora da Graça Perpétua”, homenagem direta à mãe de Jefferson, Grace.

O diamante “Maçã de Eva” não é comercializado, tampouco entregue às autoridades. Jud, guiado pelo ato de contrição de Martha, esconde a pedra dentro de uma cruz de madeira recém-esculpida para substituir um símbolo destruído anos antes. A câmera final do filme se afasta, revelando o objeto religioso como esconderijo do artefato que motivou toda a cadeia de crimes.

Enquanto a polícia e parte da comunidade continuam buscando respostas concretas, Benoit Blanc mantém contato com Jud e acompanha discretamente as ameaças legais de Cy Draven, que diz ser filho ilegítimo de Jefferson e reivindica a relíquia. Até o momento, porém, nenhuma nova prova surge para alterar oficialmente a versão do milagre que circula entre os habitantes.

Com essa sequência de eventos, Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out encerra seu enredo explorando fé, ganância e responsabilidade moral. O próximo ponto de atenção para os fãs da franquia é aguardar a confirmação de uma quarta investigação de Benoit Blanc, ainda sem data divulgada pelo estúdio.