UNBEATABLE: jogo de ritmo ambicioso chega às lojas com proposta híbrida e desafios técnicos

UNBEATABLE, novo título de ritmo desenvolvido pela D-CELL GAMES e publicado pela Playstack, finalmente chega às lojas em 9 de dezembro para Steam, PlayStation 5, Xbox Series X e Xbox Series S. Anunciado originalmente para 6 de novembro e adiado às vésperas da data, o jogo apresenta uma estrutura incomum que combina um modo de aventura com exploração de cenários e um modo arcade focado em pontuação musical. Embora a obra chame atenção pelo visual autoral e pela trilha sonora original, avaliações preliminares indicam que o projeto ambicioso também carrega problemas de ritmo narrativo, poluição visual e instabilidades de desempenho.
- UNBEATABLE combina narrativa e ritmo em proposta ambiciosa
- Modo História de UNBEATABLE apresenta mundo onde música é proibida
- UNBEATABLE brilha no arcade, mas decisões de design impactam legibilidade
- Efeitos audiovisuais e feedback de notas geram inconsistências
- Desempenho técnico evidencia necessidade de polimento adicional
- Resumo de pontos positivos e pontos críticos
- Disponibilidade e próximas etapas para UNBEATABLE
UNBEATABLE combina narrativa e ritmo em proposta ambiciosa
O projeto nasceu com a intenção de oferecer mais do que um jogo de música tradicional. Em vez de se limitar a listas de canções e disputas de pontuação, UNBEATABLE propõe uma experiência “dois em um”. No Modo História, o jogador percorre ambientes tridimensionais, interage com personagens e descobre as regras de um universo em que qualquer manifestação musical é proibida. Já no Modo Arcade, a proposta retorna ao formato clássico dos jogos rítmicos, exigindo reflexos rápidos em faixas de dificuldade progressiva.
O lançamento era aguardado desde 2021, quando uma demonstração independente intitulada White Label foi disponibilizada gratuitamente e arrebanhou uma comunidade de fãs graças aos gráficos estilizados e à trilha sonora autoral. A versão final, no entanto, ampliou a escala do projeto, resultando em um cronograma de produção mais extenso e em um adiamento de aproximadamente um mês.
Modo História de UNBEATABLE apresenta mundo onde música é proibida
No enredo, a simples execução de melodias faz surgir criaturas sobrenaturais conhecidas como Silêncio, representadas na jogabilidade pelas próprias notas musicais. Como resposta, um regime de caráter fascista criminaliza toda forma de música, alegando proteger a população. O jogador assume o papel de Beat, jovem rebelde de passado misterioso que desafia a proibição, forma uma banda e se envolve em confrontos com forças policiais que dominam a cidade.
A narrativa inicia com um flashback que mostra eventos anteriores ao aparecimento do Silêncio, plantando dúvidas sobre a origem da ameaça. Entretanto, análises apontam que o roteiro avança com rapidez excessiva, saltando etapas de desenvolvimento de personagens. Integrantes da banda, como Clef e Treble, surgem de forma repentina e recebem menos espaço dramático, enquanto a co-protagonista Quaver obtém aprofundamento limitado. Somado a isso, a escrita adota tom sarcástico frequente, o que, segundo as impressões registradas, interfere na gravidade de situações supostamente sérias.
Durante a exploração, o avanço depende da identificação de pontos de interação pouco visíveis. Mini-games espalhados pelo mapa — sabotagem de propaganda, serviço de bar, rebatida de beisebol — aparecem esporadicamente, mas não se estendem o suficiente para estabelecer mecânicas consistentes. Em versões analisadas antes do lançamento, alguns desses mini-games exibiam falhas funcionais: a bola de sinuca podia ser tacada em movimento, e um quebra-blocos permitia que a esfera atravessasse todos os alvos e desaparecesse da tela.
UNBEATABLE brilha no arcade, mas decisões de design impactam legibilidade
Quando o assunto é ritmo puro, UNBEATABLE adota esquema simplificado de dois botões: um registra notas que descem pela trilha superior, o outro responde pelas notas que sobem pela trilha inferior. Em trechos avançados, notas adicionais surgem ao centro, e barreiras exigem que o jogador alterne entre faixas. O desafio cresce à medida que as notas passam a vir de ambos os lados da tela, principalmente em faixas de alto BPM.
A trilha sonora, composta internamente e complementada por remixes de artistas convidados — incluindo participações vindas de Rift of the NecroDancer —, cobre estilos variados e disponibiliza faixas desbloqueáveis conforme o progresso. Esse sistema estimula a repetição e adiciona valor de coleção ao modo arcade.
No entanto, efeitos visuais abundantes, como aberração cromática, tremores de câmera, zooms súbitos e inversões de orientação, foram configurados como padrão e resultaram em relatos de dificuldade para acompanhar as notas. Ainda que o menu ofereça a opção de reduzir ou desativar esses filtros, a solução elimina apenas parte dos obstáculos. Críticos observam que, sem a camada estética intensa, o impacto visual diminui e o contraste entre design e clareza permanece.
Efeitos audiovisuais e feedback de notas geram inconsistências
Outro ponto mencionado diz respeito à sincronia entre beatmap e música. Em determinadas faixas, a disposição das notas não coincide perfeitamente com o ritmo, provocando sensação de desacerto. Além disso, pressionar duas notas simultâneas não gera, em alguns casos, o feedback sonoro esperado, o que compromete a percepção de acerto e a construção de combos.
A identidade gráfica, composta por personagens desenhados à mão combinados a cenários 3D, recebeu elogios pela autenticidade. As transições para as cenas animadas, contudo, causaram quedas de desempenho em equipamentos de teste, sobretudo quando a passagem da animação para a jogabilidade ocorria de forma abrupta. Nessas ocasiões, a interface de notas surgia já em andamento, restando pouco tempo para que o jogador se preparasse.
Desempenho técnico evidencia necessidade de polimento adicional
Entre o recebimento das chaves de avaliação e a data de embargo, o título foi atualizado ao menos três vezes. Mesmo assim, persistiram sobreposições de caixas de diálogo, ausência de registro textual para consulta posterior, alternância repentina entre falas dubladas e não dubladas e travamentos pontuais. Essa combinação reforçou a impressão de que o jogo exigiria mais tempo de desenvolvimento para alinhar concepção e execução.
A instabilidade também se estende ao Modo História, onde mudanças de cena ocorrem sem transições suaves. Quando a interface rítmica volta à tela após uma animação, o atraso no carregamento pode provocar perda imediata de notas. As falhas influenciam a avaliação geral, uma vez que o gênero depende de precisão milimétrica e resposta imediata aos comandos.
Resumo de pontos positivos e pontos críticos
Aspectos destacados como positivos: trilha sonora original diversificada; visuais desenhados à mão de forte personalidade; curva de aprendizado acessível no arcade; existência de dois modos que ampliam o escopo de jogo.
Aspectos apresentados como críticos: narrativa acelerada e confusa; poluição visual que prejudica leitura de notas; mini-games quebrados em versões de teste; inconsistência na dublagem; sobreposição de textos; quedas de desempenho em transições; atraso no feedback de notas simultâneas.
Disponibilidade e próximas etapas para UNBEATABLE
UNBEATABLE será disponibilizado em 9 de dezembro nas plataformas PC (Steam), PlayStation 5, Xbox Series X e Xbox Series S. A expectativa é que futuras atualizações de qualidade de vida cheguem nas semanas posteriores ao lançamento, visando corrigir bugs, ajustar efeitos visuais e aprimorar a estabilidade do modo história.

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