Textos feitos por IA têm valor? Uma conversa sincera sobre escrita, pressa e propósito
Sabe aquele momento em que você lê algo e sente que foi escrito no piloto automático? Nada contra a forma, mas falta alma. Faltam aquelas entrelinhas que fazem você pensar: “Essa pessoa viveu o que escreveu”. Agora imagine isso acontecendo cada vez mais, com textos feitos por IA se multiplicando aos montes. Aí vem a pergunta que não quer calar: se ninguém se deu ao trabalho de escrever aquele texto, por que você se daria ao trabalho de ler?
A pressa de produzir e o vazio que fica
Com a correria do dia a dia, é compreensível buscar atalhos. Ferramentas como ChatGPT, Gemini, Claude e tantas outras estão aí, prontas pra gerar textos com um clique. Parece mágico: você digita um pedido, espera alguns segundos e pronto, um texto novinho, com cara de artigo profissional.
Mas às vezes a leitura bate estranho. Fica tudo certinho, mas sem conexão. Como se faltasse gente ali. Faltasse verdade. É que a escrita não é só sobre juntar palavras. Ela é uma ponte entre quem escreve e quem lê. Quando essa ponte é feita só por máquinas, algo se perde no caminho.
Um vídeo para refletir junto
Se você quer se aprofundar ainda mais nesse tema, vale a pena assistir a este vídeo do canal FastCompany Brasil:
O conteúdo traz pontos de vista interessantes sobre o uso da inteligência artificial na escrita e provoca reflexões sobre o que realmente importa quando o assunto é conteúdo com propósito.
IA é avanço. Mas também precisa de freio.
Não estamos dizendo que a inteligência artificial é vilã. Ela pode ser incrível: organiza ideias, sugere caminhos, acelera processos. Pode ser uma grande aliada para quem escreve todos os dias e precisa otimizar tempo.
O problema é quando a gente terceiriza tudo. Quando deixa de viver a escrita e passa apenas a supervisionar o que a máquina entrega. Aí, o texto perde o que tem de mais valioso: a presença humana.
Texto bom tem alma
Um bom texto é aquele que te abraça, que parece conversar contigo. E isso não se programa. Vem da experiência de quem viveu, observou, sentiu. Vem da dor, da alegria, do espanto, da esperança.
Como disse um autor numa entrevista recente: “Se até a dor está sendo automatizada, quem vai escrever sobre o que é viver de verdade?“. A frase ecoa forte porque revela uma tensão real: estamos nos afastando da escrita como expressão genuína?

O ponto não é rejeitar a IA. Mas usá-la com intenção.
Usar IA para escrever não é um problema em si. O problema é quando usamos como muleta, sem revisar, sem adaptar, sem olhar com cuidado.
Criar com IA exige responsabilidade. Exige curadoria. Exige um olhar atento que decide o que fica, o que muda, o que precisa de mais emoção. É como tocar um instrumento: a IA pode ser a ferramenta, mas a música é sua.
Veja tambèm:
O que você espera de um texto?
No fundo, a gente lê porque quer ser tocado. Quer aprender, rir, lembrar, refletir. E isso só acontece quando o texto carrega verdade. Pode até ter sido iniciado por uma máquina, mas precisa ser finalizado por uma pessoa que se importa.
A pergunta que fica é simples, mas profunda: você prefere consumir conteúdo feito com pressa e distância, ou algo que te toca de verdade?
Pontos principais:
- Textos por IA estão cada vez mais comuns, mas nem sempre têm profundidade.
- Um bom texto vai além da forma: ele transmite emoção e experiência.
- A IA pode ser uma aliada, mas não substitui a autoria consciente.
- Criar com IA exige curadoria, revisão e sensibilidade.
- O leitor merece conteúdo que tenha sido realmente pensado.