Starlink acelera para 110 Mbps no Brasil, mas continua distante da média global de 220 Mbps

Starlink acelera para 110 Mbps no Brasil, mas continua distante da média global de 220 Mbps

O serviço de internet via satélite Starlink encerrou o terceiro trimestre de 2025 com velocidade média de 109,98 Mbps no Brasil, avanço de 35 % em relação ao mesmo período de 2024. O dado, apresentado em relatório da Ookla, revela melhora consistente após um ciclo de oscilações iniciado logo após a chegada da operadora ao país em 2022. Apesar do ganho, o desempenho nacional permanece inferior à média global de 220 Mbps apurada no mesmo levantamento.

Índice

Quem é afetado pelo novo patamar de velocidade

O aumento para perto de 110 Mbps interessa diretamente aos assinantes residenciais, empresas instaladas em regiões rurais ou remotas e usuários que contam com a Starlink como solução de redundância em grandes centros urbanos. Segundo o relatório, Brasil e México — os dois mercados mais populosos da América Latina — somavam 425 514 clientes no fim de 2024, volume equivalente a aproximadamente 10 % da base mundial de quatro milhões de assinaturas registrada naquele momento.

O que mudou entre 2022 e 2025

Desde a inauguração em solo brasileiro, em 2022, a trajetória da velocidade apresentou quedas e retomadas. No ano de estreia, a rede atingiu o pico histórico de 173,22 Mbps, valor que sofreu redução contínua até alcançar 70,94 Mbps em ponto de mínima. A partir de meados de 2023, a performance entrou em processo de recuperação, variando entre 76 Mbps e 96 Mbps até fechar o terceiro trimestre de 2025 nos atuais 109,98 Mbps.

Por que a variação acontece

A análise da Ookla associa a flutuação a um mecanismo estrutural: à medida que a operadora atrai novos assinantes, eles compartilham um recurso finito formado pela constelação de satélites e pelo espectro de frequências. Esse fenômeno, descrito no documento, não é exclusivo do Brasil; foi observado em todos os países logo após o lançamento local do serviço. Além disso, eventos que concentram grande número de usuários em áreas específicas também influenciam a banda disponível, provocando alterações temporárias no desempenho.

Comparação entre Brasil e média global

Enquanto os 109,98 Mbps representam avanço expressivo internamente, o número ainda se encontra aquém dos 220 Mbps mensurados pela Ookla como média mundial da Starlink. A diferença de aproximadamente 100 Mbps ilustra o desafio de equiparar a experiência brasileira àquela verificada em regiões onde a densidade de usuários por feixe de satélite é menor ou onde a operadora já implantou lotes adicionais de satélites para reforçar a capacidade.

Retrato da América Latina: contrastes de desempenho

O panorama latino-americano expõe disparidades acentuadas. No Chile, a velocidade média de 106,38 Mbps entregue pela Starlink no terceiro trimestre de 2025 ficou muito abaixo dos 354,53 Mbps contabilizados pelos provedores de banda larga fixa. O contraste é reforçado pela chegada dos primeiros planos comerciais de 50 Gbps ao mercado chileno. Já na República Dominicana, a situação se inverte: a Starlink registrou 55,01 Mbps, praticamente lado a lado dos 53,71 Mbps fornecidos pelas operadoras terrestres locais, indicando paridade de performance em um ambiente de infraestrutura menos robusta.

No caso da Guiana, identificada como o mercado latino-americano mais recente a receber o serviço, o destaque negativo recai sobre a latência, que aparece como a mais alta da região. O relatório sugere uma explicação logística: o ponto de presença terrestre mais próximo situa-se em Manaus, a aproximadamente 560 km das principais localidades guianesas, distância capaz de acrescentar milissegundos valiosos ao tempo de resposta.

Como o crescimento da base afeta a rede

A inclusão acelerada de assinantes pressiona o espectro e os satélites em operação. O relatório da Ookla evidencia uma correlação direta entre expansão de clientes e redução de velocidade logo após o lançamento comercial em um país. Quando o limite de capacidade se aproxima, a velocidade média tende a cair; quando novos satélites entram em serviço ou a distribuição geográfica de usuários se equilibra, a tendência de melhora ressurge. Esse padrão explica por que o Brasil vivenciou redução progressiva até 2023 e retorno a patamares mais altos nos trimestres seguintes.

Entrada de concorrentes e mudanças previstas

Especialistas citados no documento veem a Amazon Leo, constelação de órbita baixa da gigante norte-americana, como um vetor de transformação iminente para o mercado latino-americano. Em 2024, a empresa de mídia e telecomunicações Vrio anunciou intenção de comercializar o serviço da Amazon a consumidores da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Equador e Colômbia por meio das marcas DirecTV Latin America e Sky Brasil. Paralelamente, a Viasat e a HughesNet planejam colocar satélites adicionais em órbita para reforçar suas ofertas de banda larga, enquanto companhias como a canadense Telesat também manifestam interesse em disputar o segmento.

Planos de evolução tecnológica da Starlink

Para sustentar o crescimento da clientela e reduzir a diferença em relação à média global, a Starlink prepara uma atualização de porte na constelação. O projeto envolve satélites V3, maiores que os atuais, concebidos para ampliar tanto a velocidade quanto a capacidade total da rede. A colocação dessas unidades em órbita poderá ser acelerada pelo foguete Starship, veículo de maior porte da SpaceX, capaz de enviar volumes superiores de carga em comparação com os lançadores utilizados hoje.

Impactos potenciais para o usuário brasileiro

Embora a previsão de melhoria dependa da cadência de lançamentos e da expansão da infraestrutura terrestre, a introdução dos satélites V3 tende a aliviar pontos de congestão e, por consequência, elevar novamente a velocidade média entregue aos assinantes no Brasil. Em paralelo, a chegada de concorrentes, caso da Amazon Leo, pode incentivar ajustes de preço, inclusão de franquias mais generosas e investimentos adicionais em gateways nacionais, fatores que também influenciam diretamente a qualidade do serviço.

Eventos recentes que ilustram a versatilidade da internet via satélite

Mesmo com as oscilações de velocidade, a conectividade por satélite tem sido testada em cenários diversos. O relatório menciona que, na Ucrânia, foi lançado o primeiro serviço de telefonia celular via Starlink em território europeu, demonstrando aplicação além da banda larga fixa. Destaca ainda que a Amazon já iniciou oferta piloto de internet via satélite para empresas, enquanto o governo brasileiro avalia acordo com provedores alternativos para ampliar a cobertura em áreas remotas.

Ao término do terceiro trimestre de 2025, o quadro que emerge é de expansão acompanhada por desafios técnicos. O Brasil exibe melhora de 35 % na velocidade média da Starlink, mas ainda observa distância considerável em relação ao ritmo global. A competição crescente e a evolução tecnológica em curso indicam que a performance da internet via satélite na região pode mudar de escala nos próximos ciclos trimestrais, à medida que novos satélites, foguetes e operadoras entram em operação.

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