Protesto em Tbilisi: confronto após tentativa de invasão

Protesto em Tbilisi ganhou novos contornos neste sábado (30) quando manifestantes tentaram entrar no palácio presidencial da capital da Geórgia, obrigando a polícia a usar canhões de água e spray de pimenta para dispersar a multidão.

Empunhando bandeiras da Geórgia e da União Europeia, dezenas de milhares de pessoas marcharam pelo centro de Tbilisi contra o governo do partido Georgian Dream, acusado pela oposição de fraudar a eleição parlamentar de 2020 e de interromper o diálogo para adesão ao bloco europeu.

Protesto em Tbilisi: confronto após tentativa de invasão

A tensão explodiu em frente ao palácio na Rua Atoneli quando um grupo rompeu as barreiras de segurança. Segundo a BBC, agentes mascarados avançaram sobre os manifestantes logo após o lançamento do gás irritante, resultando em correria e diversas prisões.

O país vive crise política desde o pleito do ano passado, que a oposição pró-UE define como “roubado”. Desde então, o governo suspendeu as conversações de adesão ao bloco europeu e endureceu o cerco a ativistas, veículos de imprensa independentes e lideranças rivais.

O ato coincidiu com as eleições municipais, amplamente boicotadas pela oposição em protesto contra a repressão. No palco montado na Avenida Rustaveli, o barítono Paata Burchuladze leu manifestação que pedia aos funcionários do Ministério do Interior a prisão imediata de seis dirigentes do Georgian Dream, considerados responsáveis pelo “desmonte da democracia”.

Temendo identificação pelas câmeras de vigilância com inteligência artificial instaladas na região, muitos jovens aderiram ao protesto vestidos de preto, usando capacetes e máscaras de gás. Quem é detido por “bloquear vias” recebe multa de 5.000 lari (cerca de US$ 1.835). “Quero meu país de volta e a libertação dos meus amigos presos”, afirmou Ia, 21 anos, chamando o partido governista de “Russian Dream”.

O estudante Irakli, 24, descreveu o momento em que o gás foi lançado: “Foi caótico; as pessoas corriam sem conseguir enxergar nem respirar”. Ele culpou “radicais de fora” pela tentativa de invasão, alegando que a meta principal era protestar pacificamente.

Desde novembro, manifestações noturnas se repetem em Tbilisi exigindo libertação de presos políticos e eleições parlamentares antecipadas. Enquanto o Georgian Dream mantém apoio em áreas rurais com a promessa de estabilidade, centros urbanos acusam o governo de alinhar-se a Moscou.

O impasse prossegue sem perspectiva de solução imediata. Para acompanhar a evolução desse e de outros cenários globais, visite nossa editoria de Notícias e Tendências e fique por dentro dos próximos desdobramentos.

Crédito da imagem: EPA