Julgamento de Ryan Routh por tentativa de matar Trump começa nesta segunda-feira, 8 de setembro, no tribunal federal de Fort Pierce, Flórida. O réu, de 59 anos, enfrenta cinco acusações, incluindo tentativa de assassinato de candidato presidencial, após ter sido flagrado armado próximo ao clube de golfe onde Donald Trump jogava.
A acusação sustenta que Routh, natural da Carolina do Norte e residente no Havaí antes do episódio, foi visto nos arbustos da propriedade em West Palm Beach com um rifle SKS equipado com mira e carregador estendido. Ao ser localizado por um agente do Serviço Secreto, ele teria atirado e fugido para uma Nissan Xterra preta, sendo detido pouco depois na Interestadual 95.
Julgamento de Ryan Routh por tentativa de matar Trump começa
Além da arma, agentes do FBI recolheram documentos que listavam eventos futuros de campanha de Trump. Segundo registros judiciais, um bilhete encontrado meses antes na casa de uma testemunha apontava: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas lamento ter falhado”.
Réu opta por autodefesa, sob alerta da juíza
Em decisão incomum, Routh dispensou a equipe de defesa e atuará como seu próprio advogado. Em carta ao tribunal, classificou como “ridículo” permitir que “um estranho” falasse por ele e afirmou ter divergências irreconciliáveis com os defensores. A juíza federal Aileen Cannon, nomeada por Trump e responsável por arquivar o processo de documentos confidenciais contra o ex-presidente, autorizou a autodefesa, mas manteve advogados públicos em regime de standby, declarando que contar com representação profissional seria “muito melhor”.
Contexto de violência política antes das eleições de 2024
O caso ocorre poucas semanas depois de um outro atentado, em que um projétil raspou a orelha de Trump durante ato na Pensilvânia. Os dois episódios reacenderam o debate sobre a escalada de violência política nos Estados Unidos e levaram a questionamentos sobre a capacidade do Serviço Secreto de proteger candidatos de alta visibilidade.
Routh responde ainda por porte de arma de fogo com número de série raspado, agressão a agente federal, posse de arma e munição por condenado e uso de arma para fomentar crime violento. Ele se declarou inocente e permanece detido na Flórida desde setembro de 2024.
Os trabalhos no tribunal começam com a seleção do júri, seguida das exposições iniciais. O julgamento será acompanhado de perto por analistas de segurança e observadores políticos, que avaliam o impacto de condenação ou absolvição sobre a confiança pública na proteção a candidatos presidenciais.
Detalhes adicionais sobre a investigação podem ser conferidos na cobertura da BBC, que vem acompanhando o caso desde a prisão do suspeito.
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Crédito da imagem: AFPTV/AFP via Getty Images