Israel intercepta flotilha a Gaza e prende Greta Thunberg

Israel intercepta flotilha de ajuda a Gaza na madrugada desta quinta-feira (2), detendo dezenas de ativistas, entre eles a sueca Greta Thunberg, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau e a eurodeputada Rima Hassan. A marinha israelense abordou quase todas as mais de 40 embarcações do movimento Global Sumud Flotilla, que levavam cerca de 450 voluntários e uma carga simbólica de ajuda humanitária.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, a operação foi concluída à tarde, quando apenas um barco — o Mikeno — continuava fora de alcance. Organizadores informaram ter perdido contato com essa embarcação, que teria escapado da interceptação.
Israel intercepta flotilha a Gaza e prende Greta Thunberg
A bordo, ativistas transmitiam ao vivo até a aproximação dos navios militares, que usaram canhões d’água e holofotes antes da abordagem em águas internacionais. De acordo com os organizadores, 39 barcos foram tomados ou estão “presumivelmente tomados”. Israel classificou a flotilha como “provocação”, afirmando que países dispostos poderiam entregar o mesmo auxílio por vias oficiais.
A ofensiva acontece em meio à crescente pressão internacional sobre a conduta israelense em Gaza. Desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 — que matou 1.200 israelenses e resultou no sequestro de 251 pessoas —, a campanha militar de Israel já provocou mais de 66 mil mortes palestinas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Governos de Turquia, Colômbia e Paquistão condenaram a apreensão da flotilha, qualificando-a de violação do direito internacional. A Turquia chamou a ação de “terrorismo de Estado”, enquanto o presidente colombiano Gustavo Petro anunciou a expulsão da representação diplomática israelense e o rompimento de um acordo de livre-comércio. Já Itália, França e Polônia afirmaram trabalhar para repatriar seus cidadãos rapidamente.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, criticou a paralisação convocada pelo maior sindicato do país para esta sexta-feira em solidariedade aos ativistas: “Isso não traz benefícios aos palestinos, só problemas aos italianos”.
Especialistas divergem sobre a legalidade do bloqueio naval imposto a Gaza desde 2007. Para Israel, trata-se de medida necessária para impedir o contrabando de armas ao Hamas; críticos apontam “punição coletiva” aos 2,3 milhões de habitantes do território. Organizações humanitárias reforçam que o direito de passagem de ajuda civil é garantido por convenções internacionais. Reportagem do jornal britânico The Guardian reforça que restrições têm agravado a crise humanitária no enclave.
Os ativistas detidos deverão ser levados a Israel para deportação. Imagens divulgadas pelo governo israelense mostram Greta Thunberg e outros militantes em bom estado de saúde.
O desfecho da Global Sumud Flotilla reacende o debate sobre o acesso de assistência a Gaza e pressiona autoridades a buscarem rotas seguras para a entrega de suprimentos essenciais.
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Crédito da imagem: AP Photo / Leo Correa
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