Google apresenta Gemini 3 e eleva a disputa na IA com modelo mais inteligente, seguro e multimodal

O Google anunciou o Gemini 3, descrito pela empresa como o modelo de inteligência artificial mais avançado e protegido que já desenvolveu. A prévia do Gemini 3 Pro foi liberada no próprio aplicativo Gemini e, de forma inédita, passou a operar no Modo IA da Busca a partir do instante do anúncio. Segundo a companhia, o novo sistema inaugura uma etapa que combina raciocínio aprimorado, interpretação multimodal profunda e barreiras de segurança reforçadas, estabelecendo um padrão mais alto para uso cotidiano de IA.
- De onde vem o Gemini 3
- Entendimento de nuances e respostas diretas
- Multimodalidade nativa e janela de contexto de 1 milhão de tokens
- Agentes mais capazes para tarefas de várias etapas
- Disponibilidade para usuários e integração à Busca
- Ferramentas de desenvolvimento com apoio do Gemini 3
- Camadas de segurança e validação externa
- Modo Deep Think e liberação gradativa
De onde vem o Gemini 3
O lançamento retoma a trajetória iniciada com o Gemini 1, introduzido como primeiro modelo nativamente multimodal do Google e capaz de trabalhar com janelas de contexto extensas. Em seguida, o Gemini 2 ampliou o raciocínio e abriu espaço para agentes mais autônomos. Agora, o Gemini 3 integra esses fundamentos, adicionando precisão na compreensão de solicitações complexas e intenção do usuário.
A chegada do novo sistema ocorre poucos dias depois do GPT-5.1 da OpenAI e cerca de dois meses após o Sonnet 4.5 da Anthropic, mostrando o ritmo acelerado da competição no campo da IA generativa.
Entendimento de nuances e respostas diretas
No centro das melhorias anunciadas está a capacidade do Gemini 3 Pro de captar sinais sutis nas entradas fornecidas. O modelo passa a interpretar contexto com maior profundidade, diminuindo a necessidade de perguntas complementares para atingir resultados relevantes. De acordo com o Google, as respostas adotam formato mais conciso e informativo, abandonando o tom excessivamente cortês que marcava versões anteriores e priorizando insights claros.
Essa evolução se reflete em avaliações independentes divulgadas pela companhia. O modelo liderou o ranking LMArena, alcançando 1.501 pontos ELO, superando a marca anterior que pertencia ao Gemini 2.5 Pro. Em outra métrica, apresentou 37,5 % de acerto no Humanity’s Last Exam — o maior índice já registrado sem apoio de ferramentas externas — e obteve 91,9 % no GPQA Diamond, voltado a testar raciocínio avançado.
Multimodalidade nativa e janela de contexto de 1 milhão de tokens
Assim como seus antecessores, o Gemini 3 é nativamente multimodal, ou seja, compreende texto, imagens, áudio, vídeo e código em um único modelo unificado. A integração de múltiplos formatos, e não módulos separados, permite que a IA mantenha coerência quando alterna entre mídias ou combina diferentes tipos de dado na mesma solicitação.
Outra especificação de destaque é a janela de contexto que atinge um milhão de tokens. Esse recurso possibilita processar volumes extensos de informação sem perda de consistência, vantagem útil em análises de documentos longos, transcrições completas ou bases de código de grande porte.
Agentes mais capazes para tarefas de várias etapas
O conceito de agentes, introduzido na geração anterior, foi aprofundado. O Google afirma que o Gemini 3 executa planejamentos de longo prazo com maior estabilidade e controla ferramentas externas de forma adequada durante toda a tarefa. Testes internos apontaram que o sistema mantém a dedução correta ao organizar e-mails, criar roteiros de viagem ou administrar fluxos de trabalho inteiros dentro de ambientes digitais complexos.
Nos experimentos de benchmark, o modelo liderou o Vending-Bench 2, conjunto de cenários que simula um ano de decisões de negócios. O desempenho sugere aptidão para operar de modo autônomo em frentes que exigem análise contínua de variáveis e ajustes de estratégia.
Disponibilidade para usuários e integração à Busca
A distribuição do Gemini 3 ao público começou no mesmo dia do anúncio. Usuários já encontram o modelo no aplicativo Gemini e, pela primeira vez, na experiência de pesquisa enriquecida do Modo IA da Busca. Assinantes dos planos Google AI Pro e Ultra também acessam o sistema diretamente na Busca, enquanto o pacote Gemini Agent, que reúne recursos de agente, foi aberto para titulares do plano Ultra dentro do app.
No ambiente de pesquisa, o modelo passa a exibir respostas em formatos visuais e interativos, como layouts imersivos, tabelas, imagens contextuais e simulações que surgem à medida que o usuário digita. A proposta abandona a resposta puramente textual, oferecendo panorama mais navegável graças à interpretação multimodal e à ampliação da compreensão de intenção.
Ferramentas de desenvolvimento com apoio do Gemini 3
O lançamento também marca a estreia do Google Antigravity, plataforma focada em agentes que reúne editor, terminal e navegador em um só local. A solução utiliza o Gemini 3 para planejar, programar e validar aplicações completas de forma autônoma, reduzindo o tempo entre concepção e execução de softwares.
Além do Antigravity, desenvolvedores encontram o modelo no AI Studio, Vertex AI, Gemini CLI e em ambientes de desenvolvimento integrados de terceiros. Segundo o Google, a oferta ampla visa acelerar a adoção em múltiplos fluxos de trabalho, do protótipo inicial à implementação em escala de produção.
Camadas de segurança e validação externa
O Google classifica o Gemini 3 como o modelo mais seguro já criado pela empresa. Para sustentar a afirmação, a equipe afirma ter conduzido a série mais abrangente de testes internos e externos até o momento, avaliando robustez técnica, resistência a ataques e mecanismos de prevenção contra uso indevido.
Entre as vulnerabilidades analisadas estão injeções de prompt e estratégias de manipulação capazes de conduzir o sistema a comportamentos indesejados. Além das verificações internas, peritos independentes de organizações como Apollo, Vaultis e Dreadnode examinaram a plataforma. Órgãos públicos, entre eles a AISI — agência britânica voltada à segurança de inteligência artificial —, também participaram do processo.
Segundo o Google, a chancela externa é essencial para garantir confiabilidade em cenários de consumo e corporativos, especialmente em aplicações que lidam com dados sensíveis ou exigem conformidade com regulamentos de privacidade.
Modo Deep Think e liberação gradativa
Paralelamente, a companhia conduz testes adicionais no modo Gemini 3 Deep Think, voltado a raciocínio ainda mais elaborado. A funcionalidade permanece restrita a grupos de teste confiáveis e só será disponibilizada a assinantes do plano Ultra após a conclusão de avaliações complementares. A estratégia faz parte da política de desenvolvimento responsável do Google, que prevê a liberação de capacidades mais robustas apenas quando submetidas a revisões rigorosas.
Com um conjunto de avanços que inclui compreensão de contexto refinada, operações multimodais integradas e arquitetura de segurança reforçada, o Gemini 3 posiciona-se como o passo mais ambicioso do Google em seu portfólio de inteligência artificial, fortalecendo a corrida pelo modelo mais capaz e confiável do mercado.

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