Evergrande é retirada da Bolsa de Hong Kong após colapso

Evergrande é retirada da Bolsa de Hong Kong após colapso

Evergrande é retirada da Bolsa de Hong Kong após colapso. A exclusão das ações nesta segunda-feira encerra mais de 16 anos de negociação e simboliza a queda do grupo que já foi o maior incorporador da China, avaliado em US$ 50 bilhões.

Evergrande é retirada da Bolsa de Hong Kong após colapso

A companhia acumulou cerca de US$ 300 bilhões em dívidas para financiar 1.300 empreendimentos em 280 cidades. O endividamento recorde começou a ruir quando Pequim impôs, em 2020, limites mais rígidos ao crédito imobiliário, obrigando a empresa a oferecer imóveis com descontos agressivos para manter o caixa.

Sem fôlego para honrar juros, a Evergrande entrou em default em parte de sua dívida externa e, depois de anos de disputas judiciais, o Tribunal Superior de Hong Kong ordenou a liquidação em janeiro de 2024. Desde então, o valor de mercado despencou mais de 99 %, e a ameaça de deslistagem tornou-se inevitável.

Relatório recente dos liquidantes indica passivo atual de US$ 45 bilhões e apenas US$ 255 milhões levantados com venda de ativos, sinalizando que uma reestruturação completa “está fora de alcance”. O fundador Hui Ka Yan, que liderou a lista de bilionários da Ásia em 2017 com US$ 45 bilhões, viu seu patrimônio encolher para menos de US$ 1 bilhão e recebeu multa de US$ 6,5 milhões, além de banimento vitalício do mercado de capitais chinês.

Para analistas, o efeito dominó sobre o setor imobiliário continua. “A derrocada da Evergrande representa o maior freio ao crescimento do país”, afirma Dan Wang, da Eurasia Group. O setor respondia por cerca de um terço do PIB chinês e era fonte crucial de receita de governos locais. Apesar de pacotes de estímulo, o crescimento anual ronda 5 %, ritmo considerado baixo em comparação aos anos anteriores.

Outros grandes incorporadores, como China South City e Country Garden, também enfrentam processos de liquidação ou renegociação, reforçando previsões de que os preços dos imóveis continuarão em queda até 2027, segundo projeção do Goldman Sachs.

A próxima audiência de liquidação da Evergrande está marcada para setembro, quando credores devem disputar o que restar de ativos.

Para saber como a crise imobiliária afeta a economia chinesa e outros mercados emergentes, confira outras análises em nossa editoria de Notícias e acompanhe nossa cobertura contínua.

Crédito da imagem: AFP via Getty Images

Evergrande é retirada da Bolsa de Hong Kong após colapso - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.