E3 aciona snapback e reimpõe sanções da ONU ao Irã

Sanções da ONU ao Irã voltam a ganhar força após Reino Unido, França e Alemanha – o grupo conhecido como E3 – notificarem oficialmente o Conselho de Segurança sobre a intenção de restaurar as punições suspensas em 2015.

E3 aciona snapback e reimpõe sanções da ONU ao Irã

O procedimento, chamado de snapback, foi previsto no acordo nuclear de 2015 e permite que qualquer signatário recoloque as sanções em vigor caso considere que Teerã descumpre os compromissos nucleares. A partir da notificação enviada na quinta-feira (29), o Conselho de Segurança tem 30 dias para decidir se mantém ou não o alívio concedido há nove anos.

No documento, os europeus afirmam que a “inobservância de obrigações por parte do Irã é clara e deliberada” e destacam que o país não possui “justificativa civil” para o estoque de urânio altamente enriquecido mantido hoje. O texto classifica o programa nuclear iraniano como “ameaça à paz e segurança internacionais”.

Segundo o chanceler britânico, David Lammy, Londres chegou a oferecer uma extensão do alívio, condicionada a passos concretos de Teerã. “Nenhum esforço substantivo foi feito”, disse. Na mesma linha, França e Alemanha reiteraram disposição para diálogo, mas enfatizaram que a iniciativa depende de cooperação imediata da República Islâmica.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores iraniano considerou a medida “provocativa” e alertou que a decisão “comprometerá seriamente” a colaboração em curso com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Teerã insiste que seu programa tem fins exclusivamente civis e promete “respostas apropriadas”.

O governo dos Estados Unidos, que se retirou do pacto em 2018, saudou o acionamento do mecanismo pelos europeus e declarou, por meio de porta-voz do secretário de Estado Marco Rubio, estar “disponível para engajamento direto” em busca de uma solução duradoura. As negociações entre Washington e Teerã estão paradas desde junho, quando locais nucleares iranianos foram alvo de bombardeios e inspetores da ONU tiveram acesso limitado.

O Conselho de Segurança da ONU analisará agora se reintroduz formalmente o pacote de sanções que inclui restrições econômicas e de armamentos. Caso não haja consenso para manter o alívio, as medidas entram em vigor automaticamente ao fim do prazo de 30 dias.

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Crédito da imagem: EPA

Imagem: Internet