Departamento de Eficiência Governamental chega ao fim após oito meses de crises internas e impasse entre Elon Musk e Donald Trump

Departamento de Eficiência Governamental chega ao fim após oito meses de crises internas e impasse entre Elon Musk e Donald Trump

O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) foi encerrado menos de um ano depois de ter sido criado no início do segundo mandato presidencial de Donald Trump. A pasta, originalmente liderada por Elon Musk, nasceu com a finalidade declarada de reduzir o orçamento federal em US$ 2 trilhões. A trajetória do órgão, no entanto, foi marcada por sucessivos cortes de metas, demissões em massa, perda de apoio político, uma ruptura pública entre Musk e Trump e, por fim, uma tentativa de tomada de controle que exigiu intervenção da Casa Branca.

Índice

Criação do DOGE e objetivo inicial de cortar US$ 2 trilhões

A formação do DOGE ocorreu logo no início do segundo mandato de Donald Trump. A nomeação de Elon Musk para chefiar a estrutura foi anunciada como um movimento estratégico para aplicar métodos empresariais na máquina federal. O alvo estipulado publicamente era retirar US$ 2 trilhões do orçamento, sem detalhamento prévio das medidas necessárias para atingir esse patamar de economia.

Desde o começo, a ausência de um plano operacional transparente gerou questionamentos. Mesmo assim, executivos alinhados ao presidente defenderam a escolha, argumentando que a reputação de Musk, associada a projetos de tecnologia e redução de custos em empresas privadas, traria agilidade administrativa ao governo.

Metas revistas e queda gradual da confiança

A execução revelou-se mais complexa que o discurso. A principal estratégia inicial envolveu demissões em massa e cancelamento de contratos federais, práticas que levantaram suspeitas sobre a sustentabilidade do corte pretendido e sobre o critério de seleção das áreas afetadas. À medida que as resistências internas e externas se acumulavam, o DOGE recuou sucessivamente nos objetivos:

• primeiro, o alvo recuou de US$ 2 trilhões para US$ 1 trilhão;
• depois, reduziu-se novamente para US$ 150 bilhões.

Essas revisões minaram a credibilidade do departamento. Secretários de Estado e de Transportes — Marco Rubio e Sean Duffy, respectivamente — que chegaram a sinalizar apoio inicial, passaram a manter distância diante da perspectiva de envolvimento em cortes impopulares e de impacto incerto.

O desgaste da aliança entre Musk e Trump

Enquanto a confiança institucional encolhia, o relacionamento pessoal entre Elon Musk e Donald Trump também se deteriorava. Em junho, Musk criticou publicamente o tarifaço anunciado pela Casa Branca. Trump rebateu, chamando o bilionário de “louco” em declarações que ganharam grande repercussão. O embate escalou para trocas de acusações sobre quem teria sido decisivo para a vitória eleitoral do presidente.

Dias antes da troca de farpas, Musk havia anunciado que deixaria a chefia do DOGE. Após o conflito público, Trump afirmou que a saída, na verdade, representava uma demissão decidida pela própria Presidência. O episódio consolidou o isolamento político do departamento e mergulhou a equipe numa crise de sucessão.

A sucessão turbulenta e a tentativa de golpe interno

Com a saída de Musk, Amy Gleason, servidora pública com atuação na área de saúde, foi designada para a liderança interina. No entanto, Steve Davis, engenheiro próximo a Musk havia duas décadas, recusou-se a deixar o cargo que ocupava e buscou assumir o comando do órgão. A tensão dividiu o funcionalismo:

• uma ala manteve lealdade a Davis, por enxergá-lo como representante direto da visão original de Musk;
• outra ala considerou imprescindível seguir o plano de transição estabelecido pela Casa Branca sob Gleason.

Davis acusou colegas de conspirarem para destituí-lo, classificando o movimento como “golpe” contra a missão do DOGE. A situação forçou a Casa Branca a intervir removendo colaboradores vinculados a Musk e pondo fim às pretensões de Davis. Ainda assim, a fissura interna já comprometera a coesão do órgão.

Tentativas de reestruturação e esgotamento do projeto

Mesmo depois da intervenção presidencial, remanescentes do DOGE tentaram estruturar novos processos para manter o órgão funcional. A proposta incluía reformular metas financeiras e redistribuir responsabilidades entre diretorias, buscando afastar a imagem de instabilidade criada desde a fase inicial. Contudo, o histórico de retrocessos dificultou a captação de apoio político e técnico.

A sequência de disputas, somada à perda de patrocinadores de alto escalão, inviabilizou a implantação de qualquer plano de médio prazo. A própria marca “DOGE”, associada a promessas não cumpridas, passou a ser vista como obstáculo à continuação do trabalho, mesmo com mudanças de liderança.

Confirmação oficial do fim do DOGE

O desfecho tornou-se público quando a agência de notícias Reuters questionou o governo sobre o status do departamento. A resposta enviada pela Casa Branca foi direta: “isso não existe mais”. Com a declaração, confirmou-se que o DOGE teve vida útil de apenas oito meses, encerrando o último resquício da atuação de Elon Musk em cargo público federal.

Principais marcos da curta existência do departamento

• Criação no início do segundo mandato de Trump, com Elon Musk no comando;
• Meta inicial: corte de US$ 2 trilhões em gastos federais;
• Redução da meta para US$ 1 trilhão, depois para US$ 150 bilhões;
• Demissões em massa e cancelamentos de contratos como primeiras medidas práticas;
• Perda de apoio de altos membros do gabinete, como Marco Rubio e Sean Duffy;
• Ruptura pública entre Musk e Trump em junho;
• Saída de Musk, nomeação de Amy Gleason e resistência de Steve Davis;
• Intervenção da Casa Branca durante tentativa de golpe interno;
• Dissolução oficial confirmada após contato da imprensa.

Consequências imediatas e cenário pós-dissolução

Embora o governo não tenha divulgado detalhes sobre remanejamento de pessoal ou realocação de projetos, a resposta curta ao questionamento da Reuters indica que todas as atribuições do DOGE foram absorvidas ou descartadas. Com isso, encerrou-se também, ao menos por ora, a participação direta de Elon Musk na estrutura política federal dos Estados Unidos.

Sem registros de novos planos para substituir o DOGE, permanece a lacuna referente às metas orçamentárias originais que justificaram a criação do departamento. Assim, o capítulo se encerra com um órgão concebido para gerar economia histórica de recursos públicos e que, na prática, não alcançou nenhuma de suas projeções centrais.

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