Assassinato de Charlie Kirk repercute intensamente em Washington, cidade no sul do estado de Utah, após a prisão do morador Tyler Robinson, apontado pela polícia como autor dos disparos que mataram o ativista conservador em 10 de setembro, na Utah Valley University.
Em menos de 48 horas, o tranquilo município cercado por montanhas de topo plano – porta de entrada para o Parque Nacional de Zion – viu ruas serem fechadas por agentes locais e federais em busca de provas na casa da família Robinson e em um apartamento em St. George, a dez minutos dali.
Assassinato de Charlie Kirk abala pequena cidade de Utah
No bairro onde Tyler Robinson vivia com os pais, vizinhos mostraram perplexidade. Addi Jacobson, de 20 anos, relatou que a comunidade é unida e descreveu a família como “patriótica e comum”. Outra moradora, que preferiu não se identificar, contou que o suspeito era “um garoto quieto”, enquanto irmãos mais novos participavam de atividades esportivas. “Isso mostra que, mesmo com pais exemplares, o filho ainda pode seguir outro caminho”, afirmou.
O governador Spencer Cox endossou a impressão de normalidade. Em entrevista à CNN, declarou: “Foi uma infância normal, exatamente o que nunca se imaginaria resultar em algo assim, mas infelizmente aconteceu”.
A investigação aponta que Robinson, após os tiros que atingiram Kirk diante de centenas de estudantes, publicou mensagens no Discord mencionando a retirada de um rifle escondido em um arbusto, gravações em projéteis e o uso de luneta. Segundo a promotoria do condado de Utah, a denúncia formal deve ser apresentada na terça-feira, quando o réu comparecerá à primeira audiência.
Moradores de St. George também viveram momentos de tensão. Sherri Steele gravou a chegada de viaturas e helicópteros à área onde o suspeito mantinha um apartamento. “Voltei de uma caminhada e vi a rua tomada pela polícia. Foi surreal”, descreveu. O vizinho Josh Kemp, de 18 anos, disse ter visto Robinson sair do imóvel em mais de uma ocasião, às vezes acompanhado de um colega de quarto.
A morte de Charlie Kirk foi condenada pelo presidente Donald Trump, pela vice-presidente JD Vance e por líderes dos dois partidos, num raro consenso em meio ao acirramento político dos Estados Unidos. Em pronunciamento, Erika Kirk afirmou que o legado do marido “agora será ainda mais poderoso” e prometeu intensificar o ativismo que ele conduzia.
Para especialistas, o episódio reforça o debate sobre radicalização online e acesso a armas de fogo. Detalhes do caso podem ser acompanhados no relato da BBC, que traz atualização constante sobre a apuração.
Washington, Utah, segue em choque, enquanto residentes se perguntam se conhecem outros possíveis autores de violência. “Você passa a questionar quem está ao seu lado”, disse Jacobson, observando o filho brincar no parque.
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Crédito da imagem: Getty Images
