Arquivo X: os 15 episódios indispensáveis que definem a série de ficção científica

Arquivo X: os 15 episódios indispensáveis que definem a série de ficção científica

A série norte-americana Arquivo X foi exibida originalmente durante nove temporadas na década de 1990 e no início dos anos 2000, retornando para mais duas temporadas entre 2016 e 2018, além de longas-metragens derivados. Em todo esse percurso, os agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully investigaram fenômenos inexplicáveis, indo de conspirações governamentais a encontros com seres de outro planeta. Entre mais de 200 episódios produzidos, alguns capítulos ganharam status de referência obrigatória. O levantamento a seguir apresenta, em ordem decrescente, os quinze segmentos considerados mais marcantes, segundo critérios de influência narrativa, impacto no público e relevância para a mitologia da obra.

Índice

Metodologia e critérios da seleção

O recorte parte de três pilares, todos derivados das informações disponíveis no material de origem: ênfase na construção dos personagens, importância para o arco geral ou para a identidade dos chamados “Monstros da Semana” e recepção crítica ao longo dos anos. A lista mantém a hierarquia já estabelecida pela fonte, começando na 15.ª posição e alcançando o topo no 1.º lugar.

15. The Unnatural (Temporada 6, Episódio 19)

Assinado e dirigido por David Duchovny, intérprete de Mulder, o capítulo revisita a década de 1940 para relatar a história de Josh Exley, um alienígena apaixonado por beisebol que decide permanecer na Terra e se passar por jogador da liga negra. A presença do Caçador de Recompensas Alienígena conecta a trama ao arco principal, mas o enredo funciona de forma quase independente, explorando racismo histórico e o lado mais humano de Mulder. A partida amistosa entre os agentes no desfecho tornou-se uma das cenas mais lembradas pelos admiradores da série.

14. How the Ghosts Stole Christmas (Temporada 6, Episódio 6)

O primeiro especial natalino realmente leve da produção apresenta dois fantasmas, vividos por Lily Tomlin e Ed Asner, que persuadem casais a repetir o pacto suicida que selou o destino deles décadas antes. Convocado por Mulder na madrugada de 24 de dezembro, Scully participa de uma vigília na casa mal-assombrada. Truques de percepção quase levam os protagonistas a se ferirem, até que Mulder identifica a ilusão. Como resultado, o episódio mistura humor sombrio, reflexões existenciais e mais um momento de cumplicidade ao trocar presentes no meio da noite.

13. The Post-Modern Prometheus (Temporada 5, Episódio 5)

Filmado em preto-e-branco sob direção de Chris Carter, criador da série, o segmento faz homenagem direta a “Frankenstein”, tanto no romance original quanto na adaptação de 1931. Mulder e Scully visitam uma pequena cidade onde mulheres alegam terem sido engravidadas por uma criatura conhecida como Grande Mutato, fruto de experimento genético. O monstro idolatra Cher e assiste a talk shows, culminando com a dupla levando-o a um concerto da cantora — mesmo sem participação da artista em cena. A opção estética ousada consolidou o episódio entre os experimentais mais discutidos.

12. Musings of a Cigarette Smoking Man (Temporada 4, Episódio 7)

Voltado ao passado do enigmático Homem Fumante, o capítulo apresenta supostos envolvimentos do personagem em eventos históricos como a Baía dos Porcos, os assassinatos de JFK e Martin Luther King e o famoso jogo de hóquei conhecido como “Milagre no Gelo”. As informações, obtidas pelo membro dos Pistoleiros Solitários Frohike em um artigo de revista, jamais são confirmadas, mantendo o antagonista envolto em mistério. O suspense aumenta quando o vilão aponta um rifle para o grupo, sugerindo que parte das revelações pode ser verdadeira.

11. Paper Hearts (Temporada 4, Episódio 10)

Escrito por Vince Gilligan, criador de “Breaking Bad”, o episódio confronta Mulder com John Lee Roche, serial killer anteriormente capturado pelo agente. Um sonho leva Mulder à localização dos restos mortais de uma nova vítima, revelando que os crimes começaram antes do período originalmente registrado. Roche manipula Mulder ao insinuar ter sequestrado Samantha, irmã desaparecida do investigador. O embate psicológico leva Mulder a questionar suas convicções sobre abdução alienígena e a própria motivação que o conduziu aos Arquivos X.

10. Triangle (Temporada 6, Episódio 3)

Inspirado nos longos planos de “Festim Diabólico”, de Alfred Hitchcock, Chris Carter filma sequências extensas para retratar a busca de Mulder pelo navio Queen Anne, sumido em 1939 no Triângulo das Bermudas. O agente acaba transportado para aquele ano, enfrentando oficiais nazistas e encontrando versões alternativas de conhecidos, inclusive de Scully — com quem compartilha um beijo que os fãs não consideram “oficial”. Em paralelo, Scully tenta convencer colegas do FBI a iniciar o resgate. A combinação de aventura temporal, intriga e humor reforça a versatilidade da série.

9. Pusher (Temporada 3, Episódio 17)

Outro roteiro de Gilligan apresenta Robert Patrick Modell, criminoso capaz de induzir pessoas ao suicídio apenas com a voz, dom associado a um tumor cerebral. O confronto culmina em jogo de roleta russa, no qual Modell obriga Mulder a apontar a arma para si e depois para Scully, evidenciando que o afeto entre os parceiros pode igualmente colocá-los em risco. A direção estilosa e o ritmo sustentado convertem o capítulo em exemplo clássico de suspense sobrenatural aliado a drama policial.

8. Folie à Deux (Temporada 5, Episódio 19)

Neste caso, a convicção de Mulder em fenômenos incomuns coloca sua sanidade em xeque. Investigando um homem que acredita que o chefe é um inseto gigante disfarçado, o agente acaba enxergando a mesma criatura. Internado em uma clínica psiquiátrica, depende de Scully para provar a ameaça. A médica inicialmente atribui o fenômeno ao transtorno compartilhado conhecido como folie à deux, mas decide ajudá-lo, reforçando a confiança mútua que sustenta a parceria.

7. Ice (Temporada 1, Episódio 8)

A trama leva os protagonistas a uma estação isolada no Alasca para investigar o que parece ser um pacto de assassinato e suicídio entre cientistas. Descobre-se que um parasita extraterrestre, possivelmente de origem milenar, induz comportamento homicida. A dinâmica de desconfiança crescente replica a tensão de “O Enigma de Outro Mundo”, filme no qual o designer de produção Graeme Murray também trabalhou. Os personagens se veem forçados a monitorar uns aos outros sob temperaturas extremas e paranoia crescente.

6. Squeeze (Temporada 1, Episódio 3)

Primeiro “Monstro da Semana” consagrado da série, “Squeeze” apresenta Eugene Tooms, criatura que deforma o próprio corpo para atravessar espaços mínimos. A cada 30 anos, acorda do estado de hibernação para remover fígados humanos — cinco órgãos por ciclo — e então volta a dormir. Olhos amarelados e movimentos contorcidos rendem ao personagem o status de um dos mais assustadores da produção, mesmo aparecendo logo no início da temporada inaugural.

5. Memento Mori (Temporada 4, Episódio 14)

Com diagnóstico de câncer, Scully escolhe continuar trabalhando enquanto Mulder e o diretor assistente Skinner buscam um meio de salvá-la. A doença liga-se à abdução sofrida por Scully em arco anterior, colocando o Homem Fumante novamente no centro das suspeitas. A carga dramática rendeu a Gillian Anderson o prêmio Emmy de Melhor Atriz e evidenciou o alcance emocional que a ficção científica pode atingir quando entrelaça conspiração e relações pessoais.

4. Home (Temporada 4, Episódio 2)

Primeiro capítulo de TV aberta norte-americana a receber aviso de conteúdo equivalente a classificação TV-MA, “Home” foi retirado da reapresentação pela emissora durante anos. A morte de um bebê portador de deformidades em uma fazenda da Pensilvânia leva à revelação de uma família consanguínea, os Peacocks. Os irmãos, isolados da sociedade, perpetuam práticas violentas para garantir a linhagem. As imagens chocantes e a atmosfera rural opressora mantêm o episódio como um dos mais perturbadores da história da televisão.

3. Jose Chung’s ‘From Outer Space’ (Temporada 3, Episódio 20)

Em tom meta-ficcional, o escritor Darin Morgan cria o romancista Jose Chung, que coleta depoimentos divergentes sobre um suposto sequestro alienígena. A diferença entre os relatos de Mulder, Scully, das vítimas e de outras testemunhas questiona a confiabilidade do narrador e ironiza clichês do gênero. Participações especiais do apresentador Alex Trebek e do ex-lutador Jesse Ventura como Homens de Preto reforçam o caráter satírico. O resultado é simultaneamente cômico e reflexivo, examinando o isolamento causado pela percepção subjetiva da verdade.

2. Bad Blood (Temporada 5, Episódio 12)

Mulder acredita ter eliminado um vampiro ao cravar uma estaca em um jovem que usava presas falsas. Para justificar a ação, ele e Scully revisam a missão em depoimentos conflitantes. Quando o garoto desperta durante a autópsia, a dupla percebe que a situação é mais complexa. O contraste entre as versões narradas expõe como cada agente se enxerga como protagonista da própria história, aspecto que também foi explorado por Vince Gilligan em roteiros anteriores.

1. Clyde Bruckman’s Final Repose (Temporada 3, Episódio 4)

Líder do ranking, o episódio de Darin Morgan traz Peter Boyle como Clyde Bruckman, vidente atormentado pela capacidade de prever a morte alheia. Mulder e Scully recorrem a ele para capturar um assassino de paranormais. A narrativa transita entre humor, suspense e meditação sobre destino, chegando a conclusões sombrias sobre obsessão e mortalidade. O reconhecimento veio em duas estatuetas do Emmy, uma de melhor roteiro e outra de melhor ator convidado, consolidando o capítulo como símbolo máximo do potencial dramático, filosófico e técnico de Arquivo X.

Reunidos, esses quinze episódios oferecem um panorama completo da evolução temática e estética da série, evidenciam a riqueza de seus personagens centrais e mostram como a mistura de horror, ficção científica e investigação fez de Arquivo X um marco definitivo na televisão.

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