15 episódios de “Seinfeld” que envelheceram mal segundo padrões atuais

15 episódios de “Seinfeld” que envelheceram mal segundo padrões atuais

“Seinfeld” continua a ser redescoberta por novas gerações graças ao streaming, mas o sucesso de audiência não impede que parte de seu conteúdo pareça datado em 2025. A série, exibida originalmente de 1989 a 1998, transformou Jerry Seinfeld, George Costanza, Elaine Benes e Cosmo Kramer em ícones culturais, apesar — ou justamente por causa — do seu comportamento frequentemente egoísta. Abaixo, são detalhados 15 capítulos que, revistos com o distanciamento de décadas, expõem dilemas de sensibilidade cultural, representatividade e até tecnologia obsoleta.

Índice

1. The Revenge

Mesmo sem a presença física de Newman, o personagem é citado pela primeira vez neste episódio. A trama retrata Kramer tentando evitar que o vizinho pule do prédio em uma tentativa de suicídio. O tom leve atribuído a um tema tão grave contrasta com a postura mais cuidadosa que produções atuais costumam adotar. Nota-se ainda que a própria série viria a explorar a animosidade entre Jerry e Newman em temporadas futuras, mas aqui o incidente ganha contornos quase descartáveis.

Serviço de ajuda: em caso de crise, o atendimento confidencial pelo telefone ou mensagem 988 permanece disponível nos Estados Unidos.

2. The Tape

Elaborado em torno de um recado de voz sugestivo que Elaine deixa na secretária eletrônica de Jerry, o enredo se apoia em um dispositivo tecnológico praticamente inexistente na era dos smartphones. Além da obsolescência do aparelho, o episódio é criticado pela condução misógina: Jerry, George e Kramer nutrem desejo por Elaine depois de ouvirem a gravação, comportamento que causa repulsa na amiga.

3. The Alternate Side

“These pretzels are making me thirsty” virou bordão global, porém o episódio também inclui referências a Woody Allen que hoje soam desconfortáveis. Paralelamente, Elaine inicia um relacionamento com um homem 51 anos mais velho. Quando ele sofre um acidente vascular cerebral, ela considera permanecer na relação apenas para evitar parecer insensível, dilema que gera desconforto no espectador contemporâneo.

4. The Contest

A competição sobre abstinência sexual foi inovadora para a TV aberta norte-americana, rendeu prêmio Emmy de roteiro a Larry David e consolidou o termo “master of my domain”. Ainda assim, a participação involuntária de uma vizinha nua observada pela janela expõe voyeurismo e objetificação, atitudes que encontram maior reprovação no público atual.

5. The Shoes

No arco em que Jerry e George escrevem um piloto para a NBC, o acordo quase naufraga quando o presidente da emissora flagra George encarando o decote de sua filha de 15 anos. Para recuperar o contrato, os protagonistas convencem Elaine a usar um vestido que evidencia seu próprio colo, estratégia que normaliza sexismo e relativiza a conotação de pedofilia insinuada na cena anterior.

6. The Outing

Uma entrevista universitária leva a jornalista a concluir que Jerry e George formam um casal. A dupla tenta desfazer o mal-entendido repetindo a frase “not that there’s anything wrong with that”, que se tornou famosa. Ainda que fosse considerada progressista em 1993, a premissa gira em torno do pânico gerado pela suposição de homossexualidade, reforçando o quanto a aceitação LGBTQIA+ evoluiu desde então.

7. The Masseuse

Enquanto Jerry tenta persuadir a namorada — que trabalha como massagista — a atendê-lo em casa, Elaine namora um homem de nome idêntico ao de um assassino em série dos anos 1990. Entre as alternativas de novo nome, ela sugere “O.J.”, referência que, meses depois, seria associada a um julgamento de grande repercussão, tornando a piada involuntariamente mórbida.

8. The Cigar Store Indian

Para impressionar Winona, uma amiga de Elaine de origem indígena, Jerry presenteia a colega com uma escultura estereotipada de madeira. A tentativa de agradar materializa ironicamente o preconceito que ele tenta evitar, e a sequência de gafes reforça estereótipos que dificilmente passariam pela filtragem de roteiros atuais.

9. The Chinese Woman

Jerry liga por engano para Donna Chang, convidando-a para sair sob o argumento de que “adora mulheres chinesas”. Ao descobrir que ela é caucasiana e que o sobrenome original é Changstein, ele a acusa de tê-lo enganado. A trama aborda identidade étnica de maneira simplista, expondo a visão limitada sobre racismo na época.

10. The Beard

Robert, amigo de Elaine, pede que ela finja ser sua parceira para esconder que é gay. Ela passa a nutrir atração por ele e decide “convertê-lo” ao heterossexualidade. O episódio traz a noção equivocada de que orientação sexual pode ser alterada por desejo ou esforço, conceito hoje amplamente refutado.

11. The English Patient

Kramer pede a Jerry que traga “cubanos” da Flórida, mas na verdade encomenda três homens vindos do país para enrolar charutos legalmente. Ao perceber que os recém-chegados são dominicanos, ele reclama de não obter o “aroma intoxicante” que esperava. A situação evolui até um motim a bordo de um avião, carregando estereótipos latino-americanos e piadas sobre trabalho forçado.

12. The Merv Griffin Show

Jerry descobre que a nova namorada possui brinquedos antigos e, impedido de tocá-los, opta por sedá-la com analgésicos. A estratégia é repetida com a ajuda de George e Elaine, que administram vinho e triptofano para prolongar a “hora do brinquedo”. O enredo envolve consentimento comprometido, tema hoje tratado com extrema seriedade.

13. The Wizard

Convencida por Jerry de que seu namorado Darryl é negro, Elaine tenta confirmar a suposição sem perguntar diretamente. Darryl, por sua vez, crê que ela seja latina. A confusão realça a falta de diversidade na série e expõe a dificuldade de personagens brancos ao discutir raça sem constrangimento.

14. The Bookstore

Durante uma visita a uma livraria, George é obrigado a comprar um livro que leva ao banheiro e, para evitar o gasto, decide furtar outro exemplar idêntico. O que chama a atenção, porém, é a ideia de Kramer e Newman de criar um serviço de riquixás puxados por pessoas em situação de rua. Os dois justificam que “eles já andam pela cidade”, ignorando a dignidade dos trabalhadores.

15. The Puerto Rican Day

No penúltimo capítulo da série, o grupo fica preso no trânsito causado pelo desfile do Dia de Porto Rico em Manhattan. A confusão atinge um ápice quando Kramer, irritado, queima acidentalmente a bandeira porto-riquenha e pisa nela para apagar o fogo. A cena gerou reclamações imediatas, levou a emissora a retirar o episódio de reprises por alguns anos e permanece como uma das sequências mais controversas da comédia.

Rever “Seinfeld” com olhar atualizado evidencia como o humor evolui em consonância com transformações sociais. Situações antes recebidas com gargalhadas passam a servir de estudo sobre o período em que foram escritas, ressaltando o papel do contexto histórico na recepção de obras audiovisuais.

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