WLFI distribui 8,4 milhões de tokens WLFI e migra Programa de Pontos USD1 para modelo de fidelidade em blockchain

World Liberty Financial (WLFI) anunciou a liberação de 8,4 milhões de tokens WLFI, avaliados em cerca de US$ 1,2 milhão, para usuários que colaboraram com a adoção da stablecoin USD1 nos últimos dois meses. A iniciativa inaugura uma nova etapa de fidelidade baseada em blockchain, na qual os participantes deixam de acumular pontos tradicionais e passam a receber ativos digitais que conferem direito a governança e participação nos lucros do ecossistema.

Quem é a WLFI e qual a relação com a stablecoin USD1

A WLFI é uma empresa de criptoativos ligada politicamente ao ex-presidente Donald Trump. Seu principal produto é a USD1, stablecoin que mantém paridade com o dólar norte-americano e é custodiada pela empresa de custódia BitGo. Dados da própria companhia indicam que o ativo ocupa o sexto lugar mundial em capitalização, totalizando US$ 2,99 bilhões. Esse volume posiciona a moeda entre as dez maiores stablecoins do mercado e sustenta a proposta da WLFI de buscar adoção em larga escala.

Origem e funcionamento do Programa de Pontos USD1

Lançado em agosto de 2025, o Programa de Pontos USD1 foi criado para incentivar transações da moeda em exchanges parceiras. Usuários recebiam pontos ao negociar pares que envolvessem a stablecoin ou ao mantê-la em suas carteiras custodiais. Em dois meses, a companhia reportou volume superior a US$ 500 milhões em negociações, indicador que evidenciou, segundo a WLFI, a eficácia do esquema de recompensas para impulsionar liquidez e visibilidade do token.

A estrutura original do programa seguia lógica semelhante a iniciativas de milhagem no setor aéreo: quanto maior o uso do serviço, maiores os pontos acumulados. Com o tempo, a empresa determinou que trocar pontos por tokens on-chain seria mais alinhado à filosofia de descentralização defendida pela indústria cripto. Essa mudança culminou no anúncio do airdrop de WLFI.

Detalhes do airdrop de 8,4 milhões de WLFI

Segundo a WLFI, os 8,4 milhões de tokens serão creditados diretamente em contas de usuários consideradas elegíveis. Para operacionalizar a distribuição, a empresa firmou acordos com seis exchanges centralizadas de grande porte. Cada plataforma definirá prazos, procedimentos de verificação e modelos de rateio, respeitando regulamentos internos e níveis locais de conformidade.

O número de tokens distribuídos corresponde a aproximadamente US$ 1,2 milhão, valor calculado com base na cotação de cerca de US$ 0,14 por unidade. A conversão divulgada em reais alcança R$ 6,4 milhões. De acordo com a entidade, esse montante representa apenas a primeira parcela de um sistema recorrente de recompensas que poderá incluir novas emissões conforme a evolução do ecossistema.

Como a elegibilidade é determinada

Os critérios de participação estão vinculados ao histórico de interação do usuário com a stablecoin USD1 durante o período de vigência do Programa de Pontos. A WLFI informa que as regras podem variar entre as exchanges participantes, mas a métrica principal é a quantidade de pontos acumulados por volume negociado ou saldo mantido em carteiras custodiadas. Não há, no anúncio, referência a limites máximos por usuário, mas a empresa reforça que cada plataforma “poderá estabelecer termos próprios para a alocação dos ativos”.

Depois de recebido o token WLFI, o participante passa a ter direitos de voto em decisões de governança e possibilidade de receber parte dos lucros associados ao ecossistema. Os detalhes sobre a periodicidade de distribuição de dividendos e a abrangência dessas decisões ainda não foram divulgados pela companhia.

Transição para um modelo de fidelidade totalmente on-chain

O airdrop marca a conversão do Programa de Pontos em um sistema integralmente baseado em blockchain. Na prática, pontos off-chain que antes apenas representavam um saldo numérico passam a ser substituídos por tokens programáveis, negociáveis e rastreáveis em tempo real pelas redes públicas de registro distribuído.

Com essa migração, a WLFI busca oferecer transparência às recompensas, robustecer a liquidez do token WLFI e fomentar o engajamento de longo prazo. A empresa argumenta que, ao transferir para o usuário um ativo com valor de mercado e funções de governança, cria-se um incentivo direto para que os detentores impulsionem a adoção da stablecoin, já que o sucesso do ecossistema tende a refletir no preço do próprio token de recompensa.

Próximos passos anunciados pela World Liberty Financial

Além da distribuição inicial de tokens, a WLFI divulgou um roteiro com novas funcionalidades para o programa. O planejamento inclui:

• Acúmulo de pontos por meio de staking do token WLFI ou da stablecoin USD1, possibilitando que participantes bloqueiem ativos em contratos inteligentes em troca de rendimentos futuros.

• Integração com protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), ampliando opções de uso para quem participa do ecossistema. A companhia pretende conectar a USD1 a pools de liquidez e serviços de empréstimo, o que pode aumentar a circulação do ativo.

• Extensão do programa para outras exchanges, inclusive plataformas regionais, com o objetivo de diversificar canais de acesso e reduzir dependência de poucas corretoras internacionais.

• Ampliação do leque de recompensas, contemplando não só tokens WLFI, mas também eventuais descontos em taxas, acesso antecipado a novos produtos financeiros e participação em rodadas internas de financiamento.

Impacto potencial sobre o mercado de stablecoins

Com capitalização que se aproxima de US$ 3 bilhões, a USD1 já é apresentada pela WLFI como um dos principais pares de negociação em exchanges selecionadas. A introdução de incentivos on-chain pode elevar ainda mais o volume de transações, sobretudo se o programa conseguir converter usuários ocasionais em detentores de longo prazo.

Stablecoins ocupam papel estratégico no mercado cripto porque funcionam como porta de entrada para iniciantes e como unidade de contabilidade para traders avançados. Ao atrelar recompensas diretas — e não apenas estabilidade de preço — a WLFI tenta diferenciar sua oferta em um segmento no qual a disputa por liquidez é alta e margens, tradicionalmente apertadas.

Governança, lucros e descentralização

O modelos delineado pela companhia atribui ao token WLFI duas utilidades principais. A primeira é servir como mecanismo de governança, permitindo que detentores votem em propostas de desenvolvimento do protocolo, listagem de novos produtos ou alterações em parâmetros fundamentais, como percentual de rendimentos em staking. A segunda é fornecer acesso a uma fatia dos lucros que a empresa obtém com serviços desse ecossistema, recriando, no ambiente cripto, práticas equivalentes a distribuição de dividendos em sociedades anônimas.

Ao adotar esse formato, a WLFI afirma alinhar os interesses de empresa e usuários, pois um crescimento na demanda por USD1 reforçaria as finanças corporativas e, por consequência, o valor de mercado do token de governança. Essa estrutura também pode favorecer a descentralização, na medida em que dilui a influência da equipe fundadora sobre decisões estratégicas.

Interação com exchanges centralizadas

Embora as finanças descentralizadas sejam parte do plano, a WLFI recorre a seis exchanges centralizadas para executar o airdrop. Essa escolha oferece liquidez imediata e simplifica o processo para usuários com menor familiaridade com carteiras autônomas. Em contrapartida, coloca sobre essas plataformas a responsabilidade de verificar elegibilidade e cumprir normas de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

A definição de prazos e procedimentos individuais por cada exchange pode resultar em cronogramas distintos de liberação do token, algo que o usuário deverá acompanhar no painel da plataforma em que mantém conta. A empresa alerta que quem não atender à documentação solicitada pode ter a distribuição suspensa até regularização.

Valor de mercado do token de governança

Negociado a US$ 0,14, o token WLFI já possui mercado secundário ativo. A própria divulgação do airdrop pode influenciar a volatilidade nos próximos dias, pois a entrada de novos detentores aumenta a oferta disponível. A WLFI não menciona mecanismos de travas ou períodos de carência, o que indica que cada participante fica livre para vender ou reter os tokens recebidos assim que forem creditados.

Fidelidade como pilar estratégico

A comparação feita pela companhia com programas de milhagem enfatiza o objetivo de transformar uso cotidiano em participação acionária simbólica. Ao transportar para a blockchain práticas amplamente aceitas pelo consumidor tradicional, o projeto tenta reduzir a barreira de entrada e, ao mesmo tempo, fidelizar usuários que já operam no mercado de criptomoedas.

Se bem-sucedido, o modelo poderá inspirar iniciativas semelhantes em outras stablecoins ou até em produtos financeiros convencionais tokenizados. A WLFI sustenta que a combinação de estabilidade de preço, governança distribuída e partilha de receitas confere ao ecossistema uma proposta de valor diferenciada em relação a concorrentes que se limitam à paridade com o dólar.

Cronograma e expectativas futuras

Embora a data exata da conclusão do airdrop não tenha sido tornada pública, a empresa menciona que o processo se estenderá até que as seis exchanges finalizem suas verificações internas. Após essa etapa, o foco desloca-se para integração com serviços DeFi, expansão de staking e anúncio de outras parcerias corporativas.

Com a stablecoin USD1 consolidada entre as maiores do setor e o token WLFI já disponível em mercado aberto, a empresa pretende usar o engajamento gerado pelo airdrop como alavanca para novas funcionalidades. O roteiro divulgado inclui ainda possibilidades de adesão por usuários que não participaram do período inicial, desde que atendam a requisitos futuros que serão detalhados em comunicados posteriores.

Ao estabelecer um ciclo contínuo de recompensas e participação, a WLFI reforça sua estratégia de unir fidelização, engajamento e descentralização, convertendo apoiadores da stablecoin em agentes do próprio negócio.