Uso de militares contra migração ilegal: ministro descarta

Uso de militares contra migração ilegal voltou ao centro do debate no Reino Unido após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir que tropas poderiam ser acionadas para barrar travessias no Canal da Mancha. O secretário de Comércio, Peter Kyle, descartou a ideia e reforçou que a missão continua sob responsabilidade exclusiva da UK Border Force.

Centenas de migrantes tentaram atravessar o Canal nesta sexta-feira, aproveitando a trégua nos ventos após uma semana de mar agitado. Seis embarcações partiram do norte da França, no mesmo dia em que um eritreu tornou-se o segundo deportado no âmbito do acordo “um para um” firmado entre Londres e Paris.

Uso de militares contra migração ilegal: ministro descarta

Em entrevista à BBC Breakfast, Kyle afirmou que “o Reino Unido já dispõe de uma força especializada, reforçada e com novos poderes”, tornando desnecessário o emprego das Forças Armadas na contenção de migrantes. Segundo ele, a Marinha mantém cooperação operacional com a Border Force e pode ser acionada em apoio, mas a prioridade das forças militares é “defender interesses estratégicos em outras frentes globais”.

Trump defendeu o endurecimento durante coletiva na residência oficial de Chequers, ao lado do primeiro-ministro Sir Keir Starmer. “Isso destrói países por dentro; não importa quais meios sejam usados”, declarou o republicano. Essa postura contrasta com a estratégia do governo trabalhista, baseada em devoluções negociadas com a França e em diretrizes mais rígidas para tribunais.

Do lado britânico, o Ministério do Interior endureceu critérios para alegações de tráfico humano e iniciou apelação para reduzir prazos de contestação de deportações. Mais de 5.500 pessoas chegaram em pequenas embarcações desde agosto, mas Westminster aposta que voos de retorno frequentes funcionarão como forte dissuasão.

Atualmente, cerca de 100 homens aguardam em centros de remoção próximos ao aeroporto de Heathrow, podendo ser reenviados à França nos próximos dias. A nova secretária do Interior, Shabana Mahmood, prometeu combater “reclamações de última hora” e acelerar o processamento de casos. “Queremos um sistema tão rápido e eficiente que desestimule novas chegadas”, reiterou Kyle.

Partidos à direita, como Conservadores e Reform UK, pedem medidas ainda mais duras. Reform, presidido por Nigel Farage, defende rebocar barcos de volta à costa francesa como “último recurso”, mas nenhuma sigla propôs empregar tropas — opção já aplicada nos EUA, onde, segundo dados oficiais, as detenções caíram após ordens executivas de Trump, conforme mostrou a BBC.

Em síntese, o governo britânico mantém a Border Force na linha de frente contra a migração irregular e rejeita militarizar a fronteira marítima. Para acompanhar outras análises sobre políticas públicas, visite nossa seção Notícias e Tendências e siga navegando pelo site.

Crédito da imagem: Getty Images

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