Turista norte-americano é encontrado sem vida nos Pirenéus após quase um mês desaparecido

As autoridades espanholas localizaram o corpo de Cole Henderson, cidadão dos Estados Unidos de 27 anos, na face norte do Monte Perdido, no Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido, quase um mês depois de ter sido dado como desaparecido.

Caminhada a solo terminou em queda mortal

Segundo a Guardia Civil, Henderson iniciou o percurso a 9 de julho, depois de estacionar o automóvel na localidade de Torla. O objetivo era alcançar o Monte Perdido, o terceiro pico mais alto dos Pirenéus. O último contacto conhecido ocorreu nesse mesmo dia, por volta das 14h00, quando enviou uma mensagem de texto aos amigos.

Testemunhos indicam que o grupo com quem viajara acompanhou-o numa parte do trilho, mas o engenheiro decidiu prosseguir sozinho, colocando o telemóvel em modo de avião para poupar bateria. A 13 de julho deveria ter embarcado num voo para Amesterdão, onde residia e trabalhava para a Dexter Energy, empresa de inteligência artificial aplicada a energias renováveis. A ausência no embarque levou os amigos a alertarem as autoridades, que formalizaram o desaparecimento a 14 de julho.

Busca mobilizou meios terrestres e aéreos

Desde a comunicação do desaparecimento, equipas de salvamento, cinotécnicos, cães de busca, helicópteros e operadores de drones percorreram extensas áreas do parque. A operação ganhou visibilidade internacional depois de apelos difundidos nas redes sociais pelos companheiros de Henderson, que partilharam pormenores do itinerário para angariar ajuda.

O corpo foi avistado numa zona de difícil acesso, na vertente pertencente ao município de Bielsa. De acordo com a polícia, tudo indica que o excursionista terá sofrido uma queda de cerca de 200 metros. Uma vez confirmado o avistamento, as equipas procederam à extração por via aérea, recorrendo a guincho para içar a vítima, que já não apresentava sinais vitais.

Histórico de acidentes na mesma região

Este não é o primeiro incidente fatal registado no Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido. Em junho do ano passado, um caminhante britânico de 70 anos foi encontrado morto, quatro dias após o desaparecimento, perto do pico Aspe, também na cordilheira pirenaica. Tal como agora, o resgate contou com a intervenção de equipas especializadas e apoio de helicóptero.

Os Pirenéus são procurados por praticantes de montanhismo de toda a Europa, mas apresentam declives acentuados, mudanças bruscas de tempo e zonas rochosas instáveis, fatores que dificultam tanto a progressão como eventuais operações de salvamento.

Recomendações das autoridades

Após o desfecho do caso, a Guardia Civil reiterou a importância de planificar os percursos, manter comunicação regular e evitar caminhadas solitárias em zonas de alta montanha. O uso de dispositivos de localização e o registo de itinerários junto dos serviços de socorro locais são algumas das medidas sugeridas para reduzir o risco em futuras expedições.

A família de Henderson foi informada do resultado das buscas e está a receber apoio consular das autoridades norte-americanas. A investigação ao acidente continua em aberto, mas os agentes sublinham não existirem indícios de crime, apontando a queda como causa provável da morte.

Com a conclusão deste resgate, termina uma operação que envolveu múltiplos recursos humanos e tecnológicos, destacando uma vez mais os perigos associados ao montanhismo nos Pirenéus e a necessidade de precaução reforçada por parte dos visitantes.

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