Trabalhar com games: artista de COD relata desafios

Trabalhar com games hoje significa equilibrar prazos apertados, demissões em massa e a chegada acelerada da inteligência artificial (IA) aos estúdios. Quem explica é o diretor de arte Liam Proniewicz, profissional com 12 anos de carreira e créditos em Call of Duty: Black Ops 6, que falou sobre bastidores da indústria durante o festival Pixel Show, em São Paulo.
Segundo Proniewicz, o ciclo pós-pandemia esfriou a demanda por entretenimento digital, mas a pressão por resultados continuou. “É desafiador alinhar expectativa de clientes e qualidade de entrega”, resume o artista, ressaltando que a paixão pelo projeto sustenta as equipes.
Trabalhar com games: artista de COD relata desafios
Para minimizar o crunch — período de trabalho intenso na reta final de produção — o diretor defende comunicação transparente e planejamento rígido. “Quando precisamos acelerar, unimos produção e arte para evitar sacrificar a qualidade”, afirma.
Crunch, demissões e IA no dia a dia dos estúdios
Proniewicz reconhece que os cortes de orçamento e equipe são realidade frequente, reflexo da busca por eficiência. Ele vê, porém, espaço para inovação. A IA, por exemplo, “é ferramenta de potencial criativo, não ameaça”, comenta. O profissional compara o avanço atual a softwares de animação que, no passado, redefiniram fluxos de trabalho.
“Nosso valor não está em tornar tudo mais rápido ou barato, mas em causar emoção no jogador. A IA ajuda a prototipar e ganhar tempo para decisões artísticas”, explica. Estúdios que adotam algoritmos para tarefas repetitivas liberam artistas para etapas conceituais, tendência observada em relatórios da GamesIndustry.biz.
Realismo cinematográfico e responsabilidade
Com hardware mais potente, os games se aproximam do cinema em termos de narrativa e gráfico. Em Black Ops 6, a meta foi oferecer imersão sem banalizar a violência. “Optamos por transmitir tensão com linguagem visual e teoria do movimento, evitando cenas explícitas”, detalha.
Proniewicz cita que Battlefield 6 adotou filosofia semelhante ao retratar conflitos modernos com respeito, priorizando sensação de urgência em vez de choque gratuito.
Dicas para novos profissionais
A quem deseja ingressar no mercado, o diretor recomenda curiosidade e experimentação constantes. “Pequenas descobertas podem se tornar pilares de carreira”, diz. Ele elogia ainda a comunidade brasileira: “O talento daqui está moldando o futuro global. Continuem ultrapassando limites”.
Liam participa do Pixel Show até amanhã (12) com workshops e palestras que abordam criatividade, design e tecnologia.
Em resumo, o artista reforça que trabalhar com games exige resiliência e adaptação: “A paixão é o que mantém cada projeto em pé, mesmo sob pressão”. Continue acompanhando nossa editoria de Inteligência Artificial para entender como as novas tecnologias estão transformando a indústria criativa.
Crédito da imagem: Voxel

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