Terras raras: Haddad vê interferência dos EUA no Brasil
Terras raras: Haddad vê interferência dos EUA no Brasil
Terras raras: Haddad vê interferência dos EUA no Brasil foi a principal acusação feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao comentar os atritos recentes entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Segundo o ministro, o interesse norte-americano nos minerais críticos brasileiros explicaria pressões políticas e comerciais de Washington sobre Brasília.
Terras raras: Haddad vê interferência dos EUA no Brasil
Numa entrevista ao canal TV GGN neste sábado (23), Haddad afirmou que os Estados Unidos “precisam de um governo entreguista” para garantir acesso às reservas nacionais de terras raras, essenciais para ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e equipamentos de alta tecnologia. O ministro citou, como exemplo de pressão, a tarifa de 50% imposta recentemente sobre bens brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Haddad observou que a disputa por minerais estratégicos não se limita ao Brasil. Ele lembrou a declaração do empresário Elon Musk, em 2023, sobre a possibilidade de uma intervenção na Bolívia para assegurar o lítio daquele país. “Eles naturalizaram algo que jamais poderia ser tratado assim”, criticou.
De acordo com dados mencionados pelo ministro, o Brasil detém mais de dez vezes a quantidade de minerais críticos disponível nos EUA, ficando atrás apenas da China, que pretende usar internamente suas 44 milhões de toneladas de reservas. Para Haddad, esse cenário reforça a necessidade de um marco regulatório que garanta ao país posição privilegiada na cadeia global de suprimentos.
Haddad também relacionou a regulação das terras raras à transformação digital brasileira. Ele destacou que 60% dos dados nacionais são processados no exterior e que o governo quer atrair R$ 2 trilhões em investimentos em data centers na próxima década, reduzindo a dependência externa e protegendo a soberania digital.
Relatórios do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmam que a disponibilidade de minerais críticos em solo norte-americano é limitada, o que aumenta a relevância das reservas sul-americanas no planejamento estratégico de Washington.
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Crédito da imagem: Fellipe Abreu/iStock

Imagem: Fellipe Abreu