Tensões EUA-Venezuela: Maduro treina civis para guerra

Tensões EUA-Venezuela: Maduro treina civis para guerra

Tensões EUA-Venezuela: sob a justificativa de uma “guerra não declarada” após a presença de navios norte-americanos no Caribe Sul, o presidente Nicolás Maduro ativou a Milícia Nacional Bolivariana e determinou treinamento de cidadãos para defender o país.

Formada principalmente por idosos, a força surgiu em 2009 no governo Hugo Chávez e hoje, 16 anos depois, volta ao centro das atenções. Entre os voluntários está Edith Perales, 68, morador do bairro 23 de Enero, em Caracas, que guarda uniforme e botas “pronto para servir” quando for chamado.

Tensões EUA-Venezuela: Maduro treina civis para guerra

A mobilização ocorreu depois de o Comando Sul dos Estados Unidos destruir três embarcações que, segundo Washington, levavam drogas da Venezuela para território norte-americano, ação que resultou na morte de 17 pessoas. Para Caracas, o episódio confirma “agressão militar” e justifica a preparação popular.

Enquanto especialistas lembram que o número de navios não indica invasão iminente, a retórica oficial endureceu. Maduro ordenou às Forças Armadas (FANB) levar os quartéis “às comunidades”, promovendo oficinas com fuzis AK-103 descarregados, tanques e cartazes instrutivos. Em Petare, um dos maiores bairros da capital, moradores — inclusive crianças — acompanharam lições básicas de mira e postura.

Francisco Ojeda, 69, atirou-se ao asfalto quente para simular posição de combate. “Se precisar, dou minha vida”, afirmou, enquanto soldados corrigiam seu manuseio do armamento. Glady Rodríguez, 67, reforçou que “nenhum governo dos EUA vai nos invadir”. Já Yarelis Jaimes, 38, admitiu nervosismo por segurar um fuzil pela primeira vez, mas disse acreditar “ser capaz”.

Segundo o analista político Benigno Alarcón, da Universidade Católica Andrés Bello, o objetivo estratégico não é engajar a milícia em confrontos, e sim criar um “escudo humano” que aumente o custo de qualquer ofensiva norte-americana — independentemente do nível de treinamento ou mesmo do armamento real disponível.

Maduro sustenta que 8,2 milhões de civis integram milícias ou reservas, número questionado por opositores. Parte dos servidores públicos relata ter sido pressionada a aderir às fileiras, historicamente usadas para engrossar atos políticos. Apesar da movimentação, a vida segue quase normal fora dos redutos chavistas: vendedores ambulantes negociam mercadorias a poucos metros dos exercícios militares.

As relações EUA-Venezuela deterioraram-se ainda mais desde que Donald Trump reassumiu a Casa Branca, rejeitou o resultado oficial das eleições de julho de 2024 — vencidas, segundo a oposição, por Edmundo González —, classificou o Tren de Aragua como grupo terrorista e dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Maduro. O presidente venezuelano nega ligação com cartéis, mas aceitou repatriar migrantes deportados e pediu, sem sucesso, reunião com Trump.

Em meio à escalada, fontes do governo venezuelano reforçam que “cada rua será um bastião”. O clima de urgência contrasta com a percepção de normalidade em grande parte do país.

Reportagem baseada em informações da BBC News Mundo; para mais contexto internacional, consulte a cobertura da BBC em português.

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Crédito da imagem: Nicole Kolster/BBC

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