Tapeçaria de Bayeux fecha na França antes de Londres
Tapeçaria de Bayeux fecha na França antes de Londres A obra-prima bordada que retrata a invasão normanda da Inglaterra em 1066 será retirada do público no Museu de Bayeux a partir de 1º de setembro, quando começam obras de um novo espaço expositivo. O próximo momento para vê-la deverá ser no British Museum, em Londres, a partir do outono do ano que vem.
Especialistas temem pela integridade do tecido milenar
A decisão de enviar a tapeçaria de quase mil anos ao Reino Unido provocou forte reação no meio cultural francês. Uma petição que qualifica o empréstimo como “crime cultural” já soma 60 mil assinaturas. Conservadores alertam que as vibrações inevitáveis de um trajeto rodoviário podem causar danos irreversíveis aos 70 metros de linho e lã do painel, composto por 58 cenas, 626 personagens e 202 cavalos.
Mesmo assim, o alto funcionário Philippe Bélaval, responsável pelo projeto, defendeu que a tapeçaria “não é intransportável”, citando um estudo técnico concluído este ano. Os autores do relatório e suas conclusões detalhadas não foram divulgados.
Acordo cultural envolve troca inédita de peças
O empréstimo, anunciado em julho pelo presidente Emmanuel Macron e pelo primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, faz parte de um acordo de reciprocidade. Enquanto a Tapeçaria de Bayeux permanecer em Londres até julho de 2027, objetos anglo-saxões de Sutton Hoo e as peças de xadrez de Lewis, do século XII, viajarão para museus da Normandia.
O fluxo de visitantes à cidade aumentou nas últimas semanas, com turistas buscando uma última oportunidade antes do fechamento. Segundo autoridades locais, a reforma do museu deve durar pelo menos dois anos.
O empréstimo reacende o debate histórico entre França e Reino Unido: bordada no século XI, possivelmente em Kent, a tapeçaria termina com a fuga dos anglo-saxões na Batalha de Hastings, símbolo da mudança de poder na Inglaterra medieval.
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Crédito da imagem: Reuters
