Superbactérias desafiam antibióticos e ameaçam 10 mi por ano

Superbactérias já figuram entre as maiores ameaças sanitárias do século XXI, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Capazes de resistir a vários antibióticos, esses microrganismos tornam infecções comuns difíceis de tratar e colocam em risco procedimentos como cirurgias e quimioterapia.
O problema é fruto de décadas de uso excessivo e incorreto de antimicrobianos na medicina humana e na agropecuária. Quando um medicamento elimina apenas as bactérias sensíveis, as portadoras de mutações de resistência sobrevivem, multiplicam-se e espalham seus genes por meio de processos como conjugação e transdução.
Superbactérias desafiam antibióticos e ameaçam 10 mi por ano
A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que, mantida a trajetória atual, infecções por bactérias multirresistentes poderão provocar até 10 milhões de mortes anuais em 2050, superando o câncer. Entre as cepas mais preocupantes estão Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii e o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA).
A capacidade de troca rápida de material genético acelera o problema, principalmente em ambientes hospitalares, onde o uso constante de antibióticos cria pressão seletiva permanente. De acordo com a OMS, detalhada em seu site oficial (https://www.who.int/), a resistência antimicrobiana figura entre as dez maiores ameaças globais de saúde pública.
Para a microbiologista brasileira Ana Paula Assef, da Fiocruz, o risco é de um retrocesso à era pré-penicilina: “infecções simples podem voltar a ser fatais se não houver novos medicamentos e controle rigoroso do consumo de antibióticos”, afirma.
Especialistas defendem uma resposta multidisciplinar que inclua vigilância epidemiológica, prevenção de infecções hospitalares e campanhas educativas sobre uso racional de remédios. Investimentos em pesquisa são cruciais: cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstraram que algoritmos de inteligência artificial podem acelerar a descoberta de compostos capazes de driblar a resistência bacteriana.
Com a perspectiva de 10 milhões de mortes por ano, conter as superbactérias deixou de ser opção e passou a ser necessidade urgente. A adoção de políticas públicas, aliada ao desenvolvimento de antibióticos inovadores, é vital para preservar a eficácia dos tratamentos modernos.
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Crédito da imagem: Freepik
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