Shutdown nos EUA ameaça demissões em massa, diz Casa Branca

Shutdown nos EUA entra no segundo dia sem sinais de acordo no Congresso, e a Casa Branca alerta para demissões “iminentes” que podem se tornar permanentes ainda nesta semana.
Com milhares de servidores federais já afastados sem remuneração, o governo de Donald Trump pressiona parlamentares a aprovarem um pacote de gastos que evite o prolongamento do fechamento. A vice-presidência, representada por JD Vance, culpou os democratas pelo impasse e sugeriu cortes definitivos na força de trabalho caso a paralisação se estenda.
Shutdown nos EUA ameaça demissões em massa, diz Casa Branca
No briefing de quarta-feira (24), Vance apareceu ao lado da porta-voz Karoline Leavitt e afirmou que “às vezes é preciso fazer o que não se quer”, indicando que as dispensas podem começar “em dois dias, muito em breve”. Segundo ele, a oposição estaria “brincando de política” ao condicionar o voto a garantias sobre financiamento de saúde.
Impasse político bloqueia votação até sexta-feira
O Senado foi suspenso sem definição, e a próxima tentativa de votação ocorrerá apenas na sexta (26). Democratas exigem assegurar verbas para programas de saúde antes de apoiar qualquer medida temporária, enquanto republicanos defendem manter o governo aberto até meados de novembro com o orçamento atual. “Os democratas mantêm o povo americano como refém”, acusou o líder da maioria republicana na Câmara, Mike Johnson.
Riscos econômicos e ameaça a 750 mil servidores
Analistas preveem um impacto maior que o shutdown de 2018, já que cerca de 40 % dos funcionários federais — cerca de 750 mil pessoas — podem ser afastados. Essenciais, como militares e agentes de fronteira, seguem trabalhando sem salário. O Escritório de Orçamento da Casa Branca estimou que a paralisação pode custar bilhões de dólares em perda de produção, segundo reportagem da BBC.
Trump, em publicação na Truth Social, instou aliados a “aproveitar a chance” para eliminar “desperdícios” e anunciou o bloqueio de US$ 18 bi em projetos de infraestrutura em Nova York, reduto dos líderes democratas Chuck Schumer e Hakeem Jeffries.
Perspectivas
Mesmo sem votos suficientes para aprovar o orçamento sozinho, o Partido Republicano afirma não haver mais pontos a negociar. Já democratas, como o senador Chris Murphy, reiteram que o governo só reabrirá “quando os republicanos se dispuserem a conversar”.
A confirmação ou não das demissões deverá ser detalhada pelo diretor de orçamento Russell Vought em reuniões fechadas com parlamentares ainda esta semana.
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Imagem: Getty Images
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