Serviço militar voluntário na Alemanha pode abrir conscrição
Serviço militar voluntário na Alemanha pode abrir conscrição
Serviço militar voluntário na Alemanha é o eixo de um projeto de lei aprovado pelo gabinete do chanceler Friedrich Merz, que amplia as Forças Armadas e permite convocação obrigatória caso faltem recrutas.
Projeto mira reforço rápido da Bundeswehr
O texto determina que todos os alemães de 18 anos recebam um questionário on-line sobre disposição para servir e condições físicas. O preenchimento será obrigatório para homens e opcional para mulheres. A meta é elevar o efetivo ativo de 182 mil para 260 mil soldados até o início da próxima década e expandir a reserva para 200 mil integrantes.
Conscrição em espera, mas Bundestag terá palavra final
O governo afirma que o serviço permanecerá voluntário “enquanto possível”. Se a segurança se deteriorar ou o número de voluntários for insuficiente, o Executivo poderá propor a reativação da conscrição — abolida em 2011 —, exigindo autorização do Bundestag. Parlamentares conservadores temem que essa etapa atrase decisões em caso de emergência.
Financiamento e pressão internacional
Para custear o fortalecimento militar, a coalizão flexibilizou regras fiscais e destinou 3,5% do PIB à Defesa nos próximos quatro anos, ecoando críticas do ex-presidente dos EUA Donald Trump sobre a responsabilidade europeia. Merz resume a estratégia: “Precisamos ter capacidade de nos defender para não ter de nos defender”.
Disputa por jovens voluntários
O ministro da Defesa, Boris Pistorius, aposta em salários atraentes e campanhas de recrutamento — que já aumentaram as adesões em 28% no primeiro semestre — para evitar a obrigatoriedade. Estudantes, representados por Quentin Gärtner, exigem voz no processo, enquanto grupos pacifistas, como Rheinmetal Entwaffnen, rejeitam “lutar pelas guerras das classes dominantes”. Artigos críticos, como o de Johannes Angermann na emissora pública MDR, defendem investir em um exército profissional em vez de impor serviço obrigatório.
Análise da BBC News aponta que a iniciativa alinha a Alemanha a vizinhos europeus que revêm políticas de defesa desde 2022.
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Crédito da imagem: Christian Mang/Getty Images

Imagem: Internet