Rússia descarta atacar Otan e UE, declara ministro

Rússia descarta atacar Otan ou qualquer estado da União Europeia, afirmou o chanceler Sergei Lavrov neste sábado (­­­­­­—), durante discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York. Segundo ele, a narrativa de que Moscou planeja avançar militarmente sobre países ocidentais “não passa de provocação”.

Lavrov, porém, alertou que qualquer “agressão” contra o território russo terá “resposta decisiva”. O ministro criticou o que classificou como “ameaças cada vez mais frequentes” vindas de líderes ocidentais e citou exercícios militares da Otan próximos às fronteiras russas como fator de tensão.

Rússia descarta atacar Otan e UE, declara ministro

O chanceler também abordou outros conflitos. Ele condenou os ataques de 7 de outubro de 2023 do Hamas contra Israel, mas afirmou não haver “justificativa” para as “mortes brutais” de civis palestinos na Faixa de Gaza e para supostos planos israelenses de anexar a Cisjordânia. Lavrov acusou Tel Aviv de ampliar a operação militar para países vizinhos, o que, segundo ele, “pode incendiar toda a região”.

Críticas a sanções e denúncias de incursões aéreas

Em referência ao programa nuclear iraniano, Lavrov classificou de “ilegal” a decisão de potências ocidentais de restabelecer sanções contra Teerã após o fracasso de uma iniciativa russo-chinesa para adiar as restrições. As medidas entraram em vigor no domingo (00h00 GMT).

Sobre a Europa, o diplomata mencionou recentes alertas de Dinamarca, Estônia e Polônia a respeito de drones e aviões supostamente russos. Ele negou envolvimento e atribuiu as suspeitas a “campanhas de desinformação”. A Otan já advertiu que utilizará “todas as ferramentas necessárias” para se defender de futuras incursões.

Relações com os Estados Unidos e conflito na Ucrânia

Lavrov comentou a postura de Washington, dizendo enxergar na administração Biden “desejo de cooperar pragmaticamente” sem viés ideológico, embora observe resistência em buscar uma solução “realista” para a guerra na Ucrânia. O ex-presidente Donald Trump, citado no discurso, sugeriu esta semana que Kiev “pode recuperar todo o seu território original”, ao mesmo tempo em que defendeu que países da Otan derrubem aeronaves russas que violem seu espaço aéreo.

O ministro reiterou que o Kremlin continua aberto a negociações, desde que sejam consideradas “as realidades no terreno” e os interesses de segurança de Moscou.

Mais detalhes sobre o pronunciamento podem ser conferidos na cobertura da BBC News, referência internacional em jornalismo de política externa.

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Crédito da imagem: Reuters