Robô transformável D1 alterna entre bípede e quadrúpede, vence terrenos difíceis e carrega até 100 kg

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Um vídeo de um minuto e trinta e cinco segundos apresentou ao público o D1, robô modular da Direct Drive Technology, empresa de Hong Kong. A máquina exibe a capacidade inédita de alternar entre estruturas bípedes independentes e um formato quadrúpede unificado, deslocando-se com precisão por diferentes tipos de terreno, transportando cargas de até 100 kg e alcançando velocidade de 11 km/h. O projeto mira tarefas como entregas de curta distância, patrulhamento, busca e resgate e filmagens móveis.
- Quem desenvolveu o D1 e qual é a inovação principal
- Como o robô muda de forma
- Desempenho em terrenos diversos
- Capacidade de carga e interação com humanos
- Aplicações sugeridas pela fabricante
- Especificações técnicas detalhadas
- Velocidade e eficiência energética
- Configurações comerciais e preços
- Cenário competitivo
- Processamento embarcado e controle autônomo
- Considerações sobre autonomia operacional
- Potencial de evolução
- Disponibilidade imediata
Quem desenvolveu o D1 e qual é a inovação principal
A Direct Drive Technology assinou a autoria do equipamento e escolheu o YouTube para a primeira demonstração pública. Ao adotar um design conversível, a companhia posiciona o D1 como o primeiro robô comercial capaz de alterar a própria forma sem troca de módulos externos. A transformação amplia a faixa de utilização, pois as mesmas unidades mecânicas podem operar isoladas, como bípedes, ou combinadas na forma de um quadrúpede robusto.
Como o robô muda de forma
Cada metade do sistema pesa 24,3 kg e funciona de forma autônoma, com locomoção sobre rodas e pernas. Quando a missão exige estabilidade adicional, as duas seções se conectam, formando um corpo único com quatro membros articulados. O mecanismo de acoplamento permite que a transição ocorra rapidamente, sem necessidade de ferramentas externas. No modo quadrúpede, o centro de gravidade fica mais baixo e a distribuição de peso pelas quatro extremidades aumenta a tração em superfícies irregulares. No modo bípede, cada unidade torna-se mais estreita e leve, o que favorece a passagem por corredores, portas ou trilhas planas.
Desempenho em terrenos diversos
No vídeo de demonstração, o D1 acelera em terreno plano, destacando sua mobilidade com rodas nos modos bípede e quadrúpede. Quando o solo apresenta obstáculos, a máquina ergue as pernas para superar depressões, pedras ou desníveis. A combinação de rodas e articulações reduz o impacto sobre os motores e preserva velocidade constante. Em áreas mais acidentadas, o formato quadrúpede se torna essencial, distribuindo forças e minimizando o risco de tombamento.
Capacidade de carga e interação com humanos
A fabricante informa que, no modo quadrúpede, o D1 suporta até 100 kg. Durante a filmagem de lançamento, um homem adulto senta-se sobre o robô enquanto ele se desloca, ilustrando a resistência estrutural do chassi. O equipamento também pode ficar ereto, assumindo postura equivalente à de um robô humanoide, posição útil para observação acima de obstáculos ou interação visual com pessoas. Essa versatilidade amplia a gama de tarefas, do transporte de suprimentos à vigilância em ambientes com presença humana.
Aplicações sugeridas pela fabricante
Entregas de curta distância: a agilidade em pisos lisos e a capacidade de carregar encomendas leves ou pesadas tornam o D1 apto para rotas urbanas curtas.
Patrulhamento de segurança: o modo bípede cobre longos percursos com economia de bateria, enquanto o quadrúpede vence escadas, rampas ou entulho durante inspeções.
Busca e resgate: a passagem sobre lama, cascalho ou terrenos instáveis pode ser executada em quadrúpede, levando kits de primeiros socorros ou equipamentos aos socorristas.
Filmagens móveis: a estabilidade oferecida em ambos os modos possibilita acoplamento de câmeras para capturar imagens a partir de ângulos baixos ou elevados.
Especificações técnicas detalhadas
O conjunto opera com bateria de lítio de 43,2 V e 9 Ah. Segundo a empresa, uma recarga de duas horas garante autonomia de até cinco horas de trabalho, a depender da tarefa executada. O sistema embarcado utiliza o Ubuntu 22.04 como plataforma operacional e processador Jetson Orin NX de 8 GB, arquitetura desenvolvida para aplicações de inteligência artificial em borda. O controle pode ser realizado por rádio com um controle remoto dedicado ou por algoritmos de navegação autônoma executados no próprio robô.
Velocidade e eficiência energética
A velocidade máxima informada para rolamento é de 11 km/h, patamar relevante para missões de reconhecimento rápido em áreas planas. A alternância de modos contribui para a eficiência: em percursos predominantemente regulares, o robô mantém-se como bípede e economiza energia ao mover massa menor; em solos irregulares, conecta-se como quadrúpede para não comprometer mobilidade, ainda que o consumo elétrico aumente.
Configurações comerciais e preços
A Direct Drive Technology disponibiliza duas configurações. A versão bípede individual custa US$ 7.499 e inclui uma seção capaz de operar sozinha. O conjunto duplo, já preparado para formar o quadrúpede, sai por US$ 13.999. Os valores, informados no site oficial da marca, posicionam o produto abaixo de alguns concorrentes de porte similar.
Cenário competitivo
O D1 entra em um mercado onde já atuam plataformas de locomoção animal inspiradas, como o Spot, da Boston Dynamics. Contudo, o projeto de Hong Kong ressalta a conversão de forma como um diferencial técnico que, segundo a empresa, representa evolução em relação a alternativas fixas. Apesar da promessa, ainda são necessários testes independentes e dados de campo para verificar o desempenho em operações prolongadas, comparando durabilidade, custos de manutenção e adaptação a softwares de terceiros.
Processamento embarcado e controle autônomo
O processador Jetson Orin NX de 8 GB confere capacidade para executar modelos de visão computacional e reconhecimento de padrões localmente, sem depender de conexões externas. Isso é crítico em missões de busca e resgate, onde infraestrutura de comunicação pode estar comprometida. O uso do Ubuntu 22.04 garante compatibilidade com bibliotecas robóticas consolidadas, permitindo atualizações de software e personalizações de acordo com a necessidade do usuário final.
Considerações sobre autonomia operacional
A bateria de 9 Ah, combinada ao tempo de recarga de duas horas, estabiliza o robô em um ciclo de trabalho de até cinco horas contínuas. Em cenários de patrulha, essa janela cobre turnos curtos antes da troca de equipamento ou recarga. Para missões longas, a inclusão de baterias sobressalentes ou pontos de recarga em campo deverá fazer parte do planejamento.
Potencial de evolução
O D1 chega ao mercado como plataforma com múltiplas possibilidades de configuração. A arquitetura modular sugere que futuras atualizações, como braços manipuladores ou sensores adicionais, possam ser introduzidas sem reformular o corpo inteiro. Embora a fabricante não tenha divulgado planos específicos de expansão, a natureza conversível abre caminho para personalizações focadas em setores industriais, logísticos ou de segurança.
Disponibilidade imediata
De acordo com o site da empresa, tanto o kit bípede quanto o kit duplo quadrúpede já podem ser adquiridos por clientes internacionais. A companhia não divulgou prazos de entrega nem políticas de suporte fora de Hong Kong, fatores que compradores devem considerar antes de incorporar a plataforma em operações críticas.

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