Rede social X desativa domínio twitter.com e substitui algoritmo por IA Grok

Lead — A plataforma X colocou em marcha duas alterações estruturais: o desligamento definitivo do domínio twitter.com e a adoção do Grok, o sistema de inteligência artificial que passa a comandar as recomendações de conteúdo. A decisão, comunicada pelo perfil oficial de segurança do serviço, elimina os últimos vestígios da marca anterior e afeta principalmente quem utiliza chaves físicas ou passkeys para autenticação, que devem ser reconfiguradas até 10 de setembro.

Encerramento do domínio antigo

O primeiro movimento informado refere-se à descontinuação do endereço twitter.com como principal rota de acesso. Desde que a rede foi oficialmente adquirida por Elon Musk em abril de 2022, o endereço histórico continuou ativo, servindo tanto como redirecionamento para x.com quanto como base técnica de recursos internos, a exemplo da incorporação de publicações em sites externos. Agora, a empresa confirma que o suporte será retirado, embora ainda não exista uma data pública para o ato final de desligamento.

De acordo com o comunicado, duas hipóteses permanecem na mesa. A primeira é manter o domínio apenas como ponte automática, enviando o tráfego para o novo endereço sem guardar dados de sessão. A segunda é a remoção total, cenário que eliminaria qualquer ligação operacional com a nomenclatura original. A opção definitiva não foi divulgada.

Impacto imediato para contas protegidas por chave física

O fim de twitter.com cria uma consequência direta para usuários que dependem de chaves de autenticação físicas, como YubiKey, ou de passkeys que exigem interação além dos mecanismos puramente digitais. Essas credenciais foram geradas enquanto o domínio antigo ainda era reconhecido como autoridade de validação. Com a migração, cada certificado deixa de ser associado ao endereço anterior e passa a reconhecer exclusivamente x.com.

Para evitar bloqueio de acesso, a plataforma estipulou 10 de setembro como data-limite para a atualização manual. Usuários que empregam métodos alternativos, como aplicativos que geram códigos temporários, não precisam executar qualquer ação, pois esses sistemas validam o login por meio de parâmetros independentes de domínio.

Passo a passo para atualizar a credencial

A rede detalhou um procedimento único. O caminho parte das Configurações da conta, seja na versão web ou no aplicativo móvel. Dentro do menu, o usuário deve entrar em Segurança e acesso à conta e, em seguida, selecionar Segurança. Em Gerenciar chaves de acesso, o sistema oferece a opção de adicionar nova passkey e excluir a anterior. Após a confirmação de senha, a nova chave é gerada, finalizando a configuração de autenticação em dois fatores.

O processo, embora simples, exige atenção ao detalhe de exclusão da chave antiga. Caso o usuário preserve o registro vinculado a twitter.com, a plataforma deixará de reconhecê-lo no momento em que o desligamento ocorrer, resultando em falha de login. A orientação vale para todos os dispositivos que utilizarem a credencial, incluindo notebooks, smartphones e tablets.

Motivações por trás da mudança de domínio

A transição reforça a estratégia de desvinculação completa da identidade pregressa. Elon Musk já havia alterado marca, logotipo e nomenclatura pública em etapas sucessivas desde 2023, porém o endereço de internet funcionava como elo simbólico e técnico. Ao retirar o domínio de circulação, a empresa elimina a coexistência de duas rotas de acesso e reduz a complexidade operacional de manter sistemas duplicados.

Além da questão de marca, o desligamento influencia políticas de privacidade e de cookies, porque cada domínio mantém conjuntos separados de autorização para o navegador. Unificar tudo em x.com simplifica o pipeline de autenticação e facilita a implementação de futuras funções sem necessidade de múltiplas exceções de segurança.

Substituição do algoritmo de recomendação

Paralelamente ao tema do domínio, Musk confirmou que os algoritmos herdados do antigo Twitter estão sendo descartados. No lugar, entra o Grok, chatbot de inteligência artificial desenvolvido pelo próprio ecossistema da empresa. Segundo o executivo, o novo sistema “lerá cada postagem e assistirá a cada vídeo”, volume que ultrapassa 100 milhões de peças de conteúdo diárias, para conectar usuários a publicações potencialmente mais relevantes.

A lógica de operação descrita prevê análise em tempo real, com o Grok consumindo texto e vídeo antes de determinar a entrega. O objetivo declarado é resolver o problema de visibilidade para contas novas ou de baixo alcance, cenário em que publicações de qualidade deixam de receber engajamento pela ausência de seguidores iniciais.

Ajustes e instabilidades iniciais

Com a adoção acelerada, a rede social registrou falhas de classificação e instabilidade na entrega de conteúdo. O próprio Musk pediu desculpas em publicações recentes, citando “erros nos parâmetros” enquanto a IA se adapta às rotinas de alto tráfego. A calibragem inclui correções de peso nas métricas de relevância, tempo de permanência e interações de cada postagem.

Embora o ciclo de ajustes seja comum em implantações de grande porte, a rede opera sob escrutínio adicional, pois o Grok já foi alvo de críticas em testes anteriores. Usuários relataram respostas de teor extremista e dependência excessiva das opiniões do próprio Musk antes da nova fase como motor de recomendação.

Recepção mista da comunidade

A resposta inicial às novidades combina entusiasmo e receio. Para parte dos usuários, o abandono do domínio antigo simboliza coerência de marca, enquanto a inteligência artificial promete potencializar o alcance orgânico de conteúdo. Entre os críticos, predominam preocupações quanto à neutralidade do Grok e à possibilidade de o sistema reproduzir vieses ideológicos. Há também dúvidas sobre transparência na priorização de postagens, já que a empresa não detalhou parâmetros de pontuação ou filtros de moderação.

Nesse cenário, perfis de menor visibilidade aguardam para verificar se as métricas de exposição, curtidas e compartilhamentos realmente refletem a prometida democratização de alcance. Influenciadores consolidados observam a transição de forma cautelosa, temendo quedas repentinas de engajamento caso o algoritmo revise a classificação de relevância.

Possíveis repercussões para serviços de terceiros

Embora a companhia não tenha descrito efeitos colaterais fora do ambiente de login, o encerramento de twitter.com pode interferir em sistemas de incorporação e em aplicações que ainda chamem APIs antigas. Sites que utilizam widgets devem aguardar posicionamento técnico específico para saber se a URL manterá redirecionamento transparente ou se será necessário substituir manualmente referências em código.

Ferramentas de monitoramento, análise de métricas e agendamento de postagens podem sofrer comportamento inesperado caso não migrem as chamadas para x.com. Como a empresa não forneceu cronograma exato, desenvolvedores acompanham os canais de suporte aguardando documentação atualizada.

Linha do tempo das principais transformações

• Abril de 2022 — Elon Musk conclui aquisição da antiga plataforma.
• 2023 — Identidade visual migra para a marca X, mas o domínio tradicional permanece ativo.
• Anúncio recente — Perfil de segurança confirma encerramento de twitter.com; data de desligamento não divulgada.
• Até 10 de setembro — Prazo para atualização de chaves físicas ou passkeys.
• Período atual — Algoritmo de recomendação é trocado pelos módulos do Grok, com fase de ajuste em produção.

Panorama para os próximos meses

Com a convergência de nome, domínio e tecnologia de recomendação, a rede social se aproxima da consolidação de uma nova identidade unificada. O sucesso operacional dependerá da aceitação dos usuários diante dos requisitos de segurança, da estabilidade do novo algoritmo e da eficácia do suporte técnico aos desenvolvedores externos.

Até o momento, a empresa mantém o compromisso público de concluir as duas transições sem interromper o acesso geral. Quem atualiza chaves dentro do prazo e acompanha as atualizações de algoritmo deve experimentar, segundo a própria plataforma, um ambiente mais integrado e potencialmente mais justo na distribuição de conteúdo.