Primeiro Centro de Treinamento em Cirurgia Robótica do SUS é inaugurado no INCA

Primeiro Centro de Treinamento em Cirurgia Robótica do SUS é inaugurado no INCA

O Sistema Único de Saúde (SUS) inaugurou, no Instituto Nacional de Câncer (INCA), o primeiro Centro de Treinamento e Pesquisa em Cirurgia Robótica da rede pública brasileira. A estrutura passa a integrar ensino, pesquisa e assistência, com a meta inicial de formar 15 novos profissionais por ano certificados em suas especialidades médicas e, simultaneamente, em cirurgia robótica. A criação do espaço foi possível por meio de parceria firmada com a empresa norte-americana Intuitive, fabricante do robô cirúrgico Da Vinci.

Índice

Quem são os responsáveis pela iniciativa

O projeto é conduzido pelo INCA, instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde que, desde 2012, atua como pioneira na adoção de procedimentos robóticos no SUS. Para viabilizar o centro, o instituto articulou cooperação técnica com a Intuitive, empresa que cedeu tecnologia e suporte para instalação do equipamento Da Vinci XI. O Ministério da Saúde acompanha o processo com a finalidade de padronizar a certificação e garantir que os profissionais formados sejam reconhecidos em todo o território nacional.

O que oferece o novo centro

A unidade dispõe de um robô Da Vinci XI equipado com três consoles cirúrgicos, permitindo que cirurgião e equipe multidisciplinar operem de forma simultânea ou alternada. O pacote tecnológico inclui ainda um simulador de realidade virtual, o SIM Now, que reproduz cenários clínicos em ambiente controlado para treinamento seguro. Segundo o INCA, esses recursos ampliarão a possibilidade de práticas supervisionadas, reduzindo riscos ao paciente e acelerando a curva de aprendizado dos médicos.

Como ocorrerá a formação dos cirurgiões

No modelo definido pelo instituto, o programa de capacitação terá carga horária teórica, prática em simulador e acompanhamento em procedimentos reais. Após concluir todas as etapas, cada participante receberá dupla titulação: uma referente à sua especialidade médica — como Urologia, Ginecologia ou Cirurgia de Cabeça e Pescoço — e outra específica em cirurgia robótica. A expectativa inicial de 15 cirurgiões formados anualmente poderá, de acordo com o INCA, aumentar conforme a expansão de vagas e a aquisição de novos robôs para outros hospitais públicos.

Por que a cirurgia robótica é relevante

Os procedimentos robóticos ampliam a visão do cirurgião em até dez vezes e oferecem maior precisão de movimentos. Com abordagem minimamente invasiva, a técnica reduz risco de complicações, diminui dor pós-operatória, encurta o tempo de internação e, consequentemente, os custos hospitalares. Esses fatores contribuem para recuperação mais rápida e melhora dos desfechos clínicos, ponto considerado decisivo para a inclusão da tecnologia no SUS.

Contexto da incorporação no sistema público

Em decisão recente, o Ministério da Saúde autorizou a adoção da prostatectomia robótica — remoção parcial ou total da próstata — na rede pública. O aval confere respaldo legal e orçamentário para que hospitais possam solicitar financiamento específico e, assim, ampliar o número de unidades aptas a realizar o procedimento. A criação do centro de treinamento fortalece esse movimento porque estabelece um polo de qualificação obrigatório para quem deseja atuar com o método.

Pioneirismo do INCA na prática robótica

Desde 2012, o INCA realizou mais de 2.050 cirurgias robóticas em áreas como Urologia, Ginecologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Abdômen e Tórax. No campo da prostatectomia, o instituto soma 13 anos de experiência e executa aproximadamente 3.000 biópsias transretais da próstata por ano sob sedação anestesiológica. Esse histórico consolidou a instituição como referência e justificou a escolha do local para instalação do primeiro centro de treinamento.

Impacto para o tratamento do câncer de próstata

Dados do próprio INCA indicam que o Brasil registra 7.153 casos de câncer de próstata por ano, sendo 60 % classificados como de alto risco. Projeções apontam que, em 15 anos, o total de diagnósticos dobrará. Nesse cenário, a disponibilização do procedimento robótico pelo SUS e a formação de especialistas visam oferecer terapias mais precisas, com menor agressividade e maior eficiência, atendendo a uma demanda crescente da população masculina.

Relevância para a equidade em saúde

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) considera que a inserção da prostatectomia robótica no SUS ultrapassa a dimensão tecnológica, pois colabora para a equidade de acesso. Até então, pacientes que não dispunham de recursos financeiros dependiam exclusivamente de vagas limitadas em serviços de pesquisa ou necessitavam viajar ao exterior para se submeter a técnicas avançadas. Com a nova estrutura de capacitação, a tendência é que mais hospitais públicos adotem a abordagem, democratizando o tratamento.

Projetos de pesquisa associados

Durante a inauguração, o INCA apresentou estudos financiados pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). Entre eles, destaca-se a caracterização genética de pacientes brasileiros com câncer de próstata, que emprega sequenciamento genômico completo para identificar mutações somáticas. A pesquisa abrange três grupos: homens com hiperplasia prostática sem câncer, indivíduos com tumores de baixo grau e pacientes com tumores de alto grau. O objetivo é compreender diferenças biológicas que possam orientar estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Como a iniciativa se conecta a ações de prevenção

A cerimônia ocorreu durante o Novembro Azul, campanha dedicada à saúde do homem e à prevenção do câncer de próstata. A escolha da data reforça a integração entre prevenção, diagnóstico precoce e terapêutica avançada. Ao associar o centro de treinamento à mobilização nacional, o INCA evidencia que a tecnologia não substitui a necessidade de exames regulares, mas complementa o cuidado integral oferecido pelo SUS.

Próximos passos previstos

O diretor-geral do INCA informou que, com o centro em operação, o instituto iniciará um processo gradativo de “capilarização” do conhecimento. Isso significa disponibilizar módulos de formação a especialistas de diferentes regiões do país, criando uma rede de profissionais certificados. A expansão dependerá da aquisição de novos robôs para hospitais públicos e da consolidação de protocolos assistenciais padronizados, que garantam segurança e eficiência em toda a cadeia de atendimento.

Com a nova infraestrutura, o SUS reúne as condições necessárias para alinhar práticas cirúrgicas a padrões internacionais e ampliar o acesso da população a terapias minimamente invasivas, mantendo o compromisso de oferecer atenção oncológica de qualidade.

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