Pix registra 297,4 milhões de transações em dia de Black Friday e pagamento do 13º salário

Pix registra 297,4 milhões de transações em dia de Black Friday e pagamento do 13º salário

O sistema de pagamentos instantâneos Pix alcançou, na sexta-feira 28, o maior volume diário de sua história: 297,4 milhões de transferências que totalizaram R$ 166,2 bilhões, de acordo com números divulgados pelo Banco Central (BC) na segunda-feira 1º.

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Recorde num único dia de operações

O novo pico de movimentação superou a marca anterior de 290 milhões de transações, registrada em 5 de setembro. O avanço de 7,4 milhões de operações em menos de três meses evidencia a rápida escalabilidade da plataforma. Ao atribuir esse resultado à força da infraestrutura digital pública que sustenta o ambiente de pagamentos, o Banco Central destacou a relevância do Pix para o funcionamento da economia nacional.

Além da quantidade de operações, o valor financeiro transferido chama atenção: os R$ 166,2 bilhões movimentados em 24 horas consolidam a data como o dia mais intenso desde a estreia do serviço em novembro de 2020. A marca reforça a capacidade do arranjo de liquidar pagamentos em tempo real, sem causar gargalos sistêmicos, mesmo diante de picos extraordinários de demanda.

Black Friday e 13º salário impulsionam transações

Duas circunstâncias ajudaram a explicar o acréscimo de tráfego: a Black Friday, evento que concentra promoções no varejo físico e online, e o prazo final para que as empresas depositassem a primeira metade do 13º salário aos trabalhadores. As duas forças de consumo convergiram, criando um cenário favorável para compras à vista, transferências entre contas de mesma titularidade e pagamentos efetuados diretamente a comerciantes via QR Code.

Com a renda adicional originada do salário extra, consumidores ampliaram seu poder de compra justamente no dia em que as lojas adotam descontos agressivos. A lógica financeira favoreceu a escolha do Pix, cuja gratuidade para pessoas físicas e liquidação imediata permitem concluir a transação sem tarifas adicionais nem limites de horário.

Pix: evolução de estudos iniciados em 2016

O Banco Central começou a planejar o sistema em 2016 com o objetivo de tornar as transferências eletrônicas mais ágeis, acessíveis e seguras. O serviço entrou em operação em novembro de 2020 e completou cinco anos neste mês de novembro, já consolidado como componente essencial da infraestrutura de pagamentos do país.

Ao longo desse período, a adesão foi exponencial. Mais de 170 milhões de brasileiros utilizaram o Pix pelo menos uma vez, volume que representa mais de três quartos da população. Paralelamente, cerca de 890 milhões de chaves — combinação que pode ser CPF, e-mail, número de telefone ou aleatória — foram registradas nas instituições participantes.

Números acumulados e participação no mercado

Do lançamento até 30 de setembro de 2025, o Pix movimentou R$ 85,5 trilhões. A importância do instrumento pode ser mensurada também pela participação nas operações financeiras do país. Pesquisa do BC divulgada no fim de 2024 mostrou que 76,4% da população havia recorrido ao sistema pelo menos uma vez, contra 46% em 2021. No primeiro semestre de 2025, o Pix respondeu por 50,9% de todas as transações efetuadas, ultrapassando meios tradicionais como cartões de débito e crédito em número de operações.

Concorrência e migração para bancos digitais

O acesso amplo e o custo praticamente nulo para pessoas físicas formaram um ambiente propício à migração de clientes para bancos digitais e instituições de pagamento. Segundo o especialista Thiago Amaral, essa convergência intensificou a disputa por contas de depósito e carteiras digitais. A rivalidade ampliou a oferta de produtos sem tarifas e acelerou a digitalização de serviços que antes dependiam de agências físicas.

Para além da competição, o Pix contribuiu para a inclusão financeira. Segmentos tradicionalmente sub-bancarizados passaram a usar o sistema como porta de entrada no universo de pagamentos e recebimentos. A eliminação de taxas, aliada à liquidação instantânea, atraiu pequenos comerciantes, autônomos e prestadores de serviço, que encontraram no Pix uma alternativa às maquininhas de cartão com tarifa.

Funcionalidades que ampliam o ecossistema

As opções de cobrança, agendamento e QR Code foram incorporadas gradualmente e abriram espaço para modelos de negócio inovadores. No comércio eletrônico, o QR Code dinâmico passou a substituir boletos, reduzindo a espera pela confirmação de pagamento. No varejo físico, lojistas integraram leitores ao caixa, simplificando a experiência do consumidor. Serviços recorrentes, como academias e plataformas de streaming, recorreram ao agendamento para automatizar mensalidades, mantendo previsibilidade de receita com custo operacional menor.

Internacionalização em estudo

O sucesso interno transformou o Pix em referência global de pagamento digital. A internacionalização está na pauta do Banco Central, mas ainda permanece na fase de estudos, sem um marco normativo que defina regras de uso fora do território nacional. Por ora, o sistema brasileiro serve de inspiração para iniciativas semelhantes em outros países, que observam a aderência do modelo e seus ganhos de eficiência.

Crescimento demanda reforço de segurança

O aumento da capilaridade trouxe, como efeito colateral, a expansão de golpes e fraudes, exigindo ajustes regulatórios. Recentemente, entraram em vigor novas regras que aprimoram a proteção dos usuários e ampliam as possibilidades de devolução de recursos. O ponto central é o aperfeiçoamento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), processo que rastreia o caminho do dinheiro quando há contestação de operação.

Mecanismo Especial de Devolução mais abrangente

Pelo novo protocolo, a vítima tem até 80 dias para solicitar o bloqueio e a devolução dos valores. Diferentemente da versão original, que só permitia a intervenção na primeira conta recebedora, a atualização acompanha a rota percorrida pelo montante, mesmo quando o golpista transfere os recursos múltiplas vezes em cadeia. O rastreamento em camadas aumenta a probabilidade de recuperar o numerário, reduzindo prejuízos financeiros e psicológicos.

Responsabilidade das instituições e exceções

O Superior Tribunal de Justiça estendeu ao Pix a mesma lógica aplicada a demais canais eletrônicos: bancos e instituições de pagamento respondem objetivamente por falhas na prestação do serviço, pois o risco de golpes massificados faz parte da atividade bancária digital. A responsabilidade, contudo, pode ser afastada em caso de culpa exclusiva do consumidor. São exemplos dessa circunstância o fornecimento voluntário de senhas, a desconsideração de alertas de segurança ou a adoção consciente de condutas obviamente temerárias.

Ao registrar 297,4 milhões de pagamentos em um único dia, o Pix confirmou sua presença maciça no cotidiano do país e reforçou a necessidade permanente de evoluir em capacidade operacional, qualidade do serviço e mecanismos de proteção ao usuário.

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