Pico da chuva de meteoros Leônidas ilumina o céu brasileiro na madrugada de 17 de novembro

Pico da chuva de meteoros Leônidas ilumina o céu brasileiro na madrugada de 17 de novembro

Lead — O ápice anual da chuva de meteoros Leônidas ocorre na madrugada de 17 de novembro e poderá ser acompanhado a olho nu em todo o território brasileiro, desde que o céu esteja sem nuvens. Entre 1h e o início do amanhecer, o fenômeno promete de 10 a 15 meteoros por hora, com possibilidade de surpresas mais intensas. O radiante situa-se na constelação de Leão, visível a partir do horizonte leste, e a fase nova da Lua cria um ambiente escuro favorável à observação.

Índice

Quem está envolvido no fenômeno

A chuva envolve a Terra, que cruza uma esteira de detritos espaciais, e o cometa periódico 55P/Tempel-Tuttle, responsável por abastecer essa trilha de partículas. Observadores em todas as regiões do Brasil participam como espectadores privilegiados, enquanto astrônomos, tanto profissionais quanto amadores, monitoram a atividade para registrar taxas de meteoros e características de cor e luminosidade.

O que é a chuva de meteoros Leônidas

Leônidas é um evento anual gerado quando pequenos fragmentos do cometa Tempel-Tuttle entram na atmosfera terrestre e se incendeiam pelo atrito. Em condições padrão, a chuva produz de 10 a 15 rastros luminosos por hora. Entretanto, a característica mais notória dessa ocorrência é a variabilidade: surtos incomuns já proporcionaram centenas de meteoros por hora e até verdadeiras tempestades em anos específicos.

Quando o pico acontece

O ponto máximo neste ciclo concentra-se na madrugada de segunda-feira, 17 de novembro, de acordo com previsões de plataformas de monitoramento astronômico. Os primeiros riscos luminosos tendem a surgir após 1h (horário de Brasília), mas o fluxo mais consistente é aguardado a partir das 3h, prolongando-se até antes do nascer do Sol. Para quem perder o auge, a atividade permanece em declínio nas noites seguintes, ainda que com menor frequência, até o fim do mês.

Onde olhar no céu

O radiante — ponto aparente de origem dos meteoros — localiza-se na constelação de Leão. Esse agrupamento estelar surge do horizonte leste, a mesma direção por onde nasce o Sol, e se eleva ao longo da madrugada. No município de São Paulo, por exemplo, o guia InTheSky.org estima uma altura máxima de 38 graus acima do horizonte, favorecendo observações de até nove meteoros por hora no auge oficial.

Como identificar a constelação de Leão

Aplicativos como Star Walk, Stellarium e SkySafari, mencionados em manuais de astronomia, ajudam a apontar o celular para o céu e localizar facilmente Leão. O contorno da constelação lembra um ponto de interrogação invertido, marcado pela estrela Regulus na base. Quando esse padrão surgir, basta direcionar o olhar um pouco ao redor da área indicada e aguardar os riscos luminosos.

Condições ideais de observação

Três fatores principais influenciam a visualização:

1. Céu limpo: Nuvens bloqueiam o espetáculo por completo. Verifique a previsão meteorológica da sua cidade antes de sair.

2. Ausência de luz artificial: Lâmpadas urbanas ofuscam os meteoros mais tênues. Quanto maior a distância de centros iluminados, melhor.

3. Conforto e paciência: Leve agasalho, cadeira reclinável ou colchonete. A adaptação ocular ao escuro demora cerca de 20 minutos, e os meteoros surgem de forma intermitente.

Por que a fase da Lua é relevante

Neste ano, a Lua encontra-se no começo da fase nova, reduzindo drasticamente a luminosidade natural do céu. Sem a interferência do luar, até rastros mais fracos tornam-se perceptíveis, ampliando a quantidade de eventos vistos a olho nu.

Características visuais dos meteoros

As partículas liberadas pelo Tempel-Tuttle possuem elementos químicos que geram traços longos e esverdeados. O brilho intenso e a cor esmeralda distinguem essas “estrelas cadentes” de outros fenômenos e favorecem registros fotográficos. Em câmeras de longa exposição, é possível capturar dezenas de riscos convergindo a partir da área de Leão.

Como o fenômeno se forma

O cometa 55P/Tempel-Tuttle completa uma volta ao redor do Sol aproximadamente a cada 33 anos. Durante essa jornada, ele libera poeira e pedregulhos milimétricos que permanecem distribuídos ao longo de sua órbita. Quando a Terra cruza essa região, os detritos entram na atmosfera a velocidades que podem ultrapassar 70 km/s, gerando luminosidade instantânea e, ocasionalmente, rastros persistentes visíveis por minutos.

História das tempestades de Leônidas

O registro mais marcante data de 1833, quando aproximadamente 100 000 meteoros por hora foram relatados, inaugurando a era das grandes tempestades modernas. Naquele período, muitos cientistas ainda acreditavam que meteoros eram eventos atmosféricos, comparáveis a chuva ou neve. A intensidade extrema de 1833 levou o pesquisador Denison Olmsted, em janeiro de 1834, a propor que as partículas vinham do espaço.

Décadas depois, outros astrônomos relacionaram definitivamente o fenômeno ao cometa Tempel-Tuttle, calculando seu período de 33 anos e prevendo o pico seguinte em 1866. Esse acerto consolidou o caráter cíclico das Leônidas e reforçou a confiança nas previsões.

Surtos no século XX

Outro episódio notável aconteceu em 1966. Observadores na América do Norte e no Havaí contaram de 40 a 50 meteoros por segundo durante um intervalo de 15 minutos. Horas mais tarde, o mesmo surto se deslocou para o Leste Asiático e a Austrália, proporcionando um espetáculo de brilho intenso e rápido. Já em 1999, pela primeira vez na era da computação avançada, a taxa elevada foi prevista com segurança, mostrando a eficácia dos modelos numéricos contemporâneos.

Previsões para as próximas décadas

Com o auxílio de simulações precisas, pesquisadores projetam o próximo grande surto de Leônidas para 17 de novembro de 2033, quando até 400 meteoros por hora poderão rasgar o céu. Essas expectativas permitem que observatórios, agências de turismo astronômico e entusiastas se organizem com antecedência, potencializando registros científicos e experiências de público.

A importância de monitorar cada edição

Mesmo anos considerados “regulares”, como o atual, fornecem dados relevantes para entender a distribuição dos detritos do Tempel-Tuttle e a interação das partículas com a atmosfera terrestre. Contagens visuais, fotografias e medições de brilho ajudam a aperfeiçoar modelos que preveem a atividade de futuras chuvas.

Dicas rápidas para quem vai observar

• Chegue cedo: Ajuste equipamentos e permita que seus olhos se adaptem ao escuro antes do horário de maior fluxo.

• Evite lanternas brancas: Se precisar de luz, utilize tonalidade vermelha, que interfere menos na visão noturna.

• Registre suas contagens: Anotar a quantidade de meteoros vistos por intervalos de tempo contribui para bancos de dados colaborativos.

• Persista: Caso o clima não colabore na primeira madrugada, as partículas continuarão cruzando a atmosfera, ainda que em menor número, durante as noites subsequentes.

Tempel-Tuttle: passado recente e futuro retorno

O cometa aproximou-se da Terra pela última vez em 1998, reabastecendo a trilha de detritos que hoje gera a chuva. A próxima passagem próxima está prevista para 2031, dois anos antes do surto estimado de 2033. Esse intervalo costuma intensificar a densidade de partículas, motivo pelo qual os picos mais exuberantes se repetem aproximadamente a cada três décadas.

Por que as Leônidas fascinam a comunidade científica

Além da beleza visual, o evento fornece um laboratório natural para investigar a composição química de cometas, a dinâmica de fragmentação no espaço e a evolução de trilhas meteoroides. A combinação de surtos imprevisíveis com janelas de observação anuais mantém pesquisadores atentos a cada ciclo, comparando resultados e refinando hipóteses sobre processos de longo prazo no Sistema Solar.

Com céu livre de nuvens, ausência de luar e localização adequada no leste, a madrugada de 17 de novembro oferece uma oportunidade rara para contemplar e estudar um dos espetáculos celestes mais tradicionais do calendário astronômico.

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