Peter Mandelson admite detalhes constrangedores sobre Epstein

Peter Mandelson admite detalhes constrangedores sobre Epstein em sua primeira entrevista pública desde que um álbum comemorativo revelou cartas trocadas com o financista condenado. O atual embaixador britânico nos Estados Unidos disse lamentar “profundamente” ter mantido a amizade com Jeffrey Epstein por “muito mais tempo” do que deveria.

Falando ao jornalista Harry Cole nesta quarta-feira (8), Mandelson expressou “tremenda simpatia” pelas vítimas dos crimes sexuais de Epstein e afirmou ter acreditado, à época, nas explicações que o empresário dava sobre seu primeiro processo na Flórida. O diplomata declarou ainda que novas correspondências entre os dois devem vir à tona e serão “muito embaraçosas”.

Peter Mandelson admite detalhes constrangedores sobre amizade com Epstein

Mandelson reagia à publicação de um livro de 238 páginas divulgado pela Comissão de Supervisão da Câmara dos EUA, contendo fotos, cartas e documentos pessoais de Epstein. Entre eles, uma mensagem de aniversário em que o embaixador chama o finado financista de “melhor amigo”. O político britânico, casado há 27 anos, frisou que nunca recebeu de Epstein ofertas de “apresentações inapropriadas”, talvez, segundo ele, “por ser um homem gay”.

O diplomata descreveu Epstein como “mentiroso carismático” e reconheceu que aceitar suas explicações foi um erro: “Caí na conversa e aceitei suas garantias sobre o caso criminal original”, disse. Ele acrescentou que “não se pode reescrever a história”, mas que pode “expressar profunda simpatia” pelas vítimas e aceitar a culpa por manter a proximidade.

Questionado sobre o impacto político, Mandelson afirmou que continua “focado na relação com Washington”, especialmente com a segunda visita de Estado do presidente Donald Trump prevista para a próxima semana. O governo britânico, segundo o jornal The Guardian, reiterou a confiança do primeiro-ministro Kier Starmer no embaixador — declaração que reforça a importância estratégica das relações bilaterais. Para mais detalhes da repercussão no Reino Unido, o The Guardian traz cobertura completa.

O material divulgado pela comissão parlamentar inclui também bilhetes de personalidades como o ex-presidente Bill Clinton, que elogiou a “curiosidade infantil” de Epstein. Além disso, foram anexados testamento e agenda com nomes da realeza, modelos e líderes globais, reforçando a amplitude da rede de contatos do financista, morto em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual.

Especialistas em segurança destacam que a manipulação social era parte essencial do método de Epstein para manter sua rede. O ministro da Educação britânico, Josh MacAlister, alertou que “culpar todos por associação” pode ser injusto, embora admita que a proximidade entre figuras públicas e o financista facilitava seus crimes.

Com as novas cartas prestes a emergir, Mandelson reconhece que o episódio seguirá manchando sua carreira diplomática. “Sei que vou me arrepender profundamente de tê-lo conhecido, mas não posso mudar o passado”, concluiu.

Quer acompanhar outras análises sobre figuras públicas e escândalos internacionais? Visite nossa seção Notíciase tendências e continue informado sobre os principais acontecimentos globais.

Crédito da imagem: Getty Images

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.