Perfis somem na busca do Instagram e políticos denunciam censura nas redes sociais

Perfis somem na busca do Instagram na manhã desta quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, e o desaparecimento temporário de contas de figuras públicas provocou forte reação de usuários, principalmente do meio político, que passaram a denunciar uma possível prática de censura dentro da plataforma controlada pela Meta.
- Perfis somem na busca do Instagram: o que aconteceu nesta quarta-feira
- Entenda quem foi afetado quando perfis somem na busca do Instagram
- Perfis somem na busca do Instagram: relatos de shadowban e reclamações públicas
- A repercussão política de perfis que somem na busca do Instagram
- Resposta da plataforma e próximos passos
Perfis somem na busca do Instagram: o que aconteceu nesta quarta-feira
O incidente foi percebido logo nas primeiras horas do dia por usuários que buscaram perfis conhecidos e não obtiveram resultado. A falha se manifestou tanto na versão web quanto no aplicativo móvel para Android e iOS. Segundo verificações realizadas por veículos de imprensa, nomes de grande relevância pública — entre eles o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o da deputada federal Erika Hilton e o da ex-deputada Manuela d'Ávila — ficaram fora do retorno de busca por um período ainda não especificado. A ocorrência levou a uma onda de publicações relatando a dificuldade de encontrar perfis e de marcar essas contas em postagens.
O problema foi classificado por diversas personalidades como “grave” porque interfere diretamente na visibilidade orgânica do conteúdo produzido por essas contas. Quando um perfil não é localizado pelo campo de pesquisa, seu alcance tende a diminuir, prejudicando a comunicação com seguidores justamente em um período de debates políticos intensos no país.
Entenda quem foi afetado quando perfis somem na busca do Instagram
As verificações apontaram que a falha não se limitou a um único espectro ideológico. Entre os perfis temporariamente ocultos estavam políticos vinculados a partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), bem como representantes de legendas mais alinhadas à direita, incluindo União Brasil e Partido Liberal (PL).
Do lado progressista, além de Lula e Erika Hilton, destacaram-se relatos de invisibilidade envolvendo a ex-deputada Manuela d'Ávila, figura nacionalmente conhecida pela atuação em pautas sociais. Entre os conservadores, os deputados federais Kim Kataguiri, Nikolas Ferreira e Carla Zambelli também deixaram de ser listados nas pesquisas internas. A abrangência do problema reforçou a percepção de que não se tratava de uma ação direcionada exclusivamente a um grupo político específico, embora muitas reclamações tenham enfatizado prejuízos a perfis com conteúdo social ou progressista.
Além de políticos, contas temáticas pautadas por questões de gênero, como o perfil @feminiismo, administrado por Daniela Brum, relataram perda de visibilidade. A criadora de conteúdo mencionou em vídeo publicado na própria plataforma que a impossibilidade de localizar perfis na busca implica redução do alcance e bloqueia a descoberta de novos seguidores.
Perfis somem na busca do Instagram: relatos de shadowban e reclamações públicas
A expressão “shadowban” ganhou força nos comentários de usuários que sofreram com a invisibilidade repentina. O termo, já conhecido entre comunidades digitais, descreve um tipo de penalidade silenciosa aplicada por redes sociais a contas que supostamente violaram diretrizes internas. Diferentemente de um bloqueio explícito, o shadowban limita o alcance do perfil sem notificação clara, dificultando que seguidores percebam a restrição.
No caso desta quarta-feira, vários usuários interpretaram o desaparecimento das contas como indício de um shadowban coletivo. A ex-deputada Manuela d'Ávila classificou a falha como um “escândalo” e relacionou o cenário a um possível impacto negativo no processo democrático, afirmando que o ocorrido impede a marcação de perfis e interfere no debate público. Mensagens semelhantes circularam entre criadores de conteúdo social, que enxergaram na falha uma ameaça à pluralidade de opiniões na plataforma.
Embora o conceito de shadowban normalmente envolva violações às políticas internas, nenhuma das contas citadas recebeu aviso formal de infração. A ausência de comunicação oficial estimulou a tese de um erro sistêmico ou de uma ação deliberada, hipótese que multiplicou a suspeita de censura entre os afetados.
A repercussão política de perfis que somem na busca do Instagram
Em período pré-eleitoral, cada gesto de uma grande rede social é observado atentamente por partidos, candidatos e órgãos reguladores. O sumiço temporário de perfis de figuras centrais da política nacional repercutiu como potencial ingerência sobre o debate público. Líderes e parlamentares utilizaram outras plataformas digitais para exigir explicações e demandar transparência nos critérios usados pelo Instagram para limitar ou restaurar a visibilidade de contas.
Alguns parlamentares citaram tentativas anteriores de regulação das redes sociais no Brasil. Argumentaram que episódios como o desta quarta-feira reforçam a necessidade de regras claras e auditáveis para prevenir abusos e garantir igualdade de condições na disputa de narrativas. Também foram mencionadas iniciativas do setor privado e de entidades civis que defendem mais transparência algorítmica, sobretudo em anos eleitorais.
As declarações dos políticos foram acompanhadas por manifestações de eleitores que cobraram posicionamento da empresa proprietária do Instagram. Nos comentários, muitos usuários destacaram que a indisponibilidade de contas retirou dos seguidores a chance de acompanhar propostas, agendas e posicionamentos, crucial para a formação de voto informado.
Resposta da plataforma e próximos passos
Até o momento da apuração, a Meta, responsável pelo Instagram, não havia divulgado nota oficial esclarecendo a origem do problema. Um pedido de explicações foi encaminhado pela imprensa, e a expectativa é de que a companhia se pronuncie nas próximas horas. Enquanto isso, observou-se que algumas contas, como a da deputada Erika Hilton, voltaram a ficar visíveis parcialmente durante a produção dos relatórios jornalísticos.
A intermitência sugere que a empresa pode estar executando ajustes internos ou correções gradativas. Entretanto, a ausência de um comunicado formal mantém a incerteza sobre a causa. Especialistas em redes sociais consultados por veículos de comunicação costumam apontar três linhas de investigação em casos semelhantes: falha técnica nos sistemas de indexação, aplicação errônea de filtros automáticos de segurança ou atualização de políticas de integridade que gerou efeitos colaterais.
Enquanto a explicação oficial não chega, as personalidades afetadas seguem monitorando o alcance das publicações e reunindo provas da perda de visibilidade. O objetivo declarado por vários deles é fundamentar eventuais representações junto a órgãos competentes caso se confirme violação de direitos de expressão ou interferência indevida em período eleitoral.
Até a difusão de uma posição pública da Meta, prevista para as próximas horas, permanece a expectativa de que todos os perfis sejam plenamente restabelecidos no campo de busca da plataforma.

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