Os 10 maiores sucessos de bilheteria mundial na década de 2010

A década de 2010 consolidou tendências que já vinham se formando no cinema de entretenimento: franquias interligadas, reboots de clássicos e, sobretudo, o avanço das adaptações de histórias em quadrinhos. Entre 2010 e 2019, o mercado testemunhou sucessivas quebras de recordes de arrecadação, diversas produções ultrapassando a marca de um bilhão de dólares e o domínio quase absoluto de estúdios capazes de transformar cada longa-metragem em evento global. A lista a seguir apresenta, em ordem crescente, os dez títulos que somaram as maiores bilheterias globais no período, de acordo com o ranking Top Lifetime Grosses do Box Office Mojo, sem correção pela inflação.

Para cada posição, são detalhados ano de lançamento, valor aproximado arrecadado, posição relativa dentro do respectivo ano e informações pontuais que explicam a atração de público, sempre com base nos dados originais. O recorte revela como determinados gêneros, marcas e personagens tornaram-se essenciais para a estratégia comercial dos grandes estúdios.

10º – Pantera Negra (2018)

Arrecadação aproximada: US$ 1,3 bilhão

Lançado em 2018, Pantera Negra foi celebrado por grande parte do público e da crítica pela representatividade de seu elenco e de seu universo fictício. Além do reconhecimento artístico, converteu essa atenção em números expressivos, tornando-se a segunda maior bilheteria mundial daquele ano. A produção integra o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) e figura como o primeiro título do estúdio a aparecer na lista. O sucesso reforçou a estratégia da companhia de explorar personagens que, até então, não ocupavam o centro das atenções do grande público. Onde assistir: Disney+.

9º – Vingadores: Era de Ultron (2015)

Arrecadação aproximada: US$ 1,4 bilhão

Em 2015, a franquia Vingadores voltou aos cinemas com Era de Ultron, reunindo novamente os principais heróis da Marvel. O filme terminou o ano como a quarta maior bilheteria global, mostrando que o interesse do público por crossovers permanecia intenso. A produção fortaleceu a confiança do estúdio em planejamento de longo prazo, no qual cada lançamento impulsiona o seguinte. Onde assistir: Disney+.

8º – Frozen II (2019)

Arrecadação aproximada: US$ 1,45 bilhão

A sequência da animação musical de 2013 não repetiu o mesmo nível de aclamação crítica, mas ampliou significativamente sua performance comercial. Com resultado acima de 1,45 bilhão de dólares, Frozen II tornou-se a quarta animação de maior bilheteria de todos os tempos até o momento registrado pela fonte. O desempenho confirma a força de marcas infantis aliadas a trilhas sonoras marcantes e à curta janela entre a obra original e a continuação. Onde assistir: Disney+.

7º – Velozes & Furiosos 7 (2015)

Arrecadação aproximada: US$ 1,515 bilhão

Também em 2015, Velozes & Furiosos 7 ganhou atenção extra por marcar a última participação de Paul Walker, falecido em 2013. O longa encerrou o ano como a terceira maior bilheteria mundial, demonstrando o apelo da franquia em mercados variados e a capacidade de integrar espetáculos automobilísticos com narrativa emocional. Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video, HBO Max e Telecine.

6º – Os Vingadores (2012)

Arrecadação aproximada: US$ 1,5 bilhão

Primeiro longa da Marvel a ultrapassar a barreira do bilhão, Os Vingadores consolidou o modelo de universo compartilhado nos cinemas. Resultado de anos de construção de personagens em filmes solo, a reunião dos heróis gerou expectativa massiva e terminou como a maior bilheteria de 2012. O êxito provou a viabilidade comercial de narrativas interligadas, influenciando diversas outras franquias a adotar formato semelhante. Onde assistir: Disney+.

5º – O Rei Leão (2019)

Arrecadação aproximada: US$ 1,6 bilhão

O remake em animação fotorrealista do clássico de 1994 converteu nostalgia em lucro elevado. Segundo maior rendimento de 2019 e terceira animação de maior bilheteria global até a data de referência, o filme reforçou a aposta do estúdio em revisitar obras consagradas com tecnologias atualizadas. O sucesso abriu caminho para Mufasa: O Rei Leão, previsto para 2024. Onde assistir: Disney+.

4º – Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

Arrecadação aproximada: US$ 1,6 bilhão

Quatorze anos após o lançamento anterior da série Jurassic Park, Jurassic World retomou a franquia para uma nova geração. Como segunda maior bilheteria de 2015, o longa estabeleceu terreno para uma fase rentável do universo dos dinossauros, reafirmando o potencial de sagas que combinam efeitos visuais de ponta com marcas reconhecíveis. Onde assistir: Telecine.

3º – Vingadores: Guerra Infinita (2018)

Arrecadação aproximada: acima de US$ 2 bilhões

Lançada como a primeira parte da conclusão do arco de Thanos, Guerra Infinita liderou as bilheterias de 2018. Os mais de 2 bilhões de dólares arrecadados demonstram o envolvimento do público com a narrativa que se estendia desde 2008. O longa recebeu avaliações positivas e deixou em aberto desfechos que impulsionariam o desempenho ainda maior do capítulo seguinte. Onde assistir: Disney+.

2º – Star Wars: O Despertar da Força (2015)

Arrecadação aproximada: US$ 2,07 bilhões

O Despertar da Força representou o retorno de Star Wars aos cinemas após uma década e inaugurou a trilogia sequela. Com recepção ampla de público, crítica e base de fãs, tornou-se a maior bilheteria de 2015. O resultado evidencia a força da marca Star Wars e confirma o interesse por narrativas que conciliam nostalgia e integração de novos personagens. Onde assistir: Disney+.

1º – Vingadores: Ultimato (2019)

Arrecadação aproximada: US$ 2,799 bilhões

No topo da lista, Vingadores: Ultimato concluiu o arco de Thanos iniciado em 2008 com Homem de Ferro. A expectativa pelo desfecho transformou o lançamento em um dos maiores eventos culturais recentes do cinema. Com cerca de 2,799 bilhões de dólares, o longa foi a maior bilheteria de 2019 e alcançou a segunda posição histórica até aquele momento. Entre 2019 e 2021 chegou a ocupar o primeiro lugar mundial, posição retomada por Avatar após um relançamento. Onde assistir: Disney+.

Tendências observadas na década

O levantamento evidencia alguns padrões claros. Dos dez filmes listados, sete fazem parte do Universo Cinematográfico da Marvel ou de franquias derivadas de quadrinhos. Essa dominância reflete a preferência do mercado por propriedades intelectuais consolidadas, capazes de gerar eventos de grande porte e atrair múltiplos públicos.

Outro ponto marcante é a concentração de títulos em poucos anos. O ano de 2015, por exemplo, entregou quatro dos dez maiores faturamentos da década, revelando como um calendário de lançamentos equilibrado entre estúdios pode resultar em disputas intensas por atenção e ingressos. Já 2019, último ano antes das restrições impostas à exibição em salas, colocou três filmes no ranking, sinal de uma temporada particularmente aquecida.

Por fim, as animações de alto desempenho — Frozen II e O Rei Leão — demonstram que o gênero mantém fôlego não apenas no público infantil, mas em faixas etárias variadas, sobretudo quando associado a marcas nostálgicas ou a trilhas que impactam a cultura popular.

Os números da lista, fornecidos pelo Box Office Mojo, foram calculados sem ajuste pela inflação, critério que favorece produções recentes em comparação a lançamentos de décadas anteriores. Ainda assim, eles ilustram como a década de 2010 redefiniu a escala dos blockbusters, fixando o patamar de um bilhão de dólares como meta viável para grandes produções e pavimentando o caminho para estratégias de franquias cada vez mais integradas.