Operação 404 remove 303 sites piratas e um aplicativo de streaming em ação conjunta internacional

Na manhã de 27 de novembro de 2025, o Ministério da Justiça e Segurança Pública desencadeou a oitava fase da Operação 404, iniciativa voltada a desarticular redes de pirataria digital. Nesta etapa, foram retirados do ar 303 sites usados para difundir conteúdos protegidos por direitos autorais e desativado um aplicativo de streaming que oferecia filmes, séries, músicas e jogos sem autorização dos detentores legais. A ofensiva resultou ainda no cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão em diversos estados brasileiros e no exterior, além da prisão de cinco suspeitos.
- Quem conduz a operação
- Participação estrangeira
- O que foi alvo de bloqueio
- Mandados de busca e apreensão
- Prisões efetuadas
- Como a remoção de sites acontece
- Origem do nome “Operação 404”
- Impacto para a indústria criativa
- Cooperação contínua e próximos passos
- Por que a pirataria digital é alvo prioritário
- Resultados consolidados da oitava fase
- Panorama das fases anteriores
- Relevância da inteligência brasileira
- Expectativa de novas operações
Quem conduz a operação
Dentro do território nacional, a linha de frente coube à Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi). O braço técnico da empreitada foi a Coordenação-Geral de Crimes Cibernéticos, conhecida como CGCIBER-CIBERLAB, estrutura especializada em investigações digitais. Ao reunir policiais civis, federais e especialistas em análise de dados, o órgão coordena a coleta de provas, o monitoramento de endereços eletrônicos e a interlocução com prestadores de serviços de internet.
Participação estrangeira
A Operação 404 não se limita às fronteiras brasileiras. Segundo as autoridades, polícias da Argentina, Peru, Equador, Paraguai e Reino Unido atuaram diretamente na execução de ordens judiciais e na remoção dos domínios irregulares hospedados fora do Brasil. Estados Unidos e México acompanharam o desenrolar das ações na condição de observadores, colaborando no intercâmbio de informações estratégicas. O Ministério da Justiça classifica esta etapa como a maior mobilização internacional já realizada com apoio da inteligência brasileira no campo do combate à pirataria de conteúdo.
O que foi alvo de bloqueio
Os 303 sites alvo da operação mantinham acervos de filmes, séries, músicas e jogos disponibilizados sem licença. Além dos endereços eletrônicos, um aplicativo dedicado a streaming também foi derrubado. Esse software proporcionava acesso facilitado a produções protegidas, hospedando ou redirecionando o usuário para servidores clandestinos. A retirada do ar dos domínios foi possível mediante notificações a provedores de infraestrutura, requisições judiciais de suspensão de DNS e, em alguns casos, desativação dos servidores físicos.
Mandados de busca e apreensão
Para além do ambiente virtual, 42 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Durante as diligências, equipes policiais coletaram computadores, dispositivos de armazenamento, registros financeiros e possíveis evidências de administração dos sites e do aplicativo pirata. O objetivo é mapear a cadeia de comando, identificar fluxos de receita e reunir material probatório capaz de subsidiar processos por violação de direitos autorais e associação criminosa.
Prisões efetuadas
Até o momento da divulgação das informações, cinco pessoas haviam sido presas. As detenções ocorreram nas localidades onde os mandados foram executados, acionando unidades policiais de diferentes estados. Os detidos são suspeitos de operar ou prestar suporte técnico às plataformas clandestinas. Com base nas provas coletadas, poderão responder por crimes previstos na Lei de Direitos Autorais e na legislação que tipifica infrações cibernéticas.
Como a remoção de sites acontece
O procedimento de retirada segue etapas padronizadas. Primeiro, o CGCIBER-CIBERLAB identifica os endereços que distribuem conteúdo protegido. Em seguida, técnicos rastreiam hospedeiros, provedores de DNS e serviços de nuvem ligados aos domínios. Com ordem judicial, as autoridades solicitam o bloqueio ou a deslistagem dos endereços. Quando os servidores se encontram em outros países, ofícios de cooperação internacional são expedidos às polícias estrangeiras integrantes da operação. A participação de múltiplas jurisdições facilita a interrupção do serviço, reduzindo a possibilidade de migração rápida para novos domínios.
Origem do nome “Operação 404”
O título faz alusão ao código de erro HTTP 404, exibido quando uma página requisitada não é localizada no servidor. Ao empregar esse termo, as autoridades buscam comunicar simbolicamente o objetivo central da iniciativa: tornar inacessíveis os recursos ilegais aos internautas. Cada fase da operação carrega a numeração sequencial e se concentra em alvos específicos, variando conforme as investigações avançam.
Impacto para a indústria criativa
A distribuição não autorizada de produções audiovisuais, músicas e jogos compromete as receitas de estúdios, artistas e desenvolvedores. Embora o balanço financeiro dos danos não tenha sido divulgado, a remoção de centenas de sites reduz rotas de acesso gratuito e ilegal a obras intelectuais. Na perspectiva das autoridades, a ofensiva pressiona administradores de plataformas clandestinas, inibe novos empreendimentos ilegais e reforça a importância de canais oficiais de consumo.
Cooperação contínua e próximos passos
O Ministério da Justiça destaca que as investigações permanecem em curso. Materiais apreendidos nos 42 endereços vistoriados serão periciados para apontar a participação de outros envolvidos. Além disso, a troca de informações com os países parceiros deve localizar hosts de backup e possíveis rotas de financiamento. A atuação conjunta entre Brasil e demais nações tende a seguir o mesmo modelo operacional em futuros desdobramentos.
Por que a pirataria digital é alvo prioritário
A violação de direitos autorais no ambiente online não se limita à oferta gratuita de conteúdo. Plataformas irregulares coletam dados de usuários, exibem publicidade sem controle legal e, em muitas ocasiões, estão ligadas a outras práticas ilícitas. A Operação 404 tem foco específico na distribuição de obras protegidas, mas também funciona como barreira indireta a fraudes que se valem da popularidade desses serviços para propagar malware ou golpes financeiros. Ao enfrentar o núcleo de hospedagem e transmissão, as autoridades pretendem reduzir a exposição do público a riscos adicionais.
Resultados consolidados da oitava fase
Em síntese, a etapa mais recente da Operação 404 apresenta os seguintes números confirmados pelas autoridades:
• 303 sites derrubados;
• 1 aplicativo de streaming ilegal removido;
• 42 mandados de busca e apreensão cumpridos;
• 5 pessoas presas;
• Participação direta de polícias da Argentina, Peru, Equador, Paraguai e Reino Unido;
• Estados Unidos e México atuando como observadores.
Panorama das fases anteriores
A oitava fase reforça a continuidade de um trabalho iniciado em 2019, quando a Operação 404 foi lançada. Cada etapa amplia o alcance geográfico e a complexidade das ações, sempre com ênfase na cooperação internacional. Os dados consolidados das fases passadas não foram atualizados nesta divulgação, mas as autoridades classificam a soma dos resultados como expressiva no conceito de “sufocamento” dos principais centros de pirataria digital que atuam voltados ao mercado brasileiro.
Relevância da inteligência brasileira
O destaque concedido à equipe de inteligência do Brasil ocorre porque foi ela quem reuniu elementos probatórios e organizou relatórios compartilhados com os demais países. Tarefas como correlação de registros de IP, análise de transações financeiras e mapeamento de servidores são consideradas cruciais para localizar os administradores das plataformas ilegais. Ao centralizar essas informações, o Brasil assume posição de liderança na estratégia contra a pirataria que afeta obras distribuídas em língua portuguesa e em outros idiomas.
Expectativa de novas operações
Com base na evolução das fases anteriores, a tendência é que a Operação 404 continue a ocorrer de maneira periódica. Autoridades indicam que as investigações são dinâmicas e dependem do monitoramento constante de tecnologias de streaming, redes de distribuição de conteúdo (CDNs) e métodos de anonimização empregados pelos infratores. A colaboração internacional, enfatizada nesta etapa, deve permanecer como eixo central para futuras ações.
Nos termos divulgados até o presente momento, a oitava fase da Operação 404 consolida o esforço articulado entre Brasil e parceiros estrangeiros para interromper a circulação ilegal de filmes, séries, músicas e jogos, evidenciando o compromisso das autoridades com a proteção de direitos autorais no ambiente digital.

Conteúdo Relacionado