OpenAI ajusta ChatGPT e garante controle dos usuários sobre o uso de travessões

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A OpenAI informou que solucionou um comportamento persistente do ChatGPT relacionado ao uso excessivo de travessões, recurso de pontuação que, segundo relatos recorrentes, continuava a surgir mesmo quando os usuários solicitavam explicitamente que fosse evitado. A correção, segundo a empresa, faz com que o chatbot finalmente obedeça às instruções personalizadas configuradas por cada pessoa, devolvendo aos usuários o controle sobre esse aspecto do estilo textual.
- Quem está envolvido
- O que foi corrigido
- Quando e onde o problema ganhou visibilidade
- Como o problema afetava diferentes cenários
- Por que o travessão se tornou estigma
- Desafios técnicos enfrentados pela OpenAI
- Funcionamento das instruções personalizadas
- Repercussão do anúncio
- Consequências imediatas para os usuários
- Limitações reconhecidas
- Motivação para a mudança
- Perspectiva de implantação
Quem está envolvido
A medida parte diretamente da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, e recebeu confirmação pública do CEO Sam Altman. O executivo classificou a mudança como uma “pequena, porém feliz vitória” ao comentar sobre o ajuste em sua conta na rede social X. No outro extremo, encontram-se usuários de perfis variados — estudantes, educadores, profissionais de marketing, equipes de atendimento, participantes de fóruns on-line e conexões no LinkedIn — que, há meses, percebem o travessão como marca recorrente de textos gerados por inteligência artificial.
O que foi corrigido
A dificuldade residia na insistência do ChatGPT em inserir travessões, ainda que o interlocutor solicitasse a supressão desse sinal de pontuação. Diversos relatos apontavam que frases com hífens longos, geralmente na abertura de diálogos ou na transição de ideias, eram incluídas automaticamente pelo modelo. A OpenAI afirma que a atualização elimina essa rigidez, de modo que o chatbot agora interpreta e respeita pedidos para não empregar o símbolo.
Quando e onde o problema ganhou visibilidade
Nos últimos meses, a discussão em torno do chamado “hífen do ChatGPT” intensificou-se em múltiplos ambientes digitais. Postagens em redes sociais, mensagens em grupos de estudo, artigos acadêmicos e até comunicações corporativas passaram a exibir travessões de maneira tão recorrente que leitores passaram a identificar essa pontuação como possível indicativo de conteúdo automatizado. O debate chegou ao ponto de ser citado em publicações especializadas e repercutido entre profissionais que utilizam ferramentas de IA no cotidiano.
Como o problema afetava diferentes cenários
O impacto do comportamento padronizado estendia-se a diversos contextos práticos:
Trabalhos escolares: professores e alunos perceberam a repetição do travessão em redações, gerando suspeitas de autoria por IA.
E-mails e anúncios: comunicações corporativas acabavam revelando um traço estilístico que alguns destinatários consideravam artificial.
Fóruns on-line e LinkedIn: participantes de discussões profissionais identificavam o travessão como pista de que o texto fora produzido por um chatbot.
Suporte ao cliente: respostas automatizadas, quando exibiam o sinal de pontuação repetidamente, perdiam traços de naturalidade, trazendo questionamentos sobre autenticidade.
Por que o travessão se tornou estigma
Dois fatores principais contribuíram para o estigma. Primeiro, a frequência incomum do símbolo em textos gerados pelo ChatGPT distinguia-os de produções humanas médias, facilitando a detecção de IA. Segundo, a resistência do modelo em atender solicitações contrárias ao uso do sinal gerava frustração. Assim, o travessão passou a funcionar como uma “impressão digital” facilmente observável, associada não apenas ao chatbot da OpenAI, mas a qualquer conteúdo que o imitasse involuntariamente.
Desafios técnicos enfrentados pela OpenAI
Conforme a própria empresa relatou, a eliminação automática do travessão não era trivial. O modelo de linguagem, treinado em um grande volume de textos, internalizou padrões que incluem esse tipo de pontuação. Ajustar tal comportamento requer refinar a forma como o sistema interpreta instruções em tempo real, garantindo que comandos relacionados ao estilo de escrita ultrapassem padrões adquiridos durante o treinamento.
Funcionamento das instruções personalizadas
A solução apresentada depende das custom instructions, funcionalidade que permite ao usuário definir preferências específicas no painel de configurações do ChatGPT. O novo comportamento segue a lógica:
1. O usuário acessa as instruções personalizadas dentro da conta.
2. No campo de preferências, detalha que o travessão não deve ser utilizado.
3. O modelo passa a produzir respostas sem inserir esse sinal, exceto quando estritamente necessário em estruturas que exijam pontuação análoga.
A OpenAI reforça que não removeu o travessão do repertório do chatbot por padrão. Em vez disso, estabeleceu um procedimento que prioriza a vontade do interlocutor, mantendo a opção de empregar o recurso quando desejado.
Repercussão do anúncio
A publicação de Sam Altman no X sinalizou rapidamente a correção a uma comunidade que vinha acompanhando o tema. Na sequência, a conta oficial do ChatGPT no Instagram divulgou imagem na qual lista as principais mudanças e enfatiza a autonomia do usuário. Comentários nessas plataformas demonstraram alívio de quem precisava adequar textos a estilos editoriais rígidos ou pretendia ocultar vestígios de geração automática.
Consequências imediatas para os usuários
Com o ajuste em vigor, espera-se que:
A detecção de IA pela pontuação seja reduzida: textos redigidos pelo ChatGPT podem agora alinhar-se a convenções de diferentes idiomas sem exibir o traço característico.
Educadores obtenham mais clareza: a simples presença de travessões deixa de ser indício conclusivo de que um trabalho foi auxiliado por IA, exigindo verificação por critérios adicionais.
Profissionais ganhem flexibilidade: equipes de marketing, atendimento e redatores podem ajustar a pontuação de acordo com guias de estilo internos, melhorando a consistência de publicações.
Limitações reconhecidas
A OpenAI alerta que o recurso “não elimina totalmente o travessão”, frase que evidencia a manutenção do sinal como parte legítima da língua escrita. O objetivo é impedir a aplicação automática quando contrária às preferências explícitas, e não banir o símbolo. Portanto, usuários que não definirem instruções personalizadas continuarão sujeitos à presença eventual da pontuação, sobretudo em contextos em que ela se mostra gramaticalmente adequada.
Motivação para a mudança
O ajuste visa reduzir críticas crescentes sobre traços de escrita padronizados por IA e reforçar a reputação de que o ChatGPT pode ser moldado conforme necessidades individuais. Ao devolver o controle aos usuários, a OpenAI fortalece a proposta de personalização, aspecto que se tornou competitivo em soluções de inteligência artificial voltadas ao público geral.
Perspectiva de implantação
Embora a empresa não apresente cronograma adicional no anúncio, a atualização já se encontra disponível na versão atual do ChatGPT. Usuários precisam apenas acessar o menu de configurações para alterar ou confirmar a preferência. A partir desse ajuste, o modelo passará a seguir as orientações detalhadas sem requerer comandos repetidos em cada nova conversa.
Informações resumidas da atualização
• O problema do travessão foi corrigido.
• A solução opera por instruções personalizadas.
• O travessão permanece disponível, mas sob controle do usuário.

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