Navegação quântica estreia no espaço com o X-37B
Navegação quântica estreia no espaço com o X-37B
Navegação quântica estreia no espaço com o X-37B em uma missão marcada para 21 de agosto, quando o avião espacial militar norte-americano deve testar, pela primeira vez, um sensor quântico capaz de dispensar o GPS em voos de longa duração.
Navegação quântica estreia no espaço com o X-37B
O X-37B, operado pela Força Espacial dos Estados Unidos, voará em sua oitava missão carregando uma unidade de interferometria de átomos. O equipamento resfria átomos a temperaturas próximas do zero absoluto e usa lasers para colocar essas partículas em estado de superposição. Ao recombinar as ondas atômicas, o sistema gera padrões de interferência que revelam movimentos e rotações com precisão extrema, sem depender de qualquer sinal externo.
Hoje, a aviação, a logística e até smartphones se baseiam em sistemas de posicionamento global. No entanto, em órbita, debaixo d’água ou em cenários de conflito, o GPS pode ser bloqueado, falsificado ou simplesmente inexistir. Sensores inerciais clássicos oferecem alguma autonomia, mas acumulam erros a longo prazo. O novo interferômetro quântico promete eliminar essa deriva, tornando a navegação autônoma viável em missões lunares, marcianas ou em submarinos militares.
Embora experimentos de laboratório já tenham validado o conceito — a NASA levou o Cold Atom Laboratory à Estação Espacial Internacional em 2018 — o X-37B será o primeiro a avaliar a tecnologia em um cenário operacional de voo. O objetivo é comprovar que o sensor é compacto, resistente à vibração e eficiente em consumo de energia, requisitos essenciais para aplicações militares e civis.
O interesse não se limita aos Estados Unidos. China e Reino Unido também testam soluções de navegação inercial quântica. Em 2024, a Boeing e a AOSense realizaram um voo tripulado de quatro horas guiado apenas por sensores quânticos, enquanto o Reino Unido anunciou resultados positivos em uma aeronave comercial no mesmo ano.
Se bem-sucedida, a missão abrirá caminho para sistemas de orientação menos vulneráveis a interferências e ampliará a autonomia de futuras naves de exploração profunda. A Força Espacial observa de perto os dados para definir o próximo passo rumo a uma frota de veículos capaz de operar sem GPS.
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Crédito da imagem: Boeing / Divulgação

Imagem: Boeing