Microsoft e OpenAI anunciaram nesta quinta-feira (11) um novo memorando de entendimentos que renova a parceria iniciada em 2019, mas abre espaço para a startup de Sam Altman contratar outros fornecedores de infraestrutura em nuvem e tornar o ChatGPT mais independente.
O documento não é vinculante e depende da redação final do contrato e da aprovação de órgãos reguladores dos Estados Unidos. Mesmo assim, marca um passo crucial para que a OpenAI alcance metas de crescimento e avance no plano de, futuramente, tornar-se lucrativa.
Microsoft e OpenAI renovam acordo e libertam ChatGPT
Nos termos discutidos, a exclusividade da big tech de Redmond sobre serviços de computação será flexibilizada. A OpenAI, que já fechou acordos com Google Cloud e negocia com a Oracle, poderá dividir cargas de trabalho entre diferentes provedores, reduzindo a dependência do Azure.
Parceria longa, relação tensa
O relacionamento começou com um aporte de US$ 1 bilhão feito pela Microsoft em 2019 para treinar grandes modelos de linguagem. Três anos depois, o investimento saltou para US$ 13 bilhões, movimento que motivou investigações antitruste nos EUA por possível caractere de fusão, segundo a Reuters.
Em 2025, durante uma rodada que trouxe o SoftBank ao quadro societário, a fatia da Microsoft foi diluída. Desde então, a OpenAI sinaliza o desejo de diversificar parcerias, o que levou a negociações que culminaram no atual memorando.
Copilot segue com licenciamento garantido
Ainda que a exclusividade de infraestrutura diminua, a Microsoft pretende manter acesso preferencial às tecnologias da OpenAI para continuar integrando modelos de IA ao Copilot e a outros produtos da suíte 365. A companhia de Satya Nadella também estuda treinar seus próprios modelos para reduzir riscos competitivos no futuro.
Reestruturação societária e planos de longo prazo
A OpenAI avalia criar um braço como Sociedade de Benefício Público (PBC), capaz de captar recursos mantendo um compromisso social. Essa divisão receberia até US$ 100 bilhões para sustentar pesquisas de ponta. Segundo projeções internas, a lucratividade plena só deve ser alcançada após 2029, possivelmente com a abertura de capital.
A assinatura do memorando não altera o compromisso da empresa com a ética e a segurança em IA, mas sinaliza ao mercado que o ChatGPT ganha autonomia operacional, condição considerada essencial para ampliar receitas com grandes clientes corporativos.
Com o acordo, especialistas veem um cenário de competição mais acirrada entre provedores de nuvem, enquanto a Microsoft preserva ativos estratégicos e a OpenAI expande sua base tecnológica.
Para acompanhar outras mudanças no setor e análises sobre inteligência artificial, visite nossa editoria de IA em onlinedigitalsolucoes.com e continue informado.
Imagem: GettyImages