Metrô de São Paulo transforma todos os assentos de três trens em preferenciais durante o Mês da Gentileza

Assentos preferenciais temporários chamam a atenção para a importância da empatia no transporte público da capital paulista.
- O que motivou a campanha especial
- Quando e onde a iniciativa está em vigor
- Como foi feita a transformação dos vagões
- Canais de comunicação adotados
- Objetivo além da sinalização: influenciar o comportamento
- Requisitos legais e realidade atual do sistema
- Percepção dos usuários sobre desrespeito
- Outros comportamentos problemáticos identificados
- Mensagens-chave veiculadas ao longo de novembro
- Expectativa de impacto sobre os mais de 4 milhões de usuários diários
- Gentileza como detalhe que muda a experiência
- Metodologia inspirada na ciência do comportamento
- Relevância do Dia Mundial da Gentileza como ponto de partida
- Potencial de extensão para outras composições
- Síntese dos principais efeitos esperados
O que motivou a campanha especial
O Metrô de São Paulo iniciou uma ação que coloca a convivência harmoniosa no centro das atenções. Em alusão ao Dia Mundial da Gentileza, celebrado em 13 de novembro, a companhia decidiu converter todos os lugares de três composições em assentos preferenciais. A medida, válida durante todo o mês, pretende reforçar a noção de que ceder o lugar não depende apenas de sinalização, mas, sobretudo, da sensibilidade de cada passageiro.
Quando e onde a iniciativa está em vigor
Os vagões selecionados circulam em três das linhas mais movimentadas do sistema: 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. As mudanças começaram em 13 de novembro e permanecem até o fim do mês. Ao optar por integrar diferentes corredores, a empresa amplia a visibilidade da proposta entre usuários de regiões distintas da cidade.
Como foi feita a transformação dos vagões
Para sinalizar a alteração, cerca de 240 placas foram retiradas e substituídas. Nos locais onde tradicionalmente aparecem os pictogramas de prioridade, o público agora encontra placas na cor dos assentos comuns, cruzadas por setas em várias direções e acompanhadas do aviso: “Durante o Mês da Gentileza, lembramos: quando todos os assentos estão ocupados, todos os assentos são preferenciais. Seja gentil.” A padronização cromática reduz diferenças visuais entre lugares comuns e prioritários, estimulando reflexão imediata.
Canais de comunicação adotados
A orientação não ficou restrita ao interior dos trens. Mensagens equivalentes passaram a ser reproduzidas em painéis digitais instalados em estações, nos monitores da TV Minuto e em avisos sonoros que intercalam os anúncios operacionais. A multiplicidade de meios amplia o alcance da campanha, garantindo que o passageiro receba o lembrete em diferentes etapas do deslocamento.
Objetivo além da sinalização: influenciar o comportamento
O projeto foi desenvolvido pela agência Jotacom e recorre aos princípios da ciência do comportamento. Em vez de apenas informar regras, a estratégia usa elementos visuais e textuais para provocar uma mudança cognitiva: se não há distinção visual, o passageiro tende a avaliar quem necessita mais do assento antes de permanecer sentado. A tática busca transformar o simples ato de ceder lugar em hábito arraigado, mesmo após o encerramento da ação.
Requisitos legais e realidade atual do sistema
A legislação exige que, no mínimo, 10 % dos lugares sejam reservados a pessoas que necessitam de prioridade. Segundo o Metrô, esse percentual já é superado na rede, mas a empresa avalia que a oferta ampliada por si só não elimina a necessidade de atitudes empáticas. A campanha, portanto, reforça que gentileza e cumprimento das normas não são conceitos excludentes.
Percepção dos usuários sobre desrespeito
Uma pesquisa de comportamento divulgada em 2025 apontou que o descumprimento das regras de assentos preferenciais ainda figura entre as atitudes mais incômodas no cotidiano da malha metroviária. O levantamento indica que 51 % dos participantes consideram frequente a ocupação indevida desses lugares. O dado sublinha a relevância de iniciativas que levem o público a repensar práticas arraigadas.
Outros comportamentos problemáticos identificados
O mesmo estudo destacou condutas adicionais que dificultam o fluxo nas plataformas e no interior dos trens. Entre as reclamações mais citadas estão:
• não aguardar a saída dos passageiros antes de entrar;
• permanecer parado na porta e bloquear a passagem;
• empurrar para embarcar ou desembarcar;
• tentar entrar depois do sinal de fechamento das portas.
Mais de 60 % dos entrevistados relataram vivenciar essas situações “sempre” durante seus deslocamentos diários, evidenciando que a gentileza ainda não se tornou prática dominante.
Mensagens-chave veiculadas ao longo de novembro
Entre as frases projetadas nos monitores e repetidas nos alto-falantes, uma pergunta direta convoca reflexão: “Qual é a cor do assento preferencial? Faz diferença? Se você for gentil, todos os assentos são preferenciais.” O questionamento reforça o conceito de universalidade temporária dos lugares e induz o viajante a avaliar suas próprias ações.
Expectativa de impacto sobre os mais de 4 milhões de usuários diários
O Metrô de São Paulo transporta, em média, milhões de passageiros por dia útil nas três linhas envolvidas. Embora o número não tenha sido detalhado na campanha, a intenção declarada é atingir o maior contingente possível de pessoas, irradiando o princípio de empatia para além dos trens que receberam a intervenção visual. A companhia espera que o resultado seja percebido em forma de cortesias espontâneas, como oferecer o lugar a idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou indivíduos com mobilidade reduzida.
Gentileza como detalhe que muda a experiência
Ao ressaltar que um “pequeno gesto” pode transformar o deslocamento de quem mais precisa, a ação alinha comunicação e serviço público. A mudança de design devolve ao passageiro a responsabilidade de observar quem tem prioridade, sem depender apenas do sinal gráfico que antes definia a reserva. Dessa maneira, a campanha conecta o conceito de gentileza a situações práticas, como notar uma pessoa com dificuldade de equilíbrio e, prontamente, ceder o assento.
Metodologia inspirada na ciência do comportamento
Com base em estudos comportamentais, o projeto evita a abordagem punitiva. Em vez de alertar sobre multas ou reprimendas, aposta em nudges — estímulos sutis que encorajam determinada conduta sem obrigar. Ao neutralizar a cor dos assentos preferenciais e usar mensagens que desafiam o passageiro a refletir, o Metrô opera uma intervenção de baixo custo com potencial de gerar mudança duradoura.
Relevância do Dia Mundial da Gentileza como ponto de partida
Escolher o Dia Mundial da Gentileza para lançar a campanha acrescenta simbolismo à ação. A data, reconhecida internacionalmente, remete a atos de cordialidade simples e cotidianos. Ao associar-se à efeméride, o Metrô de São Paulo enquadra a iniciativa como parte de um movimento global pela convivência respeitosa.
Potencial de extensão para outras composições
A empresa não anunciou planos de ampliar a conversão dos assentos para além das três composições iniciais. Ainda assim, o aprendizado extraído durante o mês pode embasar novas medidas. Ao observar a reação dos usuários, a administração obtém indicadores úteis para futuras campanhas com foco em civilidade e acessibilidade.
Síntese dos principais efeitos esperados
• Incentivar a cessão espontânea de assentos a quem possui prioridade;
• Reduzir a percepção de que lugares reservados são ocupados indevidamente;
• Propagar práticas de gentileza que extrapolem o período da campanha;
• Estimular reflexão sobre outros comportamentos inadequados, como bloqueio de portas;
• Demonstrar que intervenções visuais simples podem influenciar o comportamento coletivo.
Ao longo de novembro, a mensagem permanecerá visível e audível para milhares de passageiros diariamente. Se os resultados forem positivos, o Metrô de São Paulo consolida o entendimento de que empatia pode ser fomentada não apenas por meio de normas, mas também por escolhas de design e comunicação que colocam a experiência humana em primeiro plano.

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