Larry Ellison perde US$ 25 bilhões em um dia e desce para terceiro lugar entre os bilionários

Larry Ellison, cofundador da Oracle, viu o patrimônio pessoal encolher em US$ 25 bilhões em apenas 24 horas, depois de uma forte desvalorização das ações da companhia de software, e passou a ocupar a terceira posição no ranking de bilionários da Bloomberg.

O que aconteceu com a fortuna de Larry Ellison?

A perda de US$ 25 bilhões em um único pregão, ocorrida na quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, representa um recuo de R$ 135 bilhões na conversão pela cotação utilizada na notícia original. O desencadeador imediato desse tombo foi a queda de 11 % nos papéis da Oracle, movimento diretamente conectado ao resultado trimestral da empresa: o lucro reportado ficou abaixo do esperado pelos investidores, gerando uma reação negativa no mercado.

Com a retração dos papéis, a fortuna de Ellison foi recalculada em US$ 258 bilhões, ou cerca de R$ 1,39 trilhão. Antes do pregão, ele estava avaliado em US$ 283 bilhões. O valor perdido em um dia configura uma das maiores reduções de riqueza em 24 horas já registradas para um indivíduo na era recente, embora ainda fique atrás de episódios envolvendo outros líderes do setor de tecnologia.

Impacto imediato no ranking de bilionários

O Índice de Bilionários da Bloomberg, monitor de referência para as maiores fortunas do planeta, ajustou a lista logo após o fechamento do mercado. O recuo levou Larry Ellison ao terceiro lugar, deixando o empresário dez bilhões de dólares atrás de Larry Page, cofundador do Google, agora o segundo colocado.

A primeira posição segue ocupada por Elon Musk, cujo patrimônio, estimado em US$ 462 bilhões (R$ 2,4 trilhões), mantém ampla margem sobre os demais concorrentes. No momento da atualização, Musk exibia vantagem de US$ 204 bilhões sobre Ellison e de US$ 194 bilhões sobre Page.

No top 5, Jeff Bezos, fundador da Amazon, aparece em quarto, com US$ 253 bilhões (R$ 1,36 trilhão), e Sergey Brin, também cofundador do Google, figura em quinto, com US$ 250 bilhões (R$ 1,36 trilhão).

Desempenho das ações da Oracle e fatores por trás da queda

A Oracle enfrentou um recuo de 11 % em sua capitalização de mercado após a divulgação de lucro inferior ao previsto pelos analistas. Esse resultado frustrou expectativas formadas no trimestre anterior, quando a companhia vinha de um ciclo de forte valorização impulsionado pelos negócios em nuvem e pelos contratos relacionados a inteligência artificial.

A penalização do mercado refletiu a sensibilidade dos investidores a qualquer sinal de desaceleração. Como Ellison detém participação significativa no capital da Oracle, o valor de mercado da empresa tem impacto direto, quase instantâneo, em sua fortuna pessoal. O episódio demonstra como as variações diárias de ações podem traduzir-se em mudanças bilionárias no ranking de indivíduos mais ricos.

Comparações recentes: Musk, Zuckerberg e outros magnatas

Embora expressiva, a perda de Larry Ellison não foi a maior registrada no ano. Em abril, Elon Musk acumulou queda de US$ 35 bilhões (R$ 189 bilhões) em três dias, episódio atribuído a temores de recessão ligados ao aumento generalizado de tarifas impulsionado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. No mesmo intervalo, Mark Zuckerberg, da Meta, viu seu patrimônio diminuir em US$ 24 bilhões (R$ 129 bilhões).

Esses recuos ressaltam a volatilidade a que as grandes fortunas tecnológicas estão submetidas. Apesar de valores nominais diferentes, um denominador comum une os casos: todos ocorreram em resposta direta a movimentos do mercado de capitais, seja por resultados operacionais aquém do esperado, seja por perspectivas macroeconômicas adversas.

Trajetória recente de Larry Ellison no topo da lista

Dois meses antes da queda, em setembro, Ellison chegou a ultrapassar Musk e assumir temporariamente o posto de pessoa mais rica do mundo, quando seu patrimônio foi projetado em US$ 393 bilhões (R$ 2,1 trilhões). Naquele momento, a Oracle passava por um período de forte otimismo: as ações haviam saltado cerca de 43 % após a empresa divulgar projeções bastante positivas para o segmento de computação em nuvem e para acordos relacionados à infraestrutura de data centers que oferecem suporte a aplicações de inteligência artificial.

O salto ilustrava a confiança dos investidores no posicionamento da Oracle em um mercado que, à época, mostrava demanda crescente por serviços de nuvem corporativa. A subsequente correção, ocorrida em dezembro, indica que o humor do mercado segue oscilando conforme os resultados concretos são apresentados e comparados às expectativas traçadas.

Situação atual do top 5 e próximos movimentos

Com a atualização mais recente, o ranking de bilionários da Bloomberg apresenta a seguinte configuração: Elon Musk em primeiro, Larry Page em segundo, Larry Ellison em terceiro, Jeff Bezos em quarto e Sergey Brin em quinto. A distância que separa Ellison de Page é de US$ 10 bilhões (R$ 54 bilhões), valor que pode se alterar rapidamente com variações relativamente modestas no preço das ações de suas respectivas empresas.

A diferença entre o líder Musk e os demais permanece considerável. Entretanto, o histórico de oscilações diárias — como as perdas de US$ 35 bilhões de Musk em abril ou o recuo de US$ 25 bilhões de Ellison agora — sugere que a classificação pode sofrer novas reordenações caso ocorram movimentos significativos nos papéis da Tesla, da Oracle ou de outras companhias ligadas ao grupo de bilionários monitorado pela Bloomberg.

Por enquanto, a fotografia do mercado mostra Ellison na terceira posição, em meio a um top 5 completado por Bezos e Brin, cujas fortunas são estimadas, respectivamente, em US$ 253 bilhões e US$ 250 bilhões, de acordo com o índice de bilionários citado.