Kneecap barrada no Canadá segue sem notificação oficial

Kneecap barrada no Canadá é o impasse que domina o noticiário: dez dias depois de o deputado liberal Vince Gasparro anunciar que o grupo irlandês estaria impedido de entrar no país, os músicos afirmam não ter recebido qualquer comunicação oficial de Ottawa.
O empresário da banda, Daniel Lambert, disse por e-mail que “nenhum aviso chegou, somente o vídeo nas redes sociais de Vince”. O vídeo, publicado em 19 de setembro, mostrava Gasparro declarando que, “por recomendação de autoridades”, os três integrantes do Kneecap tornaram-se inelegíveis para entrar no Canadá devido a suposto apoio a violência política e ao terrorismo.
Kneecap barrada no Canadá segue sem notificação oficial
Gasparro citou ainda que Liam Óg Ó hAnnaidh, conhecido no palco como Mo Chara, respondia a acusações de terrorismo no Reino Unido após balançar uma bandeira do Hezbollah em show londrino. Na sexta-feira, um juiz britânico arquivou o processo, mas o parlamentar evitou responder se a decisão altera o status de entrada do trio. “Qualquer atualização cabe à imigração”, limitou-se a dizer.
Procurado, o Ministério de Imigração, Refugiados e Cidadania (IRCC) alegou sigilo e não confirmou se há — ou houve — veto formal. O órgão ressaltou que cada pedido é avaliado individualmente e que o acesso pode ser negado por motivos de segurança ou antecedentes criminais. Irlandeses não precisam de visto, mas necessitam da autorização eletrônica de viagem (eTA); segundo a banda, os três já possuem eTAs válidas.
Em cadeia de e-mails obtida pela imprensa, assessores recomendaram incluir na comunicação oficial a informação de que solicitantes recebem alertas de status pelo endereço eletrônico cadastrado e podem reaplicar caso sanem pendências. O gabinete da ministra da Imigração, Lena Diab, manteve silêncio adicional, e o Ministério da Segurança Pública tampouco comentou se fora consultado antes da gravação de Gasparro.
O Kneecap repudiou as “alegações falsas e maliciosas” e ameaçou processar o parlamentar. “Quando vencermos na Justiça, doaremos cada centavo para amputados infantis em Gaza”, declarou o grupo, que nega apoio ao Hezbollah ou ao Hamas e afirma defender apenas o povo palestino. Gasparro respondeu que não teme processo: “Se quiserem me processar, estarei pronto”.
No mesmo dia do vídeo, o ministro da Justiça, Sean Fraser, apresentou projeto que criminaliza a exibição de símbolos de organizações terroristas, como Hamas e Hezbollah, com pena de até dois anos. Entidades como o Centre for Israel and Jewish Affairs e a B’nai Brith Canada elogiaram a postura do governo.
Para mais detalhes, consulte a cobertura completa da Global News, fonte internacional de referência sobre o caso.
O desfecho permanece incerto: sem documento oficial, a turnê de outubro, com shows previstos em Toronto e Vancouver, segue em risco.
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Crédito da imagem: Global News
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