Israel convoca 60 mil reservistas para ofensiva em Gaza
Israel convoca 60 mil reservistas para ofensiva em Gaza
Israel convoca 60 mil reservistas para ofensiva em Gaza, mobilização que antecede uma operação terrestre com o objetivo declarado de capturar e ocupar toda a Cidade de Gaza, informou o Exército nesta quarta-feira.
Operação envolverá cinco divisões e inicia em setembro
De acordo com um oficial militar, os reservistas devem se apresentar em setembro, embora a maioria das tropas envolvidas seja de efetivo ativo. A ofensiva integra a chamada “próxima fase da Operação Gideon’s Chariots”, iniciada em maio e que, segundo o comando israelense, já resultou no controle de 75% do território de Gaza. Cinco divisões participarão da nova etapa.
Tropas israelenses já atuam nos bairros de Zeitoun e Jabalia para preparar o terreno, enquanto a Brigada Givati retomou ações em Jabalia e nos arredores da Cidade de Gaza, “desmantelando infraestruturas militares acima e abaixo do solo”, afirmou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Evacuação em massa e críticas internacionais
O plano, aprovado pelo ministro da Defesa, Israel Katz, e que ainda será submetido ao gabinete de segurança, prevê a evacuação de centenas de milhares de palestinos para áreas do sul, como a faixa costeira de al-Mawasi, onde deverão ser instalados hospitais de campanha. Líderes mundiais reagiram negativamente: o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou que a operação “pode levar a um desastre para ambos os povos”.
Entidades humanitárias, entre elas a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, advertiram que o novo deslocamento forçado piorará o “quadro já catastrófico” para os 2,1 milhões de habitantes de Gaza. A ONU contabilizou 54 ataques israelenses a prédios residenciais na Cidade de Gaza desde 8 de agosto.
Negociações de cessar-fogo permanecem incertas
Mediadores do Catar e do Egito tentam ressuscitar um acordo que inclua trégua de 60 dias e libertação de cerca de metade dos 50 reféns ainda detidos pelo Hamas. O grupo islâmico declarou aceitar a proposta, mas Israel insiste na libertação total dos cativos; estimativas apontam que apenas 20 estejam vivos.
Impacto humanitário se agrava
O Programa Mundial de Alimentos alertou para níveis emergenciais de desnutrição, com 269 mortes registradas desde outubro — incluindo 112 crianças. O Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 62.122 mortos na guerra, números citados pela ONU como os mais confiáveis disponíveis. Israel, por sua vez, diz que fornece “centenas de caminhões” de ajuda diária.
A convocação de 60 mil reservistas — além da extensão do serviço de outros 20 mil — sinaliza a escala da próxima ofensiva. Analistas temem que o avanço sobre Gaza City, combinado à exigência de evacuação, aprofunde o impasse diplomático e agrave o sofrimento civil.
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Crédito da imagem: EPA

Imagem: Internet