Invasão a registros fiscais altera nome e gênero de Brigitte Macron e intensifica julgamento por cyberbullying

Invasão a registros fiscais altera nome e gênero de Brigitte Macron e intensifica julgamento por cyberbullying

Paris — Um ataque cibernético revelou, neste domingo (26), que registros fiscais oficiais da primeira-dama da França foram adulterados para exibi-la como homem sob o nome “Jean-Michel”. Segundo o chefe de gabinete do governo francês, Tristan Bromet, os invasores acessaram as contas digitais de Brigitte Macron e alteraram diretamente o campo de gênero e o nome legal nos sistemas eletrônicos de administração tributária.

Índice

Ação dos invasores e descoberta da fraude

O episódio veio à tona quando a própria primeira-dama, ao consultar seus documentos online, percebeu a mudança incomum. O procedimento de correção de dados desse tipo não é simplificado dentro da administração pública francesa, o que indica que as credenciais de acesso foram burladas ou obtidas ilicitamente. A partir da queixa formal apresentada por Brigitte Macron, autoridades de segurança digital rastrearam as atividades suspeitas e identificaram duas pessoas relacionadas ao ataque.

Embora o governo não tenha detalhado quais brechas técnicas foram exploradas, a informação divulgada confirma que o objetivo da invasão era sustentar uma narrativa conspiratória sobre a identidade de gênero da primeira-dama, narrativa esta que circula em redes sociais há vários anos.

Campanha de difamação que se arrasta há anos

A mudança ilegal nos registros fiscais é apenas o capítulo mais recente de uma campanha de difamação online que questiona a identidade de gênero de Brigitte Macron. A teoria conspiratória sugere que ela teria nascido homem e assumido a identidade atual após uma suposta transição. O caso se tornou um exemplo de assédio digital contínuo contra figuras públicas, demonstrando como informações falsas podem ser combinadas a ataques técnicos para ganhar aparência de legitimidade.

Desde o surgimento desses boatos, perfis em redes sociais, vídeos em plataformas de compartilhamento e fóruns de discussão amplificam conteúdos que relacionam imagens, documentos fora de contexto e depoimentos sem comprovação a fim de alimentar a dúvida sobre o passado da esposa do presidente Emmanuel Macron.

Detalhes da teoria envolvendo o nome Jean-Michel Trogneux

O cerne da alegação conspiratória repousa na referência a “Jean-Michel Trogneux”. Trogneux é, de fato, o sobrenome de solteira de Brigitte. Entretanto, Jean-Michel é o nome de um dos irmãos dela, atualmente com 80 anos e vivo. Alguns defensores da teoria afirmam que o irmão teria “assumido” a identidade de Brigitte após uma hipotética transição de gênero, argumento rejeitado com veemência pelos familiares e desmentido por registros civis que distinguem claramente as duas pessoas.

Mesmo assim, a proximidade nominal entre o irmão e o sobrenome de família tem sido explorada para gerar confusão. A adulteração nos registros fiscais, ao introduzir o prenome “Jean-Michel” ao lado do sexo masculino, buscou reforçar essa narrativa, combinando ato criminoso concreto com desinformação já existente.

Avanço judicial: 10 acusados de assédio virtual vão a julgamento

No dia seguinte à revelação do ataque, a Justiça francesa iniciou o julgamento de dez indivíduos acusados de cyberbullying contra a primeira-dama. Eles respondem a um processo aberto em agosto do ano anterior, também relacionado à propagação das teorias sobre suposta fraude de identidade.

Entre os réus está Delphine Jegousse, que se apresentava como médium sob o pseudônimo “Amandine Roy”. Ela já havia prestado depoimento em julho e é apontada pela acusação como uma das principais difusoras das alegações. A jornalista Natacha Rey, o executivo de publicidade Aurelien Poirson-Atlan e outras sete pessoas também compõem a lista de acusados.

Potenciais penas e valores envolvidos

Se considerados culpados, os réus podem receber até três anos de prisão e multa de 45 000 euros, valor aproximado de 281 mil reais na cotação atual. As acusações incluem difamação, assédio moral em ambiente digital e divulgação deliberada de informações falsas com impacto na honra e na vida privada da vítima.

O Ministério Público argumenta que, além do dano à imagem, a campanha comprometeu a segurança pessoal da primeira-dama, pois gerou volume expressivo de ameaças e exposições indevidas. A defesa dos acusados tende a alegar liberdade de expressão e ausência de intenção criminosa, mas as autoridades sustentam que o contínuo compartilhamento de conteúdo enganoso configura assédio estruturado.

Processo paralelo contra influenciadora norte-americana

Em esfera separada, Emmanuel e Brigitte Macron ingressaram com ação civil nos Estados Unidos contra a influenciadora Candace Owens. A criadora de conteúdo publicou, no início do ano, uma série de vídeos que repetem a alegação de que a primeira-dama seria transgênero. O material alcançou milhões de visualizações, ampliando a repercussão internacional do boato.

O advogado do casal informou que apresentará aos tribunais norte-americanos “evidências científicas e fotográficas” comprovando que Brigitte Macron é mulher biológica. A intenção declarada no processo é interromper a circulação global das informações falsas, ainda que a medida exija exposição de dados pessoais da primeira-dama. A ação busca, portanto, reparação por danos morais e cessação definitiva do conteúdo considerado difamatório.

Repercussões para a segurança de dados e imagem presidencial

A invasão aos sistemas fiscais ressalta a vulnerabilidade de bases de dados governamentais a ataques motivados por agendas específicas de difamação. Embora o governo francês não tenha detalhado as contramedidas técnicas, a identificação rápida de suspeitos sugere cooperação entre agências de cibersegurança e ministérios responsáveis pela administração tributária.

Para Emmanuel Macron, o episódio amplia as preocupações relativas à proteção de informações de figuras públicas e evidencia a necessidade de combinar medidas judiciais, protocolos de segurança digital e ações de comunicação oficial para neutralizar boatos persistentes. A dimensão internacional do caso, refletida no processo contra Candace Owens, reforça que campanhas de desinformação podem ultrapassar fronteiras com facilidade, exigindo respostas coordenadas em diferentes jurisdições.

Enquanto o julgamento por cyberbullying prossegue em Paris e a ação civil corre nos Estados Unidos, as autoridades francesas continuam investigando a origem, o financiamento e a amplitude da campanha que motivou o ataque aos registros fiscais. A expectativa é que, a partir da responsabilização criminal e de reparações civis, o ambiente digital se torne menos propenso à circulação de falsidades que atinjam diretamente a vida privada de agentes públicos.

zairasilva

Olá! Eu sou a Zaira Silva — apaixonada por marketing digital, criação de conteúdo e tudo que envolve compartilhar conhecimento de forma simples e acessível. Gosto de transformar temas complexos em conteúdos claros, úteis e bem organizados. Se você também acredita no poder da informação bem feita, estamos no mesmo caminho. ✨📚No tempo livre, Zaira gosta de viajar e fotografar paisagens urbanas e naturais, combinando sua curiosidade tecnológica com um olhar artístico. Acompanhe suas publicações para se manter atualizado com insights práticos e interessantes sobre o mundo da tecnologia.

Conteúdo Relacionado

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Go up

Usamos cookies para garantir que oferecemos a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você está satisfeito com ele. OK