Inteligência artificial acelera automação e cria espaço para requalificação no Brasil

A adoção da inteligência artificial (IA) nas empresas brasileiras avança em ritmo superior à média mundial e já impacta tanto a forma de trabalhar como as competências exigidas. Um estudo global do Google em parceria com a Ipsos indica que 60 % dos profissionais no país acreditam que a tecnologia gerará mais empregos, contra 49 % a nível internacional. Além disso, 78 % dos inquiridos afirmam utilizar ferramentas de IA no dia a dia, sinal de uma transformação que se consolida em vários sectores.

Automação ao alcance de empresas de todos os portes

A popularização de serviços em nuvem e de plataformas software as a service reduziu significativamente as barreiras técnicas e financeiras para automatizar processos. Soluções low-code apoiadas por IA permitem integrar sistemas, optimizar fluxos e lançar serviços digitais em prazos curtos. Entre os exemplos citados pela indústria está o Devant, da WSO2, desenvolvido para operar com APIs definidas, microsserviços escaláveis e implantação em ambientes locais, híbridos ou totalmente em nuvem.

Neste modelo, a IA actua como motor de eficiência: auxilia no desenvolvimento de software, analisa dados preditivos e moderniza tarefas operacionais. A geração emergente de agentes de IA — programas capazes de interpretar informações e executar acções com base em regras — começa a ganhar espaço em áreas como gestão de stocks, atendimento ao cliente e orquestração interna de processos.

Casos práticos na administração pública e no sector financeiro

A WSO2 tem aplicado esta abordagem em projectos de grande escala. No Uruguai, a sua tecnologia permitiu integrar digitalmente mais de 150 instituições públicas, facilitando o acesso dos cidadãos a serviços governamentais. Já no México, o banco INVEX recorreu às mesmas ferramentas para expandir operações, mantendo requisitos de segurança e conformidade.

Estes exemplos ilustram o impacto da automação inteligente na experiência do utilizador e na eficiência institucional. Ao eliminar silos de informação e acelerar trocas de dados, as organizações ganham agilidade para responder a mudanças de mercado e às expectativas de consumidores cada vez mais digitais.

Desafio de preparar a força de trabalho

Enquanto a automação avança, cresce a necessidade de requalificar profissionais para novas funções. O mercado procura competências em análise de dados, integração de sistemas, supervisão de fluxos automatizados e desenvolvimento centrado no utilizador. O Brasil, com histórico de inovação em segurança bancária e APIs, reúne condições para liderar a formação destes perfis na América Latina.

Especialistas defendem políticas públicas de capacitação e programas privados de formação contínua, de modo a garantir que o benefício económico da IA seja acompanhado por inclusão e mobilidade social. A mesma pesquisa da Google mostra um ambiente favorável: a percepção positiva sobre a criação de empregos sugere abertura para iniciativas de requalificação.

Vantagens competitivas e requisitos de sustentabilidade

Ao colocar a IA no centro das estratégias de automação, as empresas ganham escalabilidade, flexibilidade e velocidade — atributos decisivos num mercado de inovação constante. Contudo, essa evolução requer governança sólida. Privacidade de dados, segurança e transparência nos algoritmos têm de acompanhar o ritmo de adopção para garantir confiança de utilizadores e reguladores.

Analistas apontam que combinar tecnologia de ponta com talento humano será determinante para o sucesso a longo prazo. Equipas multidisciplinares, capazes de alinhar objectivos de negócio, engenharia e ética, tornam-se essenciais para extrair valor da IA sem comprometer direitos dos cidadãos.

Perspectivas para o futuro próximo

A trajectória de crescimento da IA no Brasil sugere consolidação de um ecossistema robusto de fornecedores, integradores e profissionais qualificados. Com investimentos adequados em educação e infra-estrutura, o país pode transformar a automação inteligente num vector de competitividade regional e de inclusão socioeconómica.

A combinação de elevada taxa de adopção, casos de êxito concretos e expectativa optimista em relação a empregos cria um cenário propício para expandir práticas de IA em 2025 e além. O desafio imediato é assegurar que esse progresso tecnológico seja acompanhado de oportunidades reais de desenvolvimento para toda a força de trabalho.

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Imagem: tecmundo.com.br

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