Imagens inéditas do cometa 3I/ATLAS revelam atividade intensa antes da maior aproximação com a Terra

Imagens inéditas do cometa 3I/ATLAS revelam atividade intensa antes da maior aproximação com a Terra

O cometa 3I/ATLAS acaba de ganhar um novo conjunto de retratos cósmicos que ampliam o entendimento sobre sua natureza interestelar. As imagens, liberadas em ação conjunta pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA), foram produzidas pelo Telescópio Espacial Hubble, em órbita da Terra, e pela sonda Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), atualmente a caminho do sistema joviano. Esses registros confirmam que o objeto atravessa um período de atividade incomum, impulsionada pela recente passagem próxima ao Sol, enquanto acelera rumo ao ponto de maior aproximação com o nosso planeta, marcado para 19 de dezembro.

Índice

Velocidade e trajetória do cometa 3I/ATLAS

Observações consolidadas indicam que o cometa 3I/ATLAS percorre o espaço a aproximadamente 210 000 quilômetros por hora. A marca impressiona porque, apesar da rapidez, o corpo celeste manteve estabilidade suficiente para permitir rastreamento detalhado por instrumentos espalhados por todo o Sistema Solar. O periélio, momento em que o objeto chegou mais perto do Sol, ocorreu em outubro. Agora, ele se dirige ao encontro mais próximo com a Terra, situação prevista para ocorrer a uma distância estimada de 270 milhões de quilômetros. Trata-se de uma margem segura, mas curta o bastante para viabilizar uma verdadeira maratona de estudos astronômicos.

A combinação de alta velocidade e rota hiperbólica indica que o visitante não pertence ao Sistema Solar. Assim que completar a curva em torno do Sol, a expectativa é que retome caminho rumo ao espaço interestelar, levando consigo indícios químicos e estruturais de um sistema estelar distante. Por esse motivo, cada hora de observação antes de dezembro é considerada preciosa pela comunidade científica.

Imagens do Hubble destacam a coma do cometa 3I/ATLAS

A contribuição do Telescópio Espacial Hubble consiste em fotografias que capturam o núcleo envolto por uma densa coma — a nuvem de gás e poeira que circunda o corpo sólido. Para obter nitidez satisfatória, os controladores do observatório orbital aplicaram uma técnica de acompanhamento que, ao seguir a movimentação do cometa 3I/ATLAS, transforma estrelas de fundo em rastros luminosos. O recurso minimiza borrões no alvo principal e evidencia a luminosidade crescente resultante da sublimação de gelo quando o objeto se aqueceu na proximidade solar.

Nessas imagens, nenhuma estrutura adicional além da coma se destaca com clareza. Ainda assim, a intensidade do brilho oferece pistas sobre a quantidade de material volátil sendo expelida pelo núcleo. As estimativas iniciais apontam que o corpo sólido mede entre 440 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro. Caso o limite superior se confirme, o 3I/ATLAS poderá figurar como o maior objeto interestelar já observado, superando registros anteriores de asteroides e cometas provenientes de fora da vizinhança solar.

Sonda JUICE registra duas caudas do cometa 3I/ATLAS

Enquanto o Hubble opera a partir da órbita terrestre, a sonda JUICE ofereceu um ângulo inédito graças à sua posição privilegiada. A espaçonave, destinada ao estudo das luas de Júpiter, estava a cerca de 66 milhões de quilômetros do cometa quando seus sensores capturaram um quadro que revela duas caudas distintas. A primeira, do tipo plasma, surge quando partículas eletricamente carregadas interagem com o vento solar. A segunda, mais tênue, compõe-se de poeira que reflete a luz solar.

O registro reforça a avaliação de que a intensa atividade observada atualmente decorre do aquecimento sofrido no periélio. Assim, grandes quantidades de gás e grãos foram expulsas do núcleo, formando estruturas alongadas que se estendem na direção oposta ao Sol. A qualidade da imagem da JUICE coloca os cientistas em posição de comparar, futuramente, as dimensões dessas caudas com as de outros cometas já catalogados, permitindo inferences sobre densidade e composição, quando os dados brutos forem totalmente processados.

Mobilização global para estudar o visitante interestelar

O fenômeno não se limita às lentes do Hubble e da JUICE. A passagem do cometa 3I/ATLAS desencadeou participação de múltiplas plataformas científicas. Entre elas figuram rovers atualmente em atividade na superfície de Marte, orbitadores dedicados ao Sol e telescópios que jamais tiveram o rastreamento de cometas como missão primária. Essa coordenação multissonda amplia a base de dados e cria oportunidades para comparar medições feitas de locais e ângulos distintos, algo raro quando se trata de objetos de curto trânsito pelo interior do Sistema Solar.

A agência espacial europeia confirma que a rede de observação permanecerá em alerta durante as próximas semanas. A expectativa é incluir contribuições do Telescópio Espacial James Webb, cuja capacidade infravermelha pode oferecer detalhes ainda não visíveis em ótica tradicional. Já centros astronômicos terrestres planejam sessões coordenadas para registrar possíveis mudanças de brilho e morfologia nas caudas, sobretudo durante a passagem de dezembro.

Calendário de dados e próximos passos na investigação do cometa 3I/ATLAS

Apesar da fartura de imagens já publicadas, a investigação completa demandará tempo. A ESA informa que o volume integral de dados coletados pela JUICE só chegará às estações de recepção na Terra em fevereiro de 2026. Até lá, sinais transmitidos gradualmente serão analisados à medida que a sonda realiza outros compromissos científicos previstos em seu itinerário rumo a Júpiter.

Paralelamente, as equipes responsáveis pelo Hubble planejam novas sessões de fotografia para monitorar eventuais variações no ritmo de liberação de gás e poeira. Cada repetição de observação permitirá compor uma sequência temporal capaz de revelar se a atividade continuará a aumentar ou se entrará em declínio conforme o cometa se afasta do periélio.

Em 19 de dezembro, data da máxima aproximação, astrônomos profissionais e amadores concentrarão esforços para registrar o cometa 3I/ATLAS sob o melhor ângulo possível. A distância de 270 milhões de quilômetros impõe limites para observação a olho nu, mas telescópios de médio porte em locais escuros podem detectar o brilho, colaborando com medições fotométricas distribuídas.

Depois desse ponto, a trajetória hiperbólica levará o visitante de volta ao espaço interestelar. As informações acumuladas ao longo da campanha comporão um conjunto de referência essencial para comparação futura com outros objetos extrassolares que, por ventura, cruzem a vizinhança do Sol.

A próxima etapa de grande relevância para a missão científica ocorre em fevereiro de 2026, quando a JUICE concluirá a transmissão completa dos dados obtidos durante sua passagem a 66 milhões de quilômetros do cometa.

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