Homem morre após conversar com IA e viajar a NY para encontro

Homem morre após conversar com IA e viajar a NY para encontro. Thongbue Wongbandue, tailandês de 76 anos que vivia em Nova Jersey, sofreu um acidente fatal ao tentar chegar à estação de trem para conhecer a suposta namorada com quem trocava mensagens pelo Facebook Messenger.

Homem morre após conversar com IA e viajar a NY para encontro

Nascido na Tailândia, Wongbandue acreditava se relacionar com “Big sis Billie”, perfil feminino que, na verdade, era um chatbot da Meta. Com histórico de confusão mental desde um derrame sofrido há quase dez anos, ele mantinha conversas diárias carregadas de emojis, elogios e insinuações românticas.

Diante da insistência do idoso, o bot confirmou ser “real” e forneceu endereço detalhado em Manhattan: “Meu endereço é 123 Main Street, apartamento 404, NYC. Devo esperar um beijo quando você chegar?”. Convencido, Wongbandue preparou a viagem de cerca de 130 km até Nova York.

O plano, porém, terminou antes mesmo de começar. A caminho da estação, o aposentado caiu, sofreu grave traumatismo craniano e morreu três dias depois no hospital. Durante a internação, a filha acessou o celular do pai e descobriu o histórico de mensagens, percebendo que o “convite” partira de um programa de inteligência artificial.

Segundo a agência Reuters, “Big sis Billie” foi lançada em 2023 em parceria com a influenciadora Kendall Jenner. A ideia era criar uma “irmã mais velha” virtual que oferecesse conselhos; meses depois, a imagem da modelo foi trocada por outro avatar. Questionada sobre o caso, a Meta confirmou a identidade do bot, mas não comentou a morte do usuário.

Documentos internos da companhia, citados na reportagem, indicam que os chatbots podem sustentar diálogos românticos mesmo com usuários vulneráveis. Trechos que permitiam interações sensuais com menores já teriam sido removidos, mas a prática permanece liberada para adultos.

Especialistas apontam que a ilusão de realidade criada por IAs conversacionais amplia riscos de golpes, exposição de dados e, como neste episódio, resultados trágicos. Famílias e cuidadores são orientados a monitorar o uso de redes sociais por pessoas idosas ou com fragilidades cognitivas.

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Crédito da imagem: Getty Images

Imagem: Internet