Gota do Príncipe Rupert: por que vidro explode na cauda

Gota do Príncipe Rupert: por que vidro explode na cauda

Gota do Príncipe Rupert intriga usuários do TikTok ao suportar marteladas e, ao mesmo tempo, se despedaçar quando a extremidade fina é tocada. Esse contraste, observado desde o século 17, voltou aos holofotes graças a vídeos virais que exibem a “gota de vidro” resistindo a prensas hidráulicas antes de virar pó em milissegundos.

O efeito começa ainda na fabricação: vidro fundido é deixado cair em água fria, solidificando primeiro a superfície e formando uma cabeça robusta com cauda alongada. A rápida contração externa gera forte compressão na casca, enquanto o interior esfria mais lentamente e fica sob tração.

Gota do Príncipe Rupert: por que vidro explode na cauda

Essas tensões internas explicam o comportamento dual. Na cabeça, a camada comprimida age como um escudo que impede a propagação de trincas, permitindo suportar forças equivalentes a dezenas de toneladas. Já a cauda concentra a tensão acumulada: um leve arranhão cria microfissuras que se propagam a até 6.000 km/h, liberando toda a energia e pulverizando o vidro.

Levada à corte inglesa pelo príncipe Rupert da Renânia, a curiosa peça motivou experimentos da Royal Society no século 17. Nomes como Robert Hooke registraram a resistência incomum, mas ferramentas da época não bastavam para decifrar o mistério.

Somente em 1994, câmeras ultrarrápidas captaram a onda de fratura partindo da cauda. Em 2016, técnicas ópticas detalharam as tensões de compressão e tração envolvidas. Segundo artigo do engenheiro Srinivasan Chandrasekar, da Universidade Purdue, a resistência à fratura da gota é comparável à de certos aços (Britannica).

O princípio inspirou o vidro temperado usado em para-brisas, janelas de segurança e telas de celulares. Assim como na gota, esses produtos mantêm a superfície sob compressão para aumentar a durabilidade e controlar a fragmentação em caso de quebra.

O fascínio renasce nas redes sociais porque reúne demonstração visual impactante e lição de ciência aplicada: um mesmo material pode ser quase indestrutível ou extremamente frágil, dependendo de como a energia está distribuída.

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Crédito da imagem: Hanna Karlsen/Store Norske Leksikon

zairasilva

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