Google lança Gemini 3 e ultrapassa rivais em testes de IA multimodal

O Google apresentou o Gemini 3, a terceira geração de seu modelo de linguagem, e anunciou resultados que o colocam à frente dos principais concorrentes em múltiplos indicadores de desempenho.
- Quem está por trás do lançamento
- O que muda com o Gemini 3
- Quando e onde a tecnologia foi avaliada
- Como o desempenho foi medido
- Por que os avanços são relevantes
- Destaques técnicos do novo modelo
- Impactos observados em produtos parceiros
- Reflexos no mercado financeiro
- Desenvolvimentos paralelos do ecossistema Gemini
- Como a novidade se integra ao cotidiano do usuário
- Comparação com os concorrentes imediatos
- Perspectivas de adoção em mercados multilíngues
- Cenário e próximos passos
Quem está por trás do lançamento
A iniciativa parte do Google, empresa-chave do conglomerado Alphabet, que busca consolidar posição de liderança na corrida da inteligência artificial. Dentro da organização, a diretora sênior de produtos Tulsee Doshi conduziu parte dos testes e classificou os ganhos observados como “sinais de vida” de uma tecnologia avançada. Fora do quadro interno, empresas parceiras, como a Box, receberam acesso preliminar ao sistema. O CEO Aaron Levie declarou ter notado um avanço “de dois dígitos” em praticamente todas as verificações às quais submeteu o novo modelo.
O que muda com o Gemini 3
Gemini 3 é descrito pelo Google como um modelo multimodal, capaz de interpretar e gerar conteúdo em texto, imagem, áudio, vídeo e código de programação. Essa amplitude modifica o tipo de interação oferecida a usuários e desenvolvedores porque unifica, em um único motor, tarefas que antes exigiam ferramentas distintas. Relatórios internos, mencionados pelo Wall Street Journal, apontam ganhos expressivos em raciocínio, planejamento e precisão de respostas.
Quando e onde a tecnologia foi avaliada
O período de avaliação ocorreu ao longo de vários meses, dentro dos laboratórios da companhia e em ambientes corporativos parceiros. Nesse intervalo, colaboradores do Google submeteram o modelo a desafios como resolução de problemas de matemática, criação de piadas e escrita em gujarati, idioma falado na Índia e pouco representado na web. Esses testes, realizados em domínios e idiomas variados, buscaram comprovar se os resultados se mantinham consistentes em cenários pouco explorados pelos grandes modelos de linguagem.
Como o desempenho foi medido
Para mensurar a qualidade do Gemini 3, a equipe recorreu a mais de uma dúzia de benchmarks comparativos. Entre eles, destaca-se o “Vending Bench”, que avalia a capacidade de formular estratégias e executar rotinas complexas de forma autônoma. O teste simula a administração de uma máquina de vendas automática, exigindo do modelo decisões sobre estoque, precificação e atendimento de pedidos. Segundo os resultados divulgados, o Gemini 3 assumiu a dianteira em praticamente todas as métricas, superando as versões avaliadas do ChatGPT e do Claude nesse e em vários outros cenários.
Por que os avanços são relevantes
O salto de desempenho observado confere ao Google um trunfo competitivo em um mercado dominado, até então, pela popularidade do ChatGPT, que registra cerca de 800 milhões de usuários semanais. Embora a base instalada da OpenAI permaneça maior, analistas citados na reportagem do WSJ consideram que a qualidade de respostas e a versatilidade multimodal podem influenciar a escolha de profissionais e empresas na hora de adotar soluções de IA.
Destaques técnicos do novo modelo
Entre os pontos que chamaram atenção nos relatórios liberados, cinco se sobressaem:
1. Superioridade em benchmarks: superação do ChatGPT e do Claude em mais de doze testes padronizados.
2. Programação avançada: desempenho quase equivalente ao Claude Sonnet 4.5 em avaliações de código.
3. Integração ao Modo IA da busca: possibilidade de entregar respostas interativas e didáticas diretamente na interface do buscador do Google.
4. Cobertura multilíngue: suporte a idiomas de baixa representação online, como o gujarati.
5. Raciocínio e planejamento: melhor performance em tarefas que exigem encadeamento de etapas e tomada de decisão estruturada.
Impactos observados em produtos parceiros
Uma das primeiras ferramentas a incorporar o Gemini 3 é a Nano Banana, plataforma de geração de imagens que já vinha sendo utilizada por artistas visuais e desenvolvedores de jogos. Com a atualização, espera-se que o tempo de renderização e a variedade de estilos disponíveis aumentem, favorecendo a adoção comercial do serviço. Esse movimento sugere uma tendência de efeitos indiretos, nos quais melhorias do modelo central elevam a qualidade de produtos satélites.
Reflexos no mercado financeiro
O anúncio repercutiu de forma imediata no desempenho da Alphabet na bolsa de valores. O conglomerado alcançou valor de mercado estimado em US$ 3,6 trilhões, ou cerca de R$ 19 trilhões, registrando a ultrapassagem da Microsoft pela primeira vez em sete anos. Analistas atribuem parte dessa valorização à expectativa de receitas futuras baseadas em licenciamento e incorporação da tecnologia Gemini 3 em serviços atuais do Google.
Desenvolvimentos paralelos do ecossistema Gemini
Além do lançamento principal, a empresa comunicou duas iniciativas adicionais. Primeiro, o Google negou rumores de que e-mails de usuários seriam utilizados para treinar o modelo, reforçando compromissos declarados com privacidade. Segundo, anunciou-se uma função embutida no sistema capaz de detectar conteúdos gerados por inteligência artificial, mecanismo considerado útil para identificação de imagens ou textos sintéticos.
Como a novidade se integra ao cotidiano do usuário
Graças à compatibilidade com o Modo IA na busca, o Gemini 3 deve aparecer para usuários de forma transparente, fornecendo respostas detalhadas, instruções passo a passo e resumos multimídia logo acima dos resultados tradicionais. Para desenvolvedores, a companhia oferece acesso via API, permitindo a incorporação em aplicativos de atendimento, geração de relatórios e prototipagem de software. Ao reunir texto, código e mídia em um só modelo, o Google reduz a necessidade de alternar entre múltiplas soluções especializadas.
Comparação com os concorrentes imediatos
Embora o ChatGPT mantenha a liderança em número de usuários e o Claude seja apontado como referência em tarefas de programação, os relatórios de benchmark indicam que o Gemini 3 atingiu vantagem quantitativa em precisão, velocidade e planejamento. O dado de “vantagem de dois dígitos”, citado pelo CEO da Box, reforça a percepção de que o novo modelo não se limita a empatar com rivais, mas estabelece margem substancial em vários quesitos.
Perspectivas de adoção em mercados multilíngues
A presença do idioma gujarati nos testes internos sinaliza uma estratégia de expansão para regiões menos atendidas por grandes modelos de linguagem. Essa capacidade pode facilitar o ingresso do Google em nichos de mercado estimados na Índia e entre comunidades de diáspora, oferecendo suporte nativo em pesquisas, assistentes virtuais e serviços de tradução.
Cenário e próximos passos
Com o lançamento do Gemini 3, o Google reforça a narrativa de protagonismo na inteligência artificial, respondendo ao avanço observado nas plataformas da OpenAI e da Anthropic. A estreia do modelo multimodal, combinada ao impacto imediato no valor de mercado da Alphabet, evidencia o peso estratégico atribuído à tecnologia. A cadeia de produtos compatíveis, exemplificada pela Nano Banana, sugere que a adoção deve se ampliar gradualmente, alimentada pela necessidade de soluções integradas de texto, imagem, áudio, vídeo e código.
Ao superar concorrentes nos principais testes e oferecer compatibilidade multimídia, o Gemini 3 marca um novo capítulo na disputa pela liderança em inteligência artificial comercial.

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