Golpe da Falsa Venda lidera ranking da Febraban com 174 mil ocorrências no 1º semestre de 2025

Lead
O golpe da Falsa Venda tornou-se o crime financeiro mais frequente relatado pelos clientes de bancos associados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no primeiro semestre de 2025. O levantamento da entidade contabilizou 174 mil ocorrências desse tipo de fraude em todo o país, volume que representa crescimento de 314 % em comparação com o mesmo período de 2024. O estudo ainda aponta a Falsa Central Telefônica como o segundo golpe mais praticado, com 139 mil registros, e a clonagem de WhatsApp na terceira posição, com 73 mil episódios. O aumento expressivo das tentativas de enganar consumidores ocorre às vésperas de datas de grande movimentação no comércio eletrônico, como a Black Friday e o Natal, o que acende um sinal de alerta entre instituições financeiras e usuários.
- Quem são os envolvidos
- O que está acontecendo: detalhes do ranking
- Como funciona o golpe da Falsa Venda
- Por que a incidência cresce
- Sinais de alerta para o consumidor
- Falsa Central Telefônica: operação e riscos
- WhatsApp: da clonagem à tentativa de extorsão
- Medidas de prevenção específicas
- Impacto no setor bancário
- Tendências apontadas pela federação
- Lista complementar de fraudes em alta
- Como a proximidade da Black Friday e do Natal interfere
- Conclusão factual
Quem são os envolvidos
As estatísticas da Febraban abrangem clientes de instituições financeiras de todo o Brasil que relataram perdas ou tentativas de fraude aos serviços de atendimento dos bancos. Do outro lado, atuam quadrilhas especializadas em crimes digitais, que estruturam páginas falsas, perfis em redes sociais, centrais de atendimento fraudulentas e mensagens automatizadas. A federação figura como fonte oficial dos números e orienta a população sobre boas práticas de segurança, enquanto os consumidores permanecem como principal alvo dessas investidas.
O que está acontecendo: detalhes do ranking
O relatório da Febraban ordena os golpes mais notificados no semestre da seguinte forma:
1º lugar – Falsa Venda: 174 mil registros, avanço de 314 % em relação ao primeiro semestre de 2024.
2º lugar – Falsa Central Telefônica: 139 mil registros, alta de 195 % sobre o ano anterior, quando haviam sido contabilizados 47 mil casos.
3º lugar – Golpe do WhatsApp: 73 mil registros, redução de 9,9 % na comparação com os 81 mil episódios do período anterior.
O ranking ainda menciona, sem detalhamento numérico, outras fraudes como falso investimento, phishing, falso boleto, troca de cartão, devolução de empréstimo, “mão fantasma” e delivery.
Como funciona o golpe da Falsa Venda
O modus operandi consiste na criação de ambientes virtuais que imitam lojas on-line legítimas. Estes ambientes podem ser sites independentes, páginas hospedadas dentro de redes sociais ou anúncios disparados por e-mail, SMS e aplicativos de mensagens. A oferta costuma exibir preços muito inferiores aos praticados no mercado, estratégia que explora o interesse do consumidor por descontos agressivos. Em muitas situações, os golpistas pressionam a vítima a concluir a compra rapidamente, alegando indisponibilidade iminente do produto ou promoção temporária. Após o pagamento, o item nunca é entregue e os dados pessoais do comprador permanecem em poder da organização criminosa.
Por que a incidência cresce
Diversos fatores, todos relatados no estudo da Febraban, impulsionam a escalada de 314 % nas ocorrências:
• Sazonalidade comercial: a proximidade de datas de alto consumo, como Black Friday e Natal, aumenta o volume de ofertas reais e falsas, dificultando a distinção entre elas.
• Criação rápida de perfis: redes sociais permitem a abertura imediata de páginas comerciais, recurso aproveitado pelos golpistas para disseminar anúncios em grande escala.
• Atração por preços baixos: a sensibilidade do consumidor a descontos facilita a aceitação de propostas que, em circunstâncias normais, seriam vistas como suspeitas.
Sinais de alerta para o consumidor
A Febraban ressalta indícios que merecem atenção redobrada ao navegar por ofertas on-line:
• Produtos com valores muito abaixo da média de mercado.
• Pressão para concluir rapidamente a compra sob ameaça de esgotamento.
• Lojas recém-criadas, sem histórico, avaliações ou canal de atendimento verificável.
Falsa Central Telefônica: operação e riscos
O segundo golpe mais comum inicia-se por contato telefônico. O criminoso, fingindo ser funcionário do banco ou de uma empresa com a qual a vítima mantém relacionamento, informa supostas irregularidades na conta. Em seguida, solicita dados pessoais, senhas e, em alguns casos, orienta o cliente a realizar transferências para uma “conta segura” ou efetuar pagamentos com a promessa de estornar valores. A Febraban adverte que, embora os bancos possam contatar usuários para confirmar movimentações suspeitas, jamais pedem senhas, chaves de segurança ou digitação de códigos em links externos, tampouco exigem transferências para regularização.
WhatsApp: da clonagem à tentativa de extorsão
No terceiro lugar do ranking, com 73 mil ocorrências, o golpe do WhatsApp emprega uma sequência padronizada:
1. O criminoso consegue o número e o nome da vítima.
2. Inicia o processo de cadastro da conta da vítima em outro aparelho, o que gera o envio de um código de verificação por SMS.
3. Logo após, o fraudador envia mensagem fingindo ser do serviço de atendimento ao cliente de alguma plataforma conhecida, solicitando o código sob pretexto de atualização ou manutenção.
4. Ao receber o código, o invasor conclui a clonagem, ganha acesso a toda a agenda da vítima e passa a pedir dinheiro por meio de transferências instantâneas a parentes e amigos.
Medidas de prevenção específicas
• Para Falsa Venda: pesquisar a reputação da loja, evitar pagamentos fora de plataformas consolidadas e desconfiar de exigências de transferência imediata.
• Para Falsa Central Telefônica: encerrar a ligação e contatar o banco utilizando canais oficiais; jamais fornecer senhas nem realizar transferências a pedido de terceiros.
• Para WhatsApp: habilitar a verificação em duas etapas no aplicativo, nunca compartilhar códigos recebidos por SMS e manter atenção a mensagens que solicitam informações pessoais.
Impacto no setor bancário
Embora o estudo da Febraban não apresente valores financeiros das perdas, o volume de 386 mil relatos somando as três principais fraudes (Falsa Venda, Falsa Central Telefônica e WhatsApp) sugere pressão operacional sobre as instituições. Os bancos precisam reforçar centrais de atendimento, sistemas de monitoramento de transações suspeitas e campanhas educativas para mitigar prejuízos dos clientes e da própria rede bancária.
Tendências apontadas pela federação
O histórico de crescimento dos golpes, aliado à queda de apenas 9,9 % no número de clonagens de WhatsApp, indica que os criminosos ajustam táticas conforme a reação do mercado. O deslocamento da liderança do golpe do WhatsApp para a Falsa Venda demonstra mudança no foco dos fraudadores para pontos menos protegidos, em especial o comércio eletrônico efervescente no segundo semestre.
Lista complementar de fraudes em alta
Além das três modalidades mais notificadas, o relatório da Febraban menciona outras práticas em circulação:
• Falso investimento
• Phishing
• Falso boleto
• Troca de cartão
• Devolução de empréstimo
• Mão fantasma
• Golpe do delivery
A ausência de números detalhados no levantamento para essas categorias não diminui a necessidade de cautela; a recomendação geral é nunca compartilhar dados sensíveis ou efetuar pagamentos antes de conferir a autenticidade da solicitação.
Como a proximidade da Black Friday e do Natal interfere
O aumento sazonal de ofertas legítimas durante novembro e dezembro cria ambiente propício para fraudes. Com a urgência gerada por promoções temporárias, muitos consumidores reduzem os critérios de verificação, ampliando a efetividade das páginas falsas. De acordo com as orientações da Febraban, manter hábitos de conferência de CNPJ, verificar histórico de domínio e desconfiar de preços muito abaixo da média são atitudes fundamentais para evitar prejuízos.
Conclusão factual
O balanço semestral da Febraban mostra que golpes voltados ao ambiente digital continuam em franca expansão no Brasil, liderados pela Falsa Venda. Os números reforçam a importância de protocolos de segurança simples, como verificação em duas etapas, confirmação direta com o banco e consulta prévia à reputação de vendedores on-line. A federação mantém o alerta para a temporada de compras de fim de ano, período em que o cuidado do usuário pode significar a única barreira entre a tentativa de fraude e o prejuízo financeiro.

Conteúdo Relacionado