Final de Até o Último Samurai: análise detalhada do desfecho, rivalidades e próximos passos do torneio

No catálogo da Netflix desde 13 de novembro, Até o Último Samurai concluiu sua primeira leva de seis episódios com um clímax que combina duelo decisivo, revelações de bastidores e sinalização de novas ameaças. A produção adapta um mangá ambientado em 1878, momento em que os samurais sobreviventes veem seu status ruir depois da proibição do porte de espada e da perda de influência política.
- Enredo central: o torneio Kodoku
- Quem é quem na disputa
- Quando e onde os eventos ocorrem
- Como o Kodoku é conduzido
- A escalada de Kawaji
- Clímax do primeiro arco: Shujiro versus Bukotsu
- A reviravolta de Kyojin
- Consequências imediatas do final
- Motivações em conflito
- O que permanece em aberto
- Perspectivas para o próximo arco
Enredo central: o torneio Kodoku
O eixo narrativo é o Kodoku, competição letal cujo regulamento estabelece que apenas um combatente permanecerá vivo ao término. A disputa se espalha por várias regiões do Japão e reúne 292 lutadores, atraídos por uma recompensa de 100 bilhões de ienes. Por trás do evento está o superintendente-geral da polícia, Kawaji, figura que contorna as ordens do governo para executar o plano.
No argumento da série, o torneio não se limita a entretenimento sangrento. Para Kawaji, ele representa um instrumento definitivo para extinguir o que resta da classe samurai, tida como foco de levantes recentes. A justificativa ideológica do policial entra em choque com outros membros do governo, que defendem soluções pacíficas para o impasse social.
Quem é quem na disputa
A narrativa acompanha o samurai Shujiro Saga, interpretado por Junichi Okada. Ele ingressa no Kodoku para proteger a família e, se possível, garantir o prêmio. Ao longo dos episódios, o protagonista forma alianças temporárias com Futaba, Kyojin e Iroha. O grupo compreende que a cooperação momentânea eleva as chances de sobrevivência, embora a regra do “último em pé” torne a confiança frágil por definição.
O antagonista imediato de Shujiro é Bukotsu, combatente reconhecido pela ferocidade. A rivalidade entre ambos vem de um embate anterior em que Bukotsu foi derrotado. Dominado pelo desejo de vingança, o adversário persegue o protagonista durante o torneio e chega a tirar a vida de inocentes para pressionar o rival.
No topo da estrutura de poder está Kawaji. Além de arquitetar o Kodoku, ele conta com o respaldo financeiro de quatro grandes empresários interessados no espetáculo violento. O superintendente chega ao ponto de assassinar o Ministro do Interior Okada para ocupar suas funções, demonstrando disposição de remover qualquer barreira institucional.
Quando e onde os eventos ocorrem
A história se desenrola em 1878, período imediatamente posterior à revogação do direito de portar espadas no Japão. O país encontra-se em transição político-social, com o governo central tentando consolidar autoridade e reduzir o poder de castas tradicionais. O Kodoku percorre diferentes localidades, mas pistas fornecidas no episódio final indicam que Tóquio será o cenário principal da próxima etapa.
Como o Kodoku é conduzido
Kawaji seleciona pessoalmente os 292 participantes. A escolha prioriza soldados experientes, espadachins veteranos e samurais marginalizados. O regulamento simples ‑ lutar até restar apenas um ‑ estimula tanto combates frontais quanto conspirações de bastidores. O dinheiro do prêmio e a ameaça de morte criam ambiente propício a traições sucessivas.
Em campo, Shujiro alia habilidade técnica a senso estratégico. Futaba e Iroha complementam o grupo em força e mobilidade, enquanto Kyojin oferece racionalidade tática. Bukotsu, por sua vez, emprega brutalidade direta, apoiado por seguidores que compartilham a crença de que eliminar o protagonista restaurará sua honra.
A escalada de Kawaji
Contrariando colegas de governo que sugerem negociações com os samurais, Kawaji sustenta que apenas o extermínio completo encerrará futuros motins. Para garantir que o plano avance sem interferências, ele elimina Okada e assume a posição de comando, obtendo acesso a recursos estatais e a cobertura oficial que necessita.
A estratégia de controle inclui manipular a opinião da elite econômica: os quatro empresários que financiam o torneio veem no espetáculo uma forma de entretenimento exclusivo, mas Kawaji enxerga a iniciativa como golpe final contra os espadachins. Tal convergência de interesses garante fluxo de capital e legitimação social às ações do superintendente.
Clímax do primeiro arco: Shujiro versus Bukotsu
O ponto alto da temporada ocorre no confronto direto entre Shujiro e Bukotsu. O duelo simboliza duas visões de samurai: uma ligada à honra e proteção dos pares, representada pelo protagonista, e outra orientada pela violência vingativa, refletida no antagonista. O embate, contudo, não define o vencedor do Kodoku; a série interrompe a luta maior do torneio para concentrar-se em revelações estruturais.
A reviravolta de Kyojin
Nas cenas finais, a produção revela que Kyojin, até então visto como aliado, age secretamente contra o grupo. O estrategista conduz o veterano Gentosai até Shujiro e seus companheiros. Gentosai pertence à mesma escola de esgrima na qual o protagonista se formou e nutre a missão de eliminar todos que desertaram de outra disputa interna de moldes semelhantes ao Kodoku. A informação transforma Kyojin em peça-chave de futuras intrigas.
Consequências imediatas do final
Três resultados decorrentes do desfecho moldam o próximo arco:
1. Fortalecimento de Kawaji: ao assumir as funções de Okada, o superintendente amplia poder político e operacional, o que tende a tornar o cenário mais hostil para os samurais remanescentes.
2. Fragilidade das alianças: a traição de Kyojin demonstra que pactos circunstanciais dentro do Kodoku são voláteis. Shujiro, Futaba e Iroha precisam reavaliar quem é confiável enquanto Gentosai avança em perseguição.
3. Transferência do palco para Tóquio: indícios narrativos apontam a capital japonesa como ambiente da etapa decisiva, elevando o risco de confronto direto entre governo e guerreiros.
Motivações em conflito
A série descreve um entrelaçamento de interesses que explica a continuidade da violência:
Samurais remanescentes ‑ buscam sobrevivência e, para parte deles, a preservação de um código de honra ainda que adaptado à nova realidade.
Governo central ‑ dividido entre ala conciliadora e ala que defende solução militar para prevenir outras revoltas.
Elite empresarial ‑ financia o Kodoku por diversão e possível influência política, sem compromisso com o resultado social.
Kawaji ‑ personifica a facção que enxerga o extermínio como medida preventiva, empregando meios clandestinos para atingir o objetivo.
Traidores internos ‑ exemplificados por Kyojin, aproveitam o caos para avançar agendas pessoais ou ideológicas ainda obscuras.
O que permanece em aberto
A produção encerra a primeira temporada sem revelar:
• O vencedor efetivo do Kodoku, já que o torneio segue em andamento.
• A extensão da influência de Kawaji dentro das esferas governamentais após o assassinato de Okada.
• As intenções completas de Kyojin e se outros participantes agem como cúmplices.
• A postura dos quatro empresários diante do risco de o espetáculo fugir ao controle.
Perspectivas para o próximo arco
Com o torneio deslocando-se para Tóquio e o protagonismo de Kawaji consolidado, o segundo ciclo deverá reunir forças opostas em espaço urbano mais denso, aumentando o impacto político. Shujiro permanece como alvo de Bukotsu e agora de Gentosai, enquanto precisa lidar com o abalo provocado pela traição de Kyojin. A quantia bilionária, ainda em jogo, mantém todos os sobreviventes dispostos a lutar até as últimas consequências.

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