Ficar muito tempo em pé: riscos para a circulação, dores musculares e trombose

Ficar muito tempo em pé: riscos para a circulação, dores musculares e trombose

Passar horas sentado é reconhecidamente prejudicial, mas a permanência prolongada em pé também representa um desafio fisiológico relevante. Pesquisas publicadas no International Journal of Epidemiology demonstram que ficar de pé por longos períodos não traz benefício cardiovascular mensurável e pode, inclusive, aumentar a probabilidade de problemas circulatórios. Quando o corpo permanece imóvel nessa posição, a gravidade favorece o acúmulo de sangue nos membros inferiores, fenômeno chamado de estase venosa, comprometendo o retorno venoso e sobrecarregando o sistema vascular.

Índice

Quem é afetado e em quais situações o risco se intensifica

Trabalhadores que exercem atividades estáticas, como balconistas, caixas, professores e profissionais de linhas de produção, figuram entre os mais expostos. O mesmo vale para pessoas que, por hábito ou obrigação, passam longos intervalos sem se mover, inclusive idosos com mobilidade reduzida ou indivíduos acamados. Ainda que a posição em pé, à primeira vista, pareça mais saudável do que a postura sentada, a ausência de movimento impede que a musculatura das pernas atue como bomba auxiliar, fundamental para impulsionar o sangue de volta ao coração.

Como o corpo reage ao ficar de pé sem se mover

Estase venosa: enquanto o indivíduo permanece ereto, a pressão gravitacional direciona o volume sanguíneo para a região das pernas. Veias superficiais e profundas precisam, então, trabalhar sob pressão acima do normal, fato que, ao longo de horas, causa distensão dos vasos e reduz o retorno venoso.

Queda de fluxo cerebral: o deslocamento de sangue para os membros inferiores diminui a quantidade que chega ao cérebro. Como consequência, podem ocorrer hipotensão ortostática, tonturas e, eventualmente, desmaios.

Contração muscular contínua: manter a postura ereta exige ativação constante de músculos das pernas, costas e ombros. Essa contração sustentada provoca fadiga e dor, sobretudo quando não há pausas nem alternância de movimentos.

Principais consequências descritas pelos especialistas

Inchaço e sensação de peso: o edema nos membros inferiores surge porque o líquido plasmático extravasa dos vasos sob pressão. Esse inchaço, acompanhado de peso e desconforto, pode tornar a caminhada dificultosa ao fim do dia.

Dores musculares: a sobrecarga sobre panturrilhas, quadríceps, região lombar e ombros gera dores que tendem a se intensificar em superfícies rígidas ou quando o calçado não absorve impacto adequadamente.

Hipotensão ortostática: pela diminuição do retorno sanguíneo ao cérebro, a pressão arterial pode cair repentinamente, ocasionando episódios de vertigem e risco de queda.

Infecções e inflamações: a circulação comprometida reduz a oxigenação e o aporte de glóbulos brancos na pele e nos tecidos profundos. Isso favorece úlceras varicosas e infecções cutâneas.

Varizes e trombose: a pressão crônica sobre a parede venosa dilata o vaso, enfraquece suas válvulas internas e cria condições para o surgimento de varizes. Em cenários mais críticos, a lenta movimentação sanguínea contribui para a formação de coágulos, abrindo caminho para a trombose venosa profunda.

O que é trombose venosa profunda e por que ela é perigosa

Na trombose venosa profunda, um coágulo desenvolve-se em veias localizadas entre os músculos ou próximas aos ossos, habitualmente nas pernas ou na pelve. Esse trombo bloqueia a passagem do sangue, provocando inflamação, dor e acentuado inchaço. A complicação mais temida ocorre quando parte do coágulo se desprende, viaja pela corrente sanguínea e se aloja nos pulmões, resultando em embolia pulmonar, quadro potencialmente fatal.

O sistema venoso divide-se em veias superficiais, logo abaixo da pele, e veias profundas, situadas em planos mais internos. Quando o coágulo acomete o trajeto superficial, o quadro recebe o nome de tromboflebite superficial, caracterizado por inflamação visível e endurecimento do vaso. Já a trombose em veia profunda evolui com sinais menos aparentes, porém implica riscos significativamente maiores, dada a possibilidade de embolização.

Fatores que favorecem a formação de coágulos

Lesão na parede venosa: cirurgias, traumas e injeções com substâncias irritantes podem danificar o endotélio. Essa lesão expõe componentes que desencadeiam a coagulação, facilitando a aderência de plaquetas e a formação do trombo.

Aumento da coagulação sanguínea: doenças como câncer, distúrbios hereditários, uso de anticoncepcionais, terapias hormonais e tabagismo elevam a propensão ao coágulo. Idade avançada e desidratação também são citadas como elementos que tornam o sangue mais viscoso.

Fluxo sanguíneo reduzido: o retorno venoso depende da contração intermitente da musculatura das pernas. Sentar, deitar ou permanecer em pé de maneira estática suspende esse mecanismo. Sem a “bomba muscular”, o sangue circula lentamente, criando ambiente favorável à coagulação.

Por que permanecer em pé está na mesma categoria de risco que ficar sentado

A imobilidade, e não apenas a postura, é o elo comum que explica os efeitos adversos. Tanto sentado quanto em pé, o organismo necessita de contrações regulares para que o sangue retorne ao coração. Além disso, a posição ereta concentra o volume sanguíneo na metade inferior do corpo, intensificando a pressão venosa. Dessa forma, a recomendação de evitar longos períodos sentados estende-se, com o mesmo rigor, aos períodos prolongados em pé.

Medidas simples para reduzir os impactos

Mover-se a cada 30 minutos: dar alguns passos, flexionar os joelhos ou balançar as pernas ativa a musculatura e quebra o ciclo de estase venosa. Pequenos movimentos já são suficientes para aumentar o fluxo sanguíneo.

Pausas programadas: em ambientes de trabalho que exigem a postura em pé, inserir intervalos para sentar ou caminhar diminui a pressão contínua sobre as veias.

Calçados adequados: sapatos confortáveis e devidamente ajustados ao pé reduzem o impacto nas articulações e limitam a fadiga muscular.

Atividade física regular: ao menos 30 minutos diários de exercícios de intensidade moderada, ou sessões de 6 minutos de atividade intensa, fortalecem a bomba muscular das pernas e favorecem a saúde venosa.

Meias de compressão: a compressão graduada facilita o retorno do sangue, reduz o inchaço e auxilia na prevenção de varizes e trombose.

Quando buscar avaliação profissional

Sinais persistentes de inchaço, dor intensa nos membros inferiores, veias dilatadas visíveis ou episódios de tontura frequentes indicam a necessidade de avaliação médica. Profissionais de saúde podem orientar sobre o uso correto de meias compressivas, ajustar rotinas de atividade física e avaliar fatores de risco adicionais, como uso de hormônios ou histórico familiar de distúrbios de coagulação.

Atenção: as informações descritas têm caráter estritamente informativo e não substituem a orientação individualizada de médicos ou outros profissionais de saúde.

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